«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

FELIZ ANO NOVO ? ? ?

NA POLÍTICA:

Diagnóstico sombrio

Editorial

Os brasileiros começam a se dar conta de que nenhuma prioridade nacional será séria e eficientemente atacada enquanto a energia política do País estiver concentrada na corrupção
Pecuarista José Carlos Bumlai, detido na 21ª fase da operação Lava Jato,
 tem relação de proximidade com o ex-presidente Lula.
Vários outros investigados pela PF também mantinham contatos frequentes com o petista.
Terça-feira, 24 e novembro de 2015

Um em cada três brasileiros entende que a corrupção é o maior problema do País, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada no último fim de semana. Cerca de um ano atrás esse índice oscilava em torno dos 10%. De lá para cá, explodiu, deixando muito para trás as marcas relativas a questões estruturais, como saúde e educação, ou conjunturais, como o desemprego, que interferem diretamente na vida dos cidadãos. Como se explica isso?

O que parece estar ocorrendo é que os brasileiros começam a se dar conta de que nenhuma prioridade nacional será séria e eficientemente atacada enquanto a energia política do País estiver concentrada na corrupção, seja para praticá-la, seja para livrar seus agentes da responsabilização penal. A conclusão é óbvia: o Brasil precisa urgentemente de rigorosa faxina política. A ação saneadora depende em boa medida da Polícia, do Ministério Público e do Judiciário, além de outros órgãos de controle, que têm funcionado. Mas a bala de prata capaz de acabar com o predomínio de corruptos e corruptores na vida pública está na arma que as instituições democráticas colocam ao alcance de cada cidadão: o voto. E urge que a cidadania exercite com eficiência esse poder, antes que algum aventureiro messiânico use em benefício próprio a indignação nacional para se legitimar no papel de salvador da Pátria, missão cujo cumprimento começa quase sempre pela supressão da liberdade.

A pesquisa comprova que os brasileiros debitam aos políticos os males da corrupção. O resultado pode ter sido influenciado pelo fato de ela ter sido realizada logo após o anúncio das prisões do amigo do peito de Lula, o empresário José Carlos Bumlai, do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, e do banqueiro André Esteves. Os três são acusados de envolvimento em esquemas de corrupção relacionados com a gestão da coisa pública e são, por isso, “figurões” da política. Mais do que isso, as ilicitudes de que são acusados têm todas o DNA do lulopetismo e de seu projeto de poder e de favorecimento de suas principais lideranças. Isso tem a ver, certamente, com o fato de que a avaliação de Lula como presidente da República despencou significativamente desde que ele deixou o Planalto: na resposta ao quesito “quem foi o melhor presidente” os 71% que Lula teve em 2010, último ano de seu segundo mandato, caíram para 39% agora – o que ainda o mantém na imerecida posição de ex-presidente mais bem avaliado, com mais do dobro do índice obtido por Fernando Henrique Cardoso.
Senador Renan Calheiros, Senador Delcídio do Amaral e Senador Edson Lobão
numa das reuniões de Lula com a nata dos encrencados na Operação Lava Jato

Mas em eventual disputa em 2018, em cenários diferentes tanto para o primeiro quanto para o segundo turno, Lula não está à frente em nenhum. No primeiro turno, quaisquer que sejam os adversários, teria apenas 22% dos votos. No segundo turno, perderia também, sempre por larga margem, para Aécio Neves (51% a 32%), Geraldo Alckmin (45% a 34%) e Marina Silva (52% a 31%). Tanto Lula quanto Aécio marcaram menos pontos que na pesquisa anterior; o desempenho de Marina foi um pouco melhor.

Ainda em termos individuais, a pesquisa revela que 2 em cada 3 brasileiros entendem que Dilma Rousseff deveria ser afastada de suas funções ou renunciar à Presidência. E um contingente maior ainda, 81% dos entrevistados, apoia a cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Como instituição, o Congresso teve sua pior avaliação desde 1993:

  • 53% dos brasileiros consideram ruim/péssimo o desempenho dos parlamentares,
  • contra 34% que cravaram a avaliação de regular e
  • 8% de ótimo/bom
  • (5% não têm opinião formada).
Não existe democracia sem o exercício da atividade política e da representação popular. O fato de os brasileiros estarem insatisfeitos com os representantes que eles próprios escolheram dá uma ideia da insatisfação geral com a chamada classe política. A indignação contra a corrupção explica apenas parte dessa indisposição. Os defeitos flagrantes do sistema partidário e eleitoral e as deficiências da representação política pesam muito na composição do estado de espírito do povo.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Terça-feira, 1 de dezembro de 2015 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

