«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

ELEIÇÕES 2014 - COMO ESTÁ O CENÁRIO?

Números parecidos escondem eleitorados cada vez mais diferentes

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Pesquisa para a Presidência da República - DATAFOLHA - 15/10/2014
 
A divisão do eleitorado vai além dos 51% para Aécio Neves (PSDB) a 49% de Dilma Rousseff (PT). É a oposição Nordeste versus São Paulo, dos centros ricos das metrópoles versus suas periferias, dos contrários ao Bolsa Família versus os beneficiários do programa. Desde 2006 que essa divisão é visível no mapa do Brasil. Em 2014, a polarização está mais forte. Virou cisão.

Quanto mais diferentes se tornam seus respectivos eleitorados, mais parecidos ficam os números dos candidatos a presidente. Aécio e Dilma estão tecnicamente empatados em intenção de voto, e há uma convergência tanto das suas taxas de rejeição (a de Aécio cresce e se aproxima da de Dilma) quanto dos seus potenciais de voto. Tudo aponta para a disputa mais apertada da história. E a mais tardia também, com muitos eleitores decidindo só na urna.

O fato de Aécio aparecer em quatro pesquisas com dois pontos a mais do que Dilma é uma arma psicológica para o tucano. Mas três fatores podem acabar ajudando a presidente na reta final.

1) Apesar de todos os apoios ao tucano – como os de Marina Silva e da família de Eduardo Campos -, Aécio não cresceu. É sinal de que a campanha negativa é o que pesa no segundo turno. Aécio tinha passado incólume até agora, com as baterias petistas voltadas a Marina no primeiro turno. Agora ele é o único alvo.

2) A avaliação do governo Dilma está melhorando: seu saldo positivo chegou a 18 pontos no Ibope e a 19 pontos no Datafolha.

3) No segundo turno, há menos votos nulos, porque há menos erro do eleitor na hora de votar. Os erros foram maiores nas regiões onde Dilma teve mais votos no primeiro turno. Se não se repetirem no dia 26, Dilma pode crescer ainda mais nessas áreas.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política/Análise – Quinta-feira, 16 de outubro de 2014 – Pg. A4 – Internet: clique aqui.

“Debate” na televisão
Um desserviço ao povo

Dora Kramer

Veto a entrevistadores põe candidatos no controle
e deixa eleitor fora do debate
Dilma Rousseff e Aécio Neves no debate da TV Bandeirantes (14/10/2014)
 
A candidata de fala atrapalhada frente ao adversário com o tique do riso insolente é uma cena que não enseja à decisão do voto de ninguém. Ainda mais quando o conteúdo não ajuda à configuração do que se possa chamar de um debate, aqui entendido como exposição de argumentos contra ou a favor de causas, ideias, projetos.

O primeiro confronto da campanha do segundo turno entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, patrocinado pela TV Bandeirantes, deixou claro que o modelo imposto pelos marqueteiros não funciona a contento. É essencial a participação de entrevistadores - sejam jornalistas ou até mesmo eleitores sorteados como uma vez fez a TV Globo - que façam perguntas sobre temas não conhecidos previamente pelos candidatos e com direito a aprofundamento razoável do assunto. Réplica e tréplica, no mínimo.

Há quem tenha visto na noite de terça-feira um debate "quente". Em comparação aos programas do primeiro turno, com aquela limitação de tempo devido à obrigatoriedade de participação de muitos candidatos, sem dúvida foi mais interessante. Mas a "quentura" esteve todo tempo relacionada à forma incisiva com que Dilma e Aécio dirigiam-se um ao outro.

Ambos mostraram capacidade ofensiva - cada um a seu modo de acordo com suas características pessoais -, mas ficaram rodando dentro dos círculos de sempre. Espremendo o que foi dito, a gente se lembra do quê? Da troca de acusações sobre temas que estão todos os dias no noticiário. O senador disse que a presidente é "leviana" e ela o acusou nepotismo. Sim, e daí a discussão evolui para onde? Para lugar algum.

E assim seguiram cada qual atuando em seu quadrado, no terreno que lhes parecia mais seguro e favorável. Ao ponto de a presidente ocupar o precioso tempo com questões relativas a Minas Gerais, deixando de lado o restante do eleitorado nacional. A questão interessava à campanha dela. Mas esse tipo de programa não é feito para servir ao público?

Do jeito que está, não mesmo. E se acharmos que sim, estamos todos num belo exercício de autoengano. Temos pela frente ainda três supostos debates que, a seguirem a regra dos marqueteiros, vão de novo repetir a agressividade enfadonha e sem resultados.

No modelo atual os candidatos têm o controle do programa, conduzem-no como bem entendem, corrigem as falhas ou acentuam acertos conforme lhes indicam os conselheiros nos intervalos e ficam transitando nas suas zonas de conforto, procurando empurrar o oponente para a zona de desconforto.

Isso faz parte do jogo, mas não é todo o jogo. Não se trata de advogar de maneira artificial um diálogo de donzelas. Mas sim de exigir um questionamento sério a fim de que o eleitor não fique fora do debate hoje reduzido a uma ação entre inimigos reciprocamente protegidos.

Crédito das pesquisas

Toda eleição é a mesma coisa: os acertos das pesquisas são esquecidos e seus desacertos superdimensionados. O problema não está na amostragem das tendências - todas captadas nesta eleição particularmente imprevisível -, mas na expectativa de que elas adivinhem o resultado das urnas.

Por mais que se diga que refletem um momento, as pessoas insistem em vê-las como bolas de cristal e desconsideram os demais fatores. O principal deles, as decisões de última hora. Depois de encerrada a propaganda eleitoral, o período de pesquisas e os debates, sobram ainda ao menos 24 horas para as pessoas refletirem e conversarem a respeito de tudo o que se passou na campanha.

A continha de dois pontos para lá três pontos para cá não para em pé diante das condições objetivas e subjetivas da política. Essas é que compõem o cenário que levará ao resultado. Mas é sempre assim, na próxima eleição começa tudo de novo.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Quinta-feira, 16 de outubro de 2014 – Pg. A6 – Internet: clique aqui.

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