«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

EDUCAÇÃO - URGÊNCIA NACIONAL ! ! !

Membro da ABL reivindica reforma no sistema educacional do país
Arnaldo Niskier - membro da ABL

O Brasil precisa de uma reforma "enorme" de seu "ultrapassado" sistema educacional para preparar os estudantes para os desafios da sociedade do conhecimento, afirmou nesta quinta-feira Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Niskier, que participou de uma conferência sobre o poeta Manuel Bandeira no Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, no centro da Espanha, afirmou em entrevista à Agência Efe que, apesar de o Brasil ter 60 milhões de estudantes, 200 mil escolas e três milhões de professores, o sistema educacional está defasado.

"Conheço bem os políticos. Falam muito de educação, mas fazem pouco. É preciso pagar melhor os salários dos professores e fazer uma reformulação completa do conteúdo", declarou.

O acadêmico avaliou o trabalho desenvolvido pela presidente da República, Dilma Rousseff, no campo da educação e considerou "muito importante" a criação do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec), que hoje conta com 12 milhões de estudantes. No entanto, lamentou que "sejam sempre poucas" as medidas desse tipo.

Para o imortal da ABL, o programa é o maior exemplo de que os temas educativos dependem "da autoridade maior", ou seja, que o presidente da República tenha "consciência de que deve proteger a educação e criar projetos sensíveis à população com efetividade e excelentes resultados".

Niskier reivindicou pensadores "autônomos, com soberania e que pensem com a perspectiva sociocultural do país", e advertiu que não se pode criar um pensamento brasileiro "pensando com a cabeça dos outros", ou seja, de pessoas de outros países ou continentes.

Sobre o poeta Manuel Bandeira, tema principal do evento, Niskier louvou sua figura e o classificou como um dos precursores do modernismo brasileiro e da poesia no país. Segundo ele, há grandes poetas no Brasil: "O problema é que não são vendidos muitos livros, uma pena, pois se a política oferecesse apoio, a poesia seria mais prestigiada", disse.

Fonte: Portal TERRA – Educação – 02 de outubro de 2014 – 09h17 – Internet: clique aqui.

UM EXEMPLO ...

Rede estadual paulista de educação perde recursos e segue mal avaliada por pais e alunos

Cida de Oliveira e Sarah Fernandes

Com queda nos investimentos que beira os 40%, escolas estaduais são consideradas ruins ou péssimas para mais da metade da comunidade, com problemas que vão da falta de professores à insegurança
Alunos da Escola Estadual "Alexandre von Humboldt" - São Paulo (SP)
Todos os dias, os alunos da escola Alexandre von Humboldt, na Vila Anastácio, região oeste da capital paulista, têm nove aulas, algumas delas em laboratórios equipados. Em sua maioria, os professores são efetivos, vieram de universidades de renome, entre elas a USP, e vários deles têm mestrado e doutorado.

Eles próprios desenvolvem as aulas, que, na opinião de muitos estudantes, são muito melhores do que as que tinham nas escolas particulares onde estudavam antes. Isso porque “não tem 'decoreba' e eles refletem sobre o que estão aprendendo e aprendem refletindo”.

Além das disciplinas do currículo básico do ensino médio, há atividades complementares, como iniciação científica, técnicas de estudo e grupos que se dedicam a temas diversos, como literatura contemporânea oriental, que inclui mangá e anime. Em muitos casos o envolvimento é tamanho que leva muitos deles a se reunir aos sábados para discutir ou realizar de projetos.

Uma pesquisa informal entre eles mostra que a maioria pretende ir para a universidade, inclusive para carreiras científicas, entre elas a astronomia – de tão empolgados com os estudos que muitos já realizam sobre o tema nas atividades complementares.

E para aqueles que gostam de esportes, a escola oferece treinos de vôlei, futebol e rúgbi, paralelos às aulas de educação física, que ali são voltadas também para o conhecimento do corpo em desenvolvimento. Disciplina com avaliação, aliás. Para completar, há lanches e almoço fornecidos pela escola, além de linhas de ônibus fretados, sem custo, pela manhã e à tarde, com itinerários que deixam os alunos perto de casa.

E como nem tudo é perfeito, alguns ventiladores seguem carecendo de manutenção, o grêmio estudantil seria ainda mais atuante se fosse estimulado pela direção e há por ali grupos não tão interessados. Minoritários, chegam a atrapalhar aulas no começo do ano, mas logo acabam se enquadrando ou se transferindo. De acordo com os estudantes, não há casos de desentendimento entre eles e tampouco com os professores. Muito menos episódios de violência.

