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Com a opção
de Marina,
mapa de apoio
aos candidatos está definido
STEFÂNIA AKEL
Os principais grupos
políticos do País já têm suas posições para o 2º turno da disputa presidencial,
ainda que com diversas dissidências partidárias
Aécio Neves recebe apoio de Marina Silva |
Com a manifestação de
apoio formal da ex-candidata Marina Silva (PSB) ao candidato do PSDB à
Presidência, Aécio Neves, os principais grupos políticos já têm suas posições
definidas no segundo turno, ainda que com diversas dissidências partidárias.
O cenário mostra uma ampla convergência em torno da candidatura do tucano, invertendo a tendência vista em pleitos anteriores.
Uma semana após ficar em terceiro lugar na eleição presidencial,
Marina declarou ontem [domingo, 12/10], em São Paulo, apoio a Aécio