«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Enquando isso, em Brasília...

Férias brasilienses

José Roberto de Toledo

O jogo está suspenso, e os jogadores se lixando para quem
empobrece ao largo do campo 
O CONGRESSO NACIONAL ESTÁ EM RECESSO:
enquanto os políticos dão uma pausa no jogo do impeachment de Dilma Rousseff,
a população continua pagando e perdendo com a crise econômica!

O governo perdia e o cronômetro corria. Aos 45 minutos do primeiro tempo, pênalti para o time presidencial. O juiz apitou, cobrou e marcou. Um bandeirinha se retirou, em protesto. Tarde demais, a partida está empatada. Governistas descem para o intervalo comemorando o gol no último minuto. Vira-casacas e oposição amargam um isotônico vencido enquanto ansiavam por Dom Pérignon. Na política e no futebol, não se ganha o jogo na véspera.

No vestiário, a técnica troca um zagueiro econômico por um atacante famoso pelas pedaladas. Foi menos por convicção do que falta de opção. O banco está tão vazio quanto sua popularidade.

Nas arquibancadas, o público é decepcionante. Só as torcidas organizadas estão animadas. Gritam e tuítam com crédito pré-pago. O resto majoritário lamenta a cera, a catimba, mas assiste aos jogadores comerem bola, grama e uns aos outros, passivo.

Segundo tempo, só depois do carnaval, Semana Santa ou Corpus Christi. Após suarem togas e ternos, ministros, deputados e senadores vão pegar uma praia, aproveitar o câmbio favorável na Argentina pós-Kirchner ou lavar a sorte em Las Vegas. Suíça? Nem de jatinho. Lugar indiscreto, deu de prender e dedurar quem lá sempre depositou fé e francos. Ingratidão impagável.

Enquanto isso, no Brasil, crescem recessão e desemprego. Quanto pior, melhor? Quem responde sim costuma ter mandato, renda fixa ou estabilidade funcional. Está preocupado com a opinião do público, não com o público em si. Desde que o adversário leve a culpa merecida, o problema não é dele. No desfile do poder, essa é, desde sempre, a fantasia de toda oposição. Troca esperança por raiva e, quando perde, culpa o eleitor ou a urna eletrônica.

O jogo está suspenso, e os jogadores estão se lixando para quem empobrece ao largo do campo. É difícil prever hoje o vencedor, mas o perdedor a maioria reconhece quando se olha no espelho.
RENAN CALHEIROS
O presidente do Senado (PMDB-AL) é o protagonista da vez.
Dilma livrou-se de Eduardo Cunha, mas caiu nos "braços" de Renan!
"Ótima" mudança!

Placar móvel

Até a semana passada, Dilma Rousseff necessitava de seis votos no Supremo Tribunal Federal e que a oposição não chegasse a 342 votos na Câmara. Ao conseguir oito no STF, ela passou a precisar também de 41 votos no Senado. O governo comemorou porque acha mais fácil conseguir maioria de senadores do que um terço de deputados. A contabilidade, porém, é uma só.

Se os deputados volúveis acharem que o governo vai ganhar no Senado, a oposição nem deverá chegar a 342 votos na Câmara. Seria muito arriscado virar casaca e passar três anos afastado dos cofres governamentais. Como a votação deve ser nominal, um deputado a cada vez, tende a se repetir o que ocorreu com Collor: à medida que a maioria se consolida, os volúveis vão em manada para o lado vitorioso. A margem fica esmagadora.

Do mesmo modo, se o governo se fragilizar no Senado e ficar claro que não atingirá 41 senadores, será muito mais fácil para a oposição chegar e ultrapassar os 342 votos na Câmara. Hoje, exatamente 41 senadores votam com Dilma 75% das vezes ou mais.

Em qualquer cenário, porém, o presidente do Senado, Renan Calheiros, tomou o protagonismo do deputado Eduardo Cunha. A ponto de mandar dizer a Dilma qual política econômica deve seguir. Não foi demonstração de força, só. Renan sabe que não dá para sustentar o governo por muito tempo sem reação da economia.

Segundo o Ibope, o medo do desemprego, a piora da situação financeira individual e a frustração do consumo explicam mais de 90% da perda de popularidade de Dilma. A reforçar isso, o instituto descobriu que metade é a favor que um político, mesmo que honesto, perca o mandato apenas por ser mau gestor.

Como dois terços são favoráveis ao impeachment da presidente, uma parte não confia na sua honestidade. Mas a maioria quer vê-la pelas costas por ela não conseguir acender uma luz no fim do túnel. Por isso Renan está dizendo: “É a economia, presidente”.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Segunda-feira, 21 de dezembro de 2015 – Pg. A6 – Internet: clique aqui.

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