A HORA DA VERDADE CHEGOU: ARROCHO À VISTA!!!
Ajuste fiscal
de 2015 será “violentíssimo”
Claudia
Safatle
Valor Econômico
30-10-2014
Presidente Dilma Rousseff |
A presidente Dilma Rousseff está ciente de que terá que
fazer, para 2015, um ajuste fiscal "violentíssimo", informou uma fonte
qualificada do governo. Embora ainda não se saiba o tamanho, terá que ser algo
de maior impacto do que foi o contingenciamento de R$ 50 bilhões feito em 2011,
no primeiro ano do primeiro mandato.
Dilma sabe que a situação da economia, agora, é muito mais
difícil e delicada do que quando assumiu, em janeiro de 2011, e que além da
estagnação econômica e de uma inflação resistente enfrentará, também, uma
oposição mais forte e legitimada pelas urnas no Congresso Nacional. Ao mesmo
tempo, estarão em curso os desdobramentos da Operação Lava-Jato.
Crise econômica, alianças políticas esgarçadas, oposição
forte e possíveis cenas de prisões de envolvidos na corrupção da Petrobras
serão as marcas do início do segundo mandato da presidente Dilma, no cenário
traçado por importantes assessores do Palácio do Planalto.
Para enfrentar tantas adversidades, ela já escalou alguns
nomes que considera mais experientes e de "casco mais duro" para
atravessar momentos difíceis. São eles o ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, Miguel Rossetto, Jaques
Wagner e Cid Gomes. Os três
últimos ainda sem cargos definidos. Cid Gomes deixa o governo do Ceará e
gostaria de ir para um posto em algum organismo internacional em Washington,
mas a presidente prefere tê-lo mais perto.
O segundo mandato de Dilma já está em curso. Ela poderá
empossar o novo ministro da Fazenda antes mesmo dos demais ministros, para que
ele possa começar a trabalhar na política fiscal e, também, compor equipe e
trocar o comando dos bancos públicos. Pelos critérios da presidente, de
conhecimento e confiança, o nome mais adequado para a sucessão de Guido Mantega
seria o do economista Nelson Barbosa.
É muito provável que o presidente do Banco do Brasil,
Aldemir Bendini, seja substituído por Paulo
Caffarelli, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
No campo da política fiscal, haverá muito o que fazer antes
do fim do ano. Primeiro, como a meta de
superávit primário de 1,9% não será cumprida nem mesmo com todos os
descontos possíveis, o governo terá que enviar ao Congresso proposta de mudança
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com uma nova meta. A expectativa é que o ano se encerre com
déficit primário das contas públicas consolidadas, o primeiro desde 1997.
Terá, também, que alterar a LDO de 2015, que prevê superávit
primário no intervalo de 2% a 2,5% do PIB, já que essa é uma meta inviável para
ser obtida principalmente em um ano de baixa previsão de crescimento.
Diante da aparente disposição de fazer um ajuste fiscal
"violentíssimo", como expressou uma alta fonte oficial, Dilma espera contar com a participação do
ex-presidente Lula para acalmar as lideranças dos sindicatos e dos movimentos
sociais.
A tesoura que vai
cortar os gastos não poupará ninguém e os movimentos sociais, que recebem
recursos do Tesouro Nacional, também vão pagar a conta do ajuste fiscal que
está sendo prometido.
Durante a campanha eleitoral, Dilma não mencionou uma vez
sequer que faria um ajuste fiscal para o próximo ano. Quando o candidato da
oposição, Aécio Neves, declarou que
não fugiria de medidas impopulares, se elas fossem necessárias, o PT disse que
ele estava cometendo "sincericídio". O fato, porém, é que admitindo
ou não em meio às eleições, o corte de gastos era previsível e inevitável e os
juros já estavam com viés de alta.
Pelo menos duas
medidas bastante impopulares começam a ser tomadas: o contingenciamento do
gasto e a surpreendente elevação dos juros, ontem, pelo Comitê de Política
Monetária. A Selic passou de 11% para 11,25% ao ano.
Fonte: Instituto
Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 30 de outubro de 2014 –
Internet: clique aqui.
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