MACONHA E DESEMPENHO ESCOLAR
Adolescente
que usa maconha regularmente pode ter desempenho escolar prejudicado
BBC Brasil
Estudo mostrou que
quem havia usado maconha ao menos 50 vezes até completar 15 anos teve notas
abaixo da média
Adolescentes que usam maconha regularmente arriscam
prejudicar sua performance escolar, segundo um novo estudo feito no Reino Unido. No entanto, a pesquisa ressalta que é
difícil distinguir os efeitos negativos desse hábito do impacto de outros
comportamentos considerados de risco, como o consumo de álcool.
O estudo acompanhou 2
mil adolescentes da região de Bristol, no sudoeste da Inglaterra, desde seu
nascimento nos anos 1990.
Foram analisados testes de inteligência feitos por eles
quando tinham 8 anos de idade e aos 15 anos, além de suas notas em um exame
nacional para estudantes conhecido como Certificado Geral de Educação
Secundária.
Os resultados mostraram que o uso esporádico da maconha não
está ligado a um desempenho ruim nos testes. Mas aqueles que tinham usado maconha ao menos 50 vezes até completar 15
anos de idade tiveram notas abaixo da média.
O estudo ainda sugere que adolescentes que fumaram maconha uma vez por semana tiveram sua
"performance intelectual" prejudicada.
Mas como esses adolescentes também costumam beber ou usar
outras drogas, os pesquisadores tiveram dificuldades para individualizar o
impacto de cada comportamento sobre seu desempenho escolar.
Debate
"Eles vão mal na escola porque fumam maconha ou eles
fumam maconha porque vão mal na escola?", questiona a cientista Claire
Mokrysz, da University College London. "O estudo sugere que a causa do
problema é mais complexa."
Ainda assim, mesmo quando os outros comportamentos de risco
foram levados em conta, aqueles estudantes que faziam "uso intenso"
de maconha aos 16 anos de idade tiveram resultados um pouco piores.
Mokrysz acredita que o estudo deve levar a um debate sobre
as campanhas de saúde pública. "A crença de que a maconha é especialmente
prejudicial pode tirar a atenção de outros comportamentos potencialmente
ruins", ela afirma.
Para a pesquisadora, os
danos no longo prazo às habilidades intelectuais normalmente associadas à
maconha podem ser um resultado de um estilo de vida do qual o uso dessa droga
faz parte.
Para Guy Goodwin,
especialista em neupsicofarmacologia da Universidade de Oxford, o estudo é
importante, porque indica que as
campanhas de saúde pública com foco na maconha deveria levar em conta também o
uso de outras drogas de fácil acesso e outros tipos de comportamento.
"Isso pode ser ainda mais importante do que a própria maconha."
Fonte: Portal iG –
Último Segundo – Educação – 21/10/2014 – 16h08 – Internet: clique aqui.
SAIBA
MAIS...
Cerca de 1,5
milhão de pessoas consomem maconha diariamente, aponta estudo
Levantamento foi feito
por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Ronaldo Laranjeira - psiquiatra |
Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) realizado
por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que 1,5
milhão de adolescentes e adultos consomem maconha diariamente no País.
Ainda de acordo com o estudo, divulgado nesta quarta-feira
(1º), 7% da população adulta - 8 milhões de pessoas com idade entre 18 e 59
anos - já experimentou maconha alguma vez. Só no último ano, 3 milhões de
adultos fumaram maconha.
Entre os adolescentes, 600 mil - 4% da população - usaram
maconha uma vez na vida. No último ano, 470 mil (3%) consumiram a droga.
Os pesquisadores indicam que 60% dos usuários consumiram a
droga pela primeira vez antes dos 18 anos, um em cada dez homens adultos
experimentou a droga uma vez na vida, mais de 1% da população masculina é
dependente, quase 40% dos adultos usuários são dependentes e 1 em cada dez
adolescentes que usam maconha é viciado.
Sobre a legalização da maconha no Brasil, 75% dos entrevistados
se disseram contrários à proposta. Outros 11% apoiam, 9% não souberam responder
e 5% não responderam.
Foram entrevistadas 4.607 pessoas em 149 municípios, com
idade a partir de 14 anos. A amostragem, de acordo com os coordenadores do
estudo, é representativa. Diferentemente da primeira pesquisa, feita em 2006,
os entrevistados no atual levantamento responderam a um questionário sigiloso
sobre consumo de drogas.
Para o coordenador da pesquisa, o psiquiatra Ronaldo
Laranjeira, um dado preocupante é a proporção entre usuários adultos e
adolescentes. Em 2006, existia um adolescente para cada adulto que usa maconha.
Em 2012, a proporção aumentou para 1,4 adolescente por adulto. Em 62% dos
casos, os usuários experimentaram a droga pela primeira vez antes dos 18 anos.
“Se as leis ficarem mais frouxas em relação ao uso da
maconha, o maior prejudicado vai ser o adolescente. Qual vai ser o impacto em
relação à saúde mental desses adolescentes? É isso que os dados nos alertam. A
pessoa que já é usuária não vai mudar o padrão de consumo. Quem pode mudar o
padrão de consumo, de acordo com a nossa atitude legislativa, é o adolescente”,
avalia.
Fonte: Portal iG –
Último Segundo – Brasil – 01/08/2012 – 15h21 – Atualizada em 01/08/2012 às
16h00 – Internet: clique aqui.
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