INACREDITÁVEL - ESSE É UM ESCÂNDALO MAIOR QUE O MENSALÃO!!!
Ex-diretor da
Petrobrás diz que pagou propina a PT, PMDB e PP
Ricardo Brandt
Paulo Roberto Costa
declarou à Justiça Federal que esquema financiou campanhas das três siglas nas
eleições de 2010
Paulo Roberto Costa - Ex-diretor da Petrobras |
O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto
Costa confirmou nesta quarta-feira, 8 de outubro, em depoimento à Justiça
Federal no Paraná que pagou propinas ao
PT, ao PMDB e ao PP. Ele declarou que o
esquema financiou a campanha eleitoral de 2010 de parlamentares e partidos.
Costa depôs durante duas horas, em Curitiba, no processo em
que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro desviado das obras da
refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Disse
que foi indicado para o cargo, em 2004, pelo então deputado José Janene
(PP-PR) - morto em 2010, Janene foi réu no processo do mensalão do PT, no
Supremo Tribunal Federal.
O ex-diretor da
Petrobras, que era funcionário de carreira da estatal, afirmou que chegou ao cargo com a missão de montar um esquema de
propinas para políticos. Ele declarou que os pagamentos para os partidos eram divididos na proporção de "1%
para um e 2% para outro" - sobre valores superfaturados de contratos da
Petrobras com empreiteiras e fornecedores.
O ex-diretor é personagem central da Operação Lava Jato, deflagrada em março. Durante oito anos ele
ocupou o cargo estratégico na estatal. De acordo com a Polícia Federal, Costa e
o doleiro Alberto Youssef são os mentores de organização criminosa que se
infiltrou em órgãos públicos.
Costa fez delação premiada ao Ministério Público Federal, homologada
pelo ministro Teori Zavascki, do STF [Supremo Tribunal Federal]. Em troca de
revelações, ele espera ter a pena reduzida. Nos depoimentos no âmbito da
delação, citou, além dos partidos, nomes de políticos.
Ontem, Costa não mencionou os nomes porque estava falando à
Justiça Federal de primeira instância. Se citasse alguém, o caso teria de ser
remetido ao Supremo, que tem competência exclusiva de processar parlamentares.
Alberto Youssef - mega-doleiro |
Colegas
Costa apontou nomes de outros diretores e ex-diretores da
Petrobras que, segundo ele, faziam parte do esquema. Afirmou que recebeu
"pessoalmente de Sérgio Machado
(presidente da Transpetro) a quantia
de R$ 500 mil". Citou Nestor
Cerveró, ex-diretor de Internacional da empresa.
Youssef também
depôs ontem. O doleiro, que também fez delação premiada, e Costa revelaram
valores da propina, como o esquema era operado e onde eram feitas as reuniões
do grupo, além de indicarem atas, notas fiscais e outros documentos que,
segundo eles, confirmam quem pagava e quem recebia.
Os dois deram detalhes das offshores [1] por onde transitaram
valores da corrupção e as contas. "Não
é depoimento de ouvir dizer, várias vezes eles (Costa e Youssef) disseram 'eu
sim', 'eu fiz', 'conversei', 'estive'", relatou o criminalista
Figueiredo Basto, que defende Youssef e acompanhou a audiência.
Costa afirmou que em
"outras diretorias" da Petrobras também havia esquema de propinas.
"Havia um esquema de grupos atuando na Petrobras, cada um com seus
interesses, cada um com seu operador." Ele e Youssef negaram serem os
líderes da organização.
"Os líderes
estão fora desse processo, são agentes políticos, não são as empresas
também", afirmou Youssef, segundo seu advogado. "O Paulo (Costa)
deixou bem claro que esse esquema financiou a campanha de 2010, só não pode
dizer de quem, mas de muita gente."
O ex-diretor citou
empreiteiras que teriam pago comissões, como a Camargo Correa. "As
empresas e fornecedores estavam submetidas até à quebra se não pagassem
propina. Quem não paga não participa."