Não por acaso, o colégio é muito procurado pelos pais. Vários deles são ex-alunos que atestam que a qualidade do ensino oferecido ali é histórica, de muito tempo antes de passar a funcionar em tempo integral.
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Exceção

No entanto, o Alexandre – como é mais conhecido – está na elite da rede estadual paulista. Uma espécie de ilha de excelência, cartão de visitas, uma exceção. A regra geral do setor é que o estado de São Paulo oferece à população:
  • um conjunto de quase 5 mil escolas sem infraestrutura adequada,
  • nas quais há rotatividade de professores,
  • a maioria contratados em caráter emergencial,
  • sem vínculo nem direitos,
  • que recebem por dia,
  • trabalhando em condições precárias, 
  • lecionando em três períodos,
  • correndo de uma escola para outra.
Em março, o Instituto Data Popular divulgou uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), que entrevistou 700 profissionais, 700 pais e 700 alunos. Os resultados dão uma ideia da dimensão do problema. Para 70% dos estudantes e 50% dos pais, as escolas são regulares, ruins ou péssimas e estão longe de cumprir seu papel de formar cidadãos, ensinar conteúdos e preparar para o mercado de trabalho.
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Segundo a maioria dos alunos (64%), as turmas ficam sem aula em média seis vezes por mês devido à falta de professores, inclusive substitutos. Apenas 5% afirmaram não ter tempo livre na escola. A falta de segurança, porém, é o problema número um, conforme 57% dos professores, 78% dos pais e 70% dos alunos, que consideram sua escola violenta. Tanto que 44% dos professores e 28% dos alunos afirmaram ter sofrido algum tipo de violência.

Segundo a Apeoesp, além das condições insatisfatórias de trabalho, agravadas por baixos salários, que desestimulam o interesse pela carreira docente e esvaziam os cursos de licenciatura, há problemas na organização dos tempos, dos espaços e no currículo escolar, além da falta de democracia na gestão escolar, fundamental para que o projeto político-pedagógico atenda aos anseios e às  necessidades da comunidade.

Em manifesto em defesa dos professores e da escola pública, divulgado recentemente, a entidade reitera a reivindicação de reposição das perdas salariais e um reajuste de 75,33%, para que sua média salarial seja equivalente à das demais profissões com formação em nível superior.
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“Já temos aprovado no Plano Nacional de Educação o custo aluno qualidade custo (CAQi), que virará uma grande bandeira nossa, até por incluir o salário de professores, o projeto arquitetônico das escolas e a compra de materiais. É um meio de trazer para as escolas todos os avanços tecnológicos que os alunos já experimentam fora dela”, afirma a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha. “Falta integração na educação básica e recursos e dotar escolas de mudanças substanciais para que alunos de fato aprendam. Não basta, por exemplo, ter tempo integral, é preciso um ensino integrado, que articule as matérias com atividades culturais e esportivas.”

Menos dinheiro

Dados do site da Secretaria Estadual de Educação informam que entre 2010 e 2014 a previsão de orçamento para o setor seguiu uma progressão de aumento, saltando de R$ 18,8 bilhões para R$ 27 bilhões. E, pelas contas da Secretaria Estadual da Fazenda, que comparou o orçamento total deste ano e de 2013, houve acréscimo de 10,1%, passando de R$ 24,2 bilhões para R$ 26,6 bilhões.

O pagamento de pessoal e encargos ficou com a maior fatia do bolo: R$ 17,5 bilhão, 13,9% a mais que no ano passado. A verba para custeio de programas também aumentou nesse período, de R$ 7,9 bilhões para R$ 8,5 bilhões – um ganho de 8%.
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No entanto, a verba orçada pelo governo Alckmin para investimentos – que inclui construção de escolas, reformas estruturais nos prédios e compra de equipamentos – caiu 37,5%, segundo a Secretaria da Fazenda. Foi reduzida de R$ 889 milhões, em 2013, para R$ 559 milhões agora em 2014.

Conforme o Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo), em 12 de fevereiro, a diferença na verba orçada para investimentos é 36,62% na comparação de 2013 com 2014, como denunciou reportagem da RBA em março.

No ano passado, a previsão do montante era de R$ 749.079.731. Para 2014 foi reduzida para R$ 474.751.933 – quase R$ 275 milhões a menos. É o menor valor de toda a gestão de Geraldo Alckmin e quase a metade da previsão orçamentária para investimentos de 2012, no valor de R$ 957.227.547.

Na época, a Secretaria de Educação não confirmou os dados do Sigeo, esclarecendo que o valor previsto neste ano seria de R$ 670,1 milhões, maior do que o descrito pela Fazenda e pelo sistema de informações. Mas não justificou a diferença de valores.

Em nota oficial, afirmou que "a pasta conta com 5 mil escolas estaduais que atendem plenamente à demanda para a educação básica e que tem como prioridade a valorização dos cerca de 300 mil educadores e funcionários da rede estadual, tendo em vista que investir nos profissionais é investir em Educação". E que "com a implantação de uma nova política salarial pela pasta, que, aliada aos mecanismos de promoção e aumento do quadro de servidores, resultou em um crescimento de R$ 2,2 bilhões da verba destinada à folha de pagamento projetada para este ano".

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Fonte: Rede Brasil Atual – Eleições 2014 – 02/10/2014 – 09h01 – Última modificação: 02/10/2014 – 09h15 – Internet: clique aqui.

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