«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Quem ganhou no ano em que o País perdeu

Fernando Scheller, Marina Gazzoni,
Mônica Scaramuzzo e Naiana Oscar

Exportadoras, fabricantes de medicamentos e distribuidoras de
energia estão entre as companhias que mais se valorizaram
na bolsa em 2015 – ano em que as empresas brasileiras
com ações na BM&F Bovespa perderam R$ 151 bilhões 
BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS BOVESPA
Um seleto e pequeno grupo de empresas tiveram ganhos com suas ações neste ano.
A maioria das empresas, porém, amargaram perdas.

Ao longo de 2015, as empresas brasileiras de capital aberto comprovaram a máxima popular de que “nada está tão ruim que não possa piorar”. Mês a mês, elas viram seu valor de mercado despencar a patamares que não eram registrados desde 2009, depois da crise financeira global. Desde janeiro, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa, caiu 12,2% e as companhias de capital aberto perderam R$ 151 bilhões em valor de mercado. Mas nem todo mundo chegou até aqui se lamentando. Há um grupo de empresas que vai se lembrar com certa satisfação do ano que a maioria quer esquecer.

Entre elas, no topo do ranking das que mais se valorizaram em 2015, estão exportadoras, empresas que atuam em mercados resilientes à crise, como o de medicamentos, e outras que, na visão de investidores, fizeram uma boa gestão, apesar da crise econômica e política. A lista de companhias foi elaborada pela Economática, empresa de informações financeiras.

Para Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, essas empresas têm uma característica em comum: conseguiram combinar geração de caixa com menor endividamento. “Embora não seja uma regra a ser aplicada a todas as empresas de commodity, podemos dizer também que o dólar valorizado beneficiou as exportadoras.” 
PAPEL E CELULOSE
Foram mercadorias que continuaram em alta no mercado internacional o que
ajudou a puxar para cima as ações de companhias produtoras

As gigantes de papel e celulose, Klabin, Suzano e Fibria, lideram o ranking: na média, seus papéis subiram mais de 60%. Para Carlos Farinha, vice-presidente da Pöyry, consultoria especializada neste setor, a celulose sofre menos do que outras commodities porque atende a uma emergente classe média global que busca novos produtos, como papel higiênico e fraldas descartáveis.

Com isso no radar, a Klabin, cujos papéis subiram 81% neste ano, está mudando sua estrutura de receita para que, já em 2016, metade das vendas venha do mercado externo. Hoje, 67% do faturamento ainda se concentra no Brasil. Com essa divisão “meio a meio”, o presidente da Klabin, Fabio Schwartzman, diz que a empresa fica protegida das oscilações de demanda aqui e lá fora.

A concorrente Suzano usou o momento positivo – com preço de celulose estável e dólar alto – para reequilibrar suas finanças e acelerar investimentos. A meta estipulada para 2016, de uma alavancagem de 2,5 vezes o Ebitda (potencial de geração de caixa), deverá ser antecipada para o primeiro trimestre, segundo Marcelo Bacci, diretor de relações com investidores da empresa.

Além das fabricantes de celulose, o dólar alto colocou na lista das ações que mais ganharam em 2015 os papéis da petroquímica Braskem. Apesar de ter seus dois maiores acionistas, a Petrobrás e o grupo Odebrecht, no centro das investigações da operação Lava Jato, a companhia foi a quarta que mais ganhou valor este ano. A empresa atribuiu o bom desempenho ao “sucesso das operações internacionais” e do “bom momento do mercado petroquímico global”. 
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
teve, em geral, um bom desempenho em 2015.
Em épocas de crise e aperto das famílias, a tendência é priorizar o essencial.

A companhia atingiu no terceiro trimestre um lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, o maior de sua história, e tem um cenário positivo pela frente. Em relatório, os analistas do Itaú BBA projetam aumentos de receita e geração de caixa e redução de endividamento para a empresa até 2019.

Empresas ligadas a setores resistentes à crise, como Raia Drogasil e Hypermarcas, fabricantes de medicamentos, também conseguiram ganhar valor este ano. “Em épocas difíceis, o consumidor corta gastos com bens duráveis e direciona sua renda para produtos essenciais”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

A Hypermarcas chegou a ser olhada com desconfiança pelos investidores neste ano, mas fez as pazes com o mercado depois de vender, no início de novembro, sua divisão de cosméticos para a multinacional Coty, para se concentrar em medicamentos.

Até o combalido setor elétrico conseguiu manter representantes na lista das empresas que se destacaram. Num ano em que o consumo de energia caiu e as despesas financeiras aumentaram, duas companhias viram seus papéis subirem mais de 25%: a EDP Energias do Brasil, que controla as distribuidoras Escelsa (ES) e Bandeirante (SP), e a Equatorial, com Cemar (MA) e Celpa (PA).

A primeira, na opinião de analistas, registrou alta fora da curva, já que seus papéis estavam muito desvalorizados no início do ano. “Mas esse ajuste não acontece se a empresa não entrega o que promete”, disse Maytê Souza Dantas de Albuquerque, diretora financeira da EDP. Ela destaca a venda de ativos não estratégicos e a compra dos 50% na usina de Pecém I como fatores que afetaram positivamente o valor de mercado. Já a Equatorial há tempos vem sendo tratada por investidores como porto seguro, sobretudo pelos resultados da reestruturação das distribuidoras do Maranhão e do Pará, que deixaram de ser deficitárias e saíram do ranking de pior atendimento.

Único do mercado financeiro na lista das maiores valorizações, o Santander atribui o bom desempenho a melhorias operacionais, como redução da inadimplência e retirada do banco do topo da lista de reclamações do Banco Central.
GOL LINHAS AÉREAS
foi a primeira empresa na lista das que mais perderam valor na Bolsa neste ano!
Isso porque 60% do custo da empresa é atrelado ao dólar e este aumentou em quase 50% neste ano!

Futuro

Ter se destacado neste ano não garante tranquilidade em 2016. Apesar de, nos últimos meses, a regra no mercado de capitais ter sido de ações descendo a ladeira, muita gente defende que a bolsa brasileira ainda não está barata. “Não dá para atrair investidores com base no valor atual das companhias.”, diz Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco. O grande fiel da balança, diz ele, será a redução da despesa financeira. Viriato, do Insper, não vê um horizonte favorável. “O cenário ainda é incerto.”

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia & Negócios – Segunda-feira, 21 de dezembro de 2015 – Pg. B1 – Internet: clique aqui.

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