«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

''É preciso mudar o governo da Igreja.''

Entrevista com Andrea Riccardi


Giacomo Galeazzi
Vatican Insider
22-10-2014

"Do Sínodo, surgiu a necessidade de reformar o governo central da Igreja. À frente dos dicastérios, Francisco deve ter pessoas em sintonia com ele."

Andrea Riccardi
Segundo o professor Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio e historiador do cristianismo, "é equivocado interpretar a discussão sinodal com base nas categorias de progressistas e conservadores". É preciso "uma nova hermenêutica do Sínodo".

Eis a entrevista.

Onde está o erro na interpretação do Sínodo sobre a família?

Andrea Riccardi: É preciso começar pelo discurso com que Francisco concluiu o Sínodo, tomando distância de progressistas e conservadores. O pontífice não quer voltar a um clima pós-1968, a uma polarização entre progressistas e conservadores. Por isso, quis reafirmar que ele é o papa, que o papa se chama Francisco, desmentindo a tentativa dos tradicionalistas de se conectarem à figura do Papa Emérito Bento XVI.

O papa orientou a discussão dos padres sinodais sobre os divorciados em segunda união e as uniões de fato?

Andrea Riccardi: De fato, Francisco não teve uma atitude dirigista sobre o Sínodo. Entre as proposições rejeitadas, havia até trechos do Catecismo e de textos de Bento XVI. Quem votou "não" conduziu uma batalha, tentando fazer com que não se desenvolvesse a busca sinodal e intimidar: "Se esses temas forem tocados, haverá problemas". Mas, na realidade, o que foi rejeitada é a ideia sinodal, ou seja, o fato de que se abordem as questões no Sínodo. Mas, então, não se entende que sentido teria convocar o Sínodo.

Deve ser mudado o governo da Santa Sé?

Andrea Riccardi: Sim. O governo atual de Francisco permaneceu o de Bento XVI. E é justamente na comitiva do seu governo que Francisco encontra as resistências mais fortes à mudança. A sua reforma da Cúria não pode se limitar à fusão de alguns dicastérios (uma maquiagem semelhante a de governos italianos). O Papa Bergoglio precisa de colaboradores em sintonia com ele. João XXIII também tinha uma Cúria hostil à mudança, por isso se concentrou na convocação do Concílio, iniciando um processo de renovação que ajudou a superar as dificuldades. Paulo VI, ao invés, introduziu o mandato de cinco anos para os ministros vaticanos, e, desde então, ninguém fica mais no cargo por toda a vida, mas por decisão do papa.

Qual é um exemplo de colaboração eficaz com o pontífice?

Andrea Riccardi: A fortíssima intervenção do secretário de Estado, Pietro Parolin, no Consistório dedicado pelo pontífice à dramática situação no Oriente Médio demonstra como é determinante para Francisco ter as pessoas certas no lugar certo.

Traduzido do italiano por Moisés Sbardelotto.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 23 de outubro de 2014 – Internet: clique aqui.

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