LULA E DILMA SABIAM DA CORRUPÇÃO NA PETROBRÁS, DIZ REVISTA
Segundo
reportagem da “Veja”,
depoimento
de Youssef à Justiça detalha envolvimento de integrantes do Planalto em esquema
na estatal;
defesa
diz que doleiro nunca mencionou petistas
Capa da revista VEJA nas bancas a partir de hoje (24/10/2014) |
O doleiro Alberto
Youssef, preso na Operação Lava Jato,
afirmou em depoimento à Justiça Federal que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a presidente Dilma Rousseff tinham conhecimento do esquema de corrupção
envolvendo a Petrobrás, de acordo com reportagem publicada na edição desta
semana da revista Veja. O depoimento
teria ocorrido nessa terça-feira, 21,
na sede da Polícia Federal em Curitiba, como parte do acordo de delação premiada
feito entre Youssef e a Justiça.
Segundo a reportagem da revista, o doleiro afirmou que o Palácio do Planalto "sabia de
tudo". Questionado sobre quem
sabia, Yousseff teria respondido "Lula e Dilma". O doleiro não
apresentou, durante a delação, provas sobre o envolvimento dos dois. Aos
investigadores, ele teria dito ter
documentos que comprovam que a operação não existiria na estatal sem o
conhecimento de Lula e da presidente.
O doleiro está preso desde março sob acusação de comandar um
esquema de lavagem de dinheiro que teria
movimentado R$ 10 bilhões. Ele e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás
Paulo Roberto Costa, também preso, afirmaram que integrantes do PT, PMDB e PP recebiam até 3% sobre o valor de contratos
firmados pela estatal. Os recursos abasteceriam os partidos e teriam
servido de caixa 2 na campanha eleitoral de 2010. Youssef afirmou ainda que ao menos 28 parlamentares foram beneficiados
e disse ter documentos que comprovam o esquema.
Paulo Roberto Costa,
também em depoimentos concedidos como parte do acordo de delação premiada,
afirmou que 32 parlamentares estavam no
esquema. Conforme mostrou o jornal O Estado
de S. Paulo na semana passada, Costa disse que o então senador e
ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra,
que morreu em março deste ano, recebeu R$ 10 milhões para ajudar a enterrar uma
CPI contra a Petrobrás, em 2009. A direção do partido disse defender a
investigação do caso.
O depoimento de Youssef, ainda de acordo com a revista,
detalhou o papel do doleiro no esquema, sua rotina de encontros com integrantes
do Executivo e do Legislativo, além de diálogos com o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli.
O criminalista Antonio
Figueiredo Basto, que comanda a defesa de Youssef, disse que o doleiro nunca
citou a ele os nomes de Dilma e de Lula. “O Beto (Youssef) me disse apenas que
tudo 'vinha lá de cima’, mas jamais citou os nomes da Dilma e do Lula. Lamento
que esse clima de eleição está gerando uma loucura no Brasil, muita
especulação. Beto não me falou sobre Dilma e Lula.”
Basto afirmou ainda que não pode se manifestar sobre
questões protegidas pelo sigilo, principalmente depoimentos no âmbito da
delação premiada. “Eu repudio o uso e o vazamento de informações por quaisquer
das partes, por quem quer que seja, nesse ambiente eleitoral, por questões
eleitorais. Eu não posso desmentir nem confirmar o que foi colocado (na
revista) porque nós, da defesa, não ficamos de posse dos depoimentos do Beto
(Youssef) e não temos interesse nenhum em vazamentos.”
À revista Veja,
os procuradores envolvidos na investigação não comentaram o teor do depoimento
porque o processo corre em segredo de Justiça. As declarações de Youssef ainda
precisam ser homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que certificará a
veracidade das informações apresentadas pelo delator.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
– Política/Eleições 2014 – 24 de outubro de 2014 – 10h03 – Internet: clique
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