Além de Machado e Cerveró, ele apontou os nomes de outros ex-diretores da Petrobras - Renato Duque
(Engenharia), José Eduardo Dutra (BR
Distribuidora) e Jorge Zelada - que
manteriam esquemas paralelos de propina na estatal, alguns em cruzamento com o
esquema movimentado por ele e Youssef. Costa
afirmou que não tinha autonomia na Petrobras para promover desvios.
Por seus assessores, o presidente
da Transpetro, Sérgio Machado,
revelou indignação. "Essa história é uma maluquice. Nunca houve nada
disso." O jornal O Estado de S.
Paulo solicitou à noite manifestação da Petrobras e dos ex-diretores. Não
houve retorno. O Consórcio CNCC, controlado pela Camargo Correa, informou que
"não teve acesso ao depoimento e repudia qualquer acusação de atuação
irregular".
N
O T A
[1]
– Offshore é um termo da
língua inglesa cujo significado literal é “afastado
da costa”. Em termos financeiros, é designada por offshore uma empresa que
tem a sua contabilidade num país distinto daquele (s) onde exerce a sua
atividade. Com o objetivo de aumentar os lucros e ganhar maior competitividade,
algumas empresas deslocam a sua sede contabilística para paraísos fiscais,
assim denominados por possuírem algumas características como: baixa carga
tributária ou mesmo isenção fiscal, garantia de absoluto sigilo bancário,
estabilidade política e legislativa, privacidade dos negócios etc. Os
principais paraísos fiscais são: Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas, Uruguai,
Panamá e Ilhas Cayman.
Clique sobre a imagem para ampliá-la |
Fonte: O Estado de S.
Paulo – Política – Quinta-feira, 9 de outubro de 2014 – Pg. A13 – Internet:
clique aqui e aqui.
PF identifica
depósitos de US$ 4,8 milhões da OAS
nas contas de
Paulo Roberto Costa
Fausto Macedo,
Ricardo Brandt e Mateus Coutinho
Documentos bancários
foram apreendidos com operador do doleiro Alberto Youssef e juntados aos autos
da Lava Jato
A Polícia Federal [PF] e a Procuradoria da República
identificaram depósitos no valor global de US$ 4,8 milhões da OAS
African Investments Limited na conta da offshore Santa Thereza Services Ltd, controlada pelo ex-diretor de
Abastecimento da Petrobrás, Paulo
Roberto Costa, alvo maior da Operação Lava Jato.
Os depósitos –
divididos em três créditos no valor de US$ 1,6 milhão cada – foram realizados nos dias 7 de maio, 11 de
junho e 17 de julho de 2013 na conta da Santa Thereza, na Suíça.
A OAS African Investments
faz parte da OAS, gigante da
construção.
O Ministério Público Federal e a PF localizaram documentos
sobre as transferências durante buscas no escritório e na residência do
executivo João Procópio Junqueira de
Almeida Prado, apontado como operador do doleiro Alberto Youssef – mentor
do esquema de lavagem de dinheiro, segundo a Lava Jato.
As buscas foram realizadas em julho, por ordem judicial. A Santa Thereza é uma das onze offshores
controladas por Paulo Roberto Costa, que fez acordo de delação premiada com
o Ministério Público Federal.
No acordo, Costa abriu mão de todos os ativos depositados em
contas das offshores por ele administradas, inclusive a Santa Thereza Services
Ltd. Costa já autorizou a repatriação de US$ 25,8 milhões
depositados na Suíça e em Cayman. “Chama
a atenção no extrato bancário da conta mantida pela Santa Thereza Services Ltd
os valores milionários provenientes, sobretudo, da OAS African Investments
Limited”, assinala o Ministério Público Federal.