NA ECONOMIA:

Virada de ano sem perspectiva

Editorial
Dezembro começa com:

  • o governo quase paralisado, sem dinheiro para gastar e
  • com perspectiva de um novo ano muito ruim,
  • com mais contração econômica,
  • inflação acima do limite de tolerância e
  • juros parecidos com os de 2015.
Mais R$ 11,51 bilhões de verbas federais para despesas foram congelados ontem por decreto presidencial. Foi uma tentativa de evitar uma violação da Lei de Responsabilidade Fiscal, enquanto se espera a aprovação, pelo Congresso, da nova meta proposta para 2015, um déficit primário – sem contar os juros – de até R$ 119,9 bilhões. Na melhor hipótese, a meta será autorizada ainda hoje. Neste caso, o sufoco neste mês será um pouco menor, mas sem esperança de recuperação, a curto prazo, das esburacadas contas públicas. Qualquer melhora duradoura das condições econômicas dependerá do conserto dessas contas.

O desastre das finanças oficiais continuou em outubro, segundo os números divulgados pelo Banco Central (BC). O conjunto do setor público, formado pelos três níveis de governo e por uma parte das estatais, teve um déficit primário de R$ 11,53 bilhões no mês passado, de R$ 19,95 bilhões no ano e de R$ 40,93 bilhões em 12 meses.

O pior desempenho tem sido o do governo central – Tesouro, Banco Central e Previdência –, com déficit primário de R$ 12,32 bilhões no mês, R$ 34,04 bilhões em 2015 e R$ 39,94 bilhões em 12 meses. Somando-se as despesas com juros, chega-se ao resultado nominal, o mais importante para avaliar a posição do setor público.

O acumulado do governo central em 12 meses, no valor de R$ 450,79 bilhões, equivale a 7,81% do Produto Interno Bruto (PIB). O do conjunto do setor público, de R$ 547,86 bilhões, corresponde a 9,5% do PIB, quase um recorde mundial, superado apenas por países em condição catastrófica, como a Venezuela.

O governo promete para o próximo ano um desempenho fiscal bem melhor, embora insuficiente para repor a dívida pública na trajetória desejada. O plano da equipe econômica é atingir um superávit primário equivalente a 0,7% do PIB no conjunto das finanças públicas. Não se sabe, ainda, como isso será possível, com mais um ano de atividade em queda e com o governo ainda à espera da improvável recriação do imposto do cheque, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
DILMA ROUSSEFF (PT) - Presidente da República do Brasil
O Brasil vive a sua mais dramática recessão dos últimos tempos!

O cenário desenhado com as projeções do mercado é de um desastre prolongado, de acordo com a pesquisa Focus, conduzida semanalmente pelo Banco Central por meio de consultas a cerca de cem entidades. O PIB deverá encolher 2,04%, depois de uma contração de 3,19% neste ano. Isso obviamente reduzirá mais um pouco a base de tributação, já diminuída severamente em 2015. A dívida líquida do setor público chegará, segundo as estimativas, a 40% do PIB, com um bom salto em relação ao nível final calculado para este ano, de 35,5%. Será uma consequência inevitável das más condições das finanças governamentais.

Curiosamente, a nova pesquisa Focus, divulgada ontem, manteve em 6,64% a inflação oficial estimada para 2016. Isso talvez se explique pela expectativa de um nível de atividade muito baixo. Por enquanto, a recessão foi insuficiente para frear a alta de preços, mas esse efeito poderá ocorrer no próximo ano – embora a inflação deva superar com folga o limite de tolerância, de 6,5%. Esse limite, já muito alto pelos padrões internacionais, é um bom indício da política permissiva seguida há anos pelo governo federal.

Sem perspectiva de maior sucesso no combate à inflação, os economistas do mercado abandonaram gradualmente, nas últimas semanas, a expectativa de juros mais baixos em 2016. Há quatro semanas, a mediana das projeções apontava para uma taxa básica de 13% no fim de 2016. A previsão, agora, é de 14,13%, muito próxima da atualmente em vigor, de 14,25%. Se as bolas de cristal estiverem funcionando bem, o freio dos juros continuará travando a economia por mais um ano – com perspectiva de mais desemprego misturado com inflação e enormes custos sociais.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Terça-feira, 1 de dezembro de 2015 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

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