Papa Francisco frente à injustiça, exclusão e pobreza
Luis Badilla
Il Sismógrafo
29-10-2014
São muitas as
passagens chave do discurso que o Papa Francisco, na Sala Velha do Sínodo,
abordou aos participantes do encontro
“Movimentos populares.
Terra, casa e trabalho, direitos para todos”.
Um primeiro
pensamento que parece ser fundamental é este: “Este nosso encontro não faz
referência a uma ideologia. Vocês não trabalham com ideias. Trabalham com
realidade, como aquelas que eu tenho mencionado e muitas outras que me
contaram. Vocês têm os pés no lodo e as mãos na carne. Cheiram a comunidade, a
pessoas, a luta! Queremos que a voz de vocês seja ouvida, a qual geralmente não
o é. Talvez porque incomoda, talvez porque o vosso grito cria repulsa, talvez
porque existe o medo da mudança que vocês exigem, mas sem a presença de vocês,
sem realmente andar pelas periferias, as boas propostas e os projetos que
seguidamente ouvimos nas conferências internacionais acabam no reino das
ideias. É um projeto meu.”
Após, o Papa deixa claro o seu pensamento com uma segunda reflexão: “Não se compreende
que o amor pelos pobres está no centro do Evangelho.Terra, casa e trabalho,
aquilo pelo que vocês lutam, são direitos sagrados. Exigir isso não é nada
estranho, é a doutrina social da Igreja”.
O Santo Padre adiciona uma terceira consideração: “Alguns de vocês disseram: este sistema não
se sustenta mais. Devemos mudá-lo, devemos recolocar a dignidade humana no
centro e sobre este pilar construir as estruturas sociais alternativas que
precisamos. Deve ser feito com coragem, mas também com inteligência. Com
tenacidade, mas sem fanatismo. Com paixão, mas sem violência. E todos juntos
devemos enfrentar os conflitos sem ficar aprisionados, procurando sempre resolver
as tensões para que se alcance um nível superior de unidade, de paz e de
justiça. Nós cristãos temos alguma coisa boa, uma linha de ação, um projeto,
pode-se dizer, revolucionário. Aconselho que vocês leiam as bem- aventuranças
que estão no capítulo 5 de São Mateus e 6 de São Lucas (Mateus, 5,3 e Lucas,
6,20), e de ler também a passagem de Mateus 25”.
Finalmente o Papa assinala como quarta reflexão central: “A perspectiva de um mundo de paz e de
justiça duradouras nos pede para superar o assistencialismo paternalista,
exige, de nós que cremos, novas formas de participação que incluem os
movimentos populares e deem ânimo às estruturas de governo locais, nacionais e
internacionais, com uma torrente de energia moral que nasce do envolvimento dos
excluídos na construção do destino comum. E isso com desejo construtivo, sem
ressentimentos, com amor.”
Leia a íntegra desse
pronunciamento de Papa Francisco,
clicando aqui.
Traduzido por
Ivan Pedro Lazzarotto.
Fonte: Instituto
Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 30 de outubro de 2014 –
Internet: clique aqui.
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