Com João Procópio a PF apreendeu extrato da conta da
offshore Santa Thereza no período de 8 de outubro de 2012 a 4 de março de 2013,
com diversas operações em valores iguais de US$ 1 milhão cada. Em 2011, segundo
a Procuradoria da República, a conta da Santa Thereza na Suíça recebeu “onze operações
sequenciais” de créditos originadas da Sanko Sider. A conta da Santa Thereza
recebeu US$ 289,74 mil euros da Sanko Sider entre 24 de janeiro de 2013 e 7 de
fevereiro de 2014. “Esse valor é
relacionado aos crimes de corrupção, peculato, contra o sistema financeiro e
tributário”, afirma a Procuradoria da República.
A PF e o Ministério Público Federal apuraram que dentro da
conta da offshore Santa Thereza há quatro subcontas denominadas Fianca, CC, Premier e Sanko “todas
controladas pela organização criminosa de Youssef e utilizadas para práticas
delitivas”, segundo a Procuradoria.
Segundo a Procuradoria, a
OAS “está diretamente envolvida com os desvios de valores e crimes contra a
administração”.
No acordo de delação, Paulo Roberto Costa reconheceu que
todos os valores depositados em contas das offshores, inclusive da Santa
Thereza, são “integralmente produto de atividade criminosa”. Ele se comprometeu
a “prontamente praticar qualquer ato necessário à repatriação desses valores em
benefício do país”.
Fonte: O Estado de S.
Paulo – Política – Quinta-feira, 9 de outubro de 2014 – Pg. A13 – Internet:
clique aqui.
Ex-contadora
de doleiro diz ter repassado dinheiro para pagar multa do mensalão
RICARDO BRITO
Meire Poza afirmou à
CPI mista que investiga a estatal que visitou jornalista durante três meses
para pegar dinheiro que seria usado para Enivaldo Quadrado quitar sua dívida
com a Justiça
Meire Poza em depoimento à CPI mista no Congresso Nacional (08/10/2014) |
A contadora Meire Poza confessou nesta quarta-feira, 8 de
outubro, em depoimento à CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] mista da
Petrobrás, ter repassado dinheiro para pagar a multa de um condenado no
processo do mensalão. Ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire disse que foi à residência do
jornalista Breno Altman durante três meses para pegar em cada oportunidade R$
15 mil em dinheiro vivo. Esses recursos eram entregues, segundo ela, para o
sócio da corretora Bônus Banval Enivaldo Quadrado, que foi condenado
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro.
Quadrado foi punido pelo STF à pena de três anos e seis meses
de prisão e a uma multa de R$ 28,6 mil, à época da condenação em 2012 e cujo
valor foi atualizado posteriormente. Meire disse que os recursos serviram para
pagar a multa do sócio da corretora Bônus Banval.
A contadora afirmou que pegou os recursos em espécie no
portão da casa do jornalista nos meses de maio, junho e julho deste ano. "Em relação a esses R$ 15 mil, ele
(Breno Altman) dizia que o PT estava pagando a multa do mensalão",
afirmou ela, inicialmente, em resposta a pergunta feita pelo líder do PPS na
Câmara, Rubens Bueno (PR).
Posteriormente, contudo, Meire disse, em resposta a
questionamento feito pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), que o jornalista
não sabia a origem do recurso. Como fala na qualidade de depoente, ela não pode
mentir à CPI. Se o fizer, pode ser processada por crime de perjúrio e sair
presa do depoimento.
A ex-contadora de Youssef afirmou que a pena de Enivaldo
Quadrado foi convertida em prestação de serviços à comunidade, a qual ele
começou a cumprir a partir de maio deste ano em Assis (SP). Foi por isso que,
segundo Meire, Quadrado pediu a ela para que buscasse esses valores na casa de
Altman em São Paulo para levá-lo a ele, em Assis.
