Papa Francisco frente à injustiça, exclusão e pobreza

Luis Badilla
Il Sismógrafo
29-10-2014


São muitas as passagens chave do discurso que o Papa Francisco, na Sala Velha do Sínodo, abordou aos participantes do encontro
“Movimentos populares. Terra, casa e trabalho, direitos para todos”.
Papa Francisco entre alguns participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares,
promovido pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz, em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
Vaticano, 27 e 29 de outubro.
 
Um primeiro pensamento que parece ser fundamental é este: “Este nosso encontro não faz referência a uma ideologia. Vocês não trabalham com ideias. Trabalham com realidade, como aquelas que eu tenho mencionado e muitas outras que me contaram. Vocês têm os pés no lodo e as mãos na carne. Cheiram a comunidade, a pessoas, a luta! Queremos que a voz de vocês seja ouvida, a qual geralmente não o é. Talvez porque incomoda, talvez porque o vosso grito cria repulsa, talvez porque existe o medo da mudança que vocês exigem, mas sem a presença de vocês, sem realmente andar pelas periferias, as boas propostas e os projetos que seguidamente ouvimos nas conferências internacionais acabam no reino das ideias. É um projeto meu.”

Após, o Papa deixa claro o seu pensamento com uma segunda reflexão: “Não se compreende que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho.Terra, casa e trabalho, aquilo pelo que vocês lutam, são direitos sagrados. Exigir isso não é nada estranho, é a doutrina social da Igreja”.

O Santo Padre adiciona uma terceira consideração: “Alguns de vocês disseram: este sistema não se sustenta mais. Devemos mudá-lo, devemos recolocar a dignidade humana no centro e sobre este pilar construir as estruturas sociais alternativas que precisamos. Deve ser feito com coragem, mas também com inteligência. Com tenacidade, mas sem fanatismo. Com paixão, mas sem violência. E todos juntos devemos enfrentar os conflitos sem ficar aprisionados, procurando sempre resolver as tensões para que se alcance um nível superior de unidade, de paz e de justiça. Nós cristãos temos alguma coisa boa, uma linha de ação, um projeto, pode-se dizer, revolucionário. Aconselho que vocês leiam as bem- aventuranças que estão no capítulo 5 de São Mateus e 6 de São Lucas (Mateus, 5,3 e Lucas, 6,20), e de ler também a passagem de Mateus 25”.

Finalmente o Papa assinala como quarta reflexão central: “A perspectiva de um mundo de paz e de justiça duradouras nos pede para superar o assistencialismo paternalista, exige, de nós que cremos, novas formas de participação que incluem os movimentos populares e deem ânimo às estruturas de governo locais, nacionais e internacionais, com uma torrente de energia moral que nasce do envolvimento dos excluídos na construção do destino comum. E isso com desejo construtivo, sem ressentimentos, com amor.”

Leia a íntegra desse pronunciamento de Papa Francisco,
clicando aqui.

Traduzido por Ivan Pedro Lazzarotto.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 30 de outubro de 2014 – Internet: clique aqui.

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