Meire disse que conhecia Quadrado desde 2009, na época em
que ele trabalhava em uma corretora de valores. Ela destacou que dividia com Quadrado metade dos 7% que cobrava de
comissão para a emissão dos R$ 7 milhões em notas frias. Em valores, isso
dava R$ 122.500 para cada um. Segundo ela,
foi Enivaldo Quadrado quem a apresentou a Youssef e, como Quadrado vivia em
dificuldades financeiras, ela o ajudava e se considerava uma
"espécie" de sócia dele.
Após a confissão da ex-contadora de Youssef, Domingos Sávio
disse que a multa do mensalão foi paga com "dinheiro do petrolão". O
deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) fez questão de mostrar, durante o depoimento de
Meire, uma foto do seu tablet em que Breno Altman está ao lado do ex-ministro
José Dirceu, também condenado no mensalão.
O líder do PPS na Câmara apresentou requerimento para
convocar Altman, para depor em uma futura sessão administrativa da CPI.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
– Política – Quarta-feira, 8 de outubro de 2014 – 14h51 – Internet: clique aqui.
Ex-contadora
de doleiro envolve Renan e mensalão
Renan Calheiros (PMDB - AL) - Presidente do Senado Federal |
A ex-contadora do
doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, envolveu ontem, em depoimento, o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB), do ex-ministro das Cidades do
governo Dilma Mário Negromonte e políticos
e assessores de PP, PMDB, PT e SD em negociações com seu antigo cliente. Em
depoimento à CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] mista da Petrobras, ela
detalhou as relações do doleiro com empreiteiras e disse ter intermediado
pessoalmente um repasse de recursos para pagar multa a um condenado do processo
do mensalão.
Meire Poza afirmou
que Youssef se reuniu na noite do dia 12 de março com Renan Calheiros para
tratar de uma operação milionária de compra de debêntures para a Marsans Viagens e Turismo, uma agência
de turismo que tinha o doleiro como investidor.
Segundo a contadora, a
conversa com o presidente do Senado pretendia garantir R$ 25 milhões do fundo
de pensão da Caixa (Funcef). Segundo ela, a outra parte da operação, também de R$ 25 milhões, já tinha sido
acertada com o PT e seria feita por meio do fundo de pensão dos Correios (Postalis). “Ele precisava resolver
ainda a ponta do PMDB”, disse. A negociação não prosperou porque cinco dias
depois Youssef foi preso pela Operação Lava Jato. Posteriormente, a Marsans,
empresa que, segundo a contadora, precisava de muito capital de giro, fechou as
portas.
Presidente Dilma Rousseff e Mário Negromonte (ex-Ministro das Cidades) |
Meire Poza disse
ainda que o então ministro das Cidades indicou ao doleiro uma empresa goiana de
rastreamento de veículos, setor ligado à pasta comandada por Mário
Negromonte, filiado à época ao PP. Segundo ela, apenas cinco empresas tinham a
homologação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para prestar tais
serviços, uma das quais a Controle
Monitoramento de Veículos, de Goiânia (GO). No fim do depoimento, ela disse
que a empresa foi “comprada” por Youssef.
A ex-contadora do doleiro também citou o fato de que o irmão de Negromonte, Adarico, era uma das
pessoas que fazia a “distribuição do dinheiro” por indicação de Youssef. Em
um dos casos, de acordo com ela, Adarico
viajou ao Maranhão para entregar R$ 330 mil a uma pessoa ligada à governadora
Roseana Sarney (PMDB). Meire, contudo, disse não saber quem eram os
beneficiários.
Terminada a reunião da CPI, o relator, deputado Marco Maia, avaliou que o depoimento prestado por Meire
Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, contribuiu para as investigações
e trouxe algumas novidades, como a participação dela própria no esquema. A
ex-contadora admitiu ter emitido notas frias, feito pagamentos e recebido
recursos do doleiro. Para o deputado, Poza esteve no Senado na condição de
testemunha, mas a Polícia Federal deveria investigá-la.
Fonte: Tribuna do
Norte (Natal – RN) – 09/10/2014 – 00h00 – Internet: clique aqui.
Comentários
Postar um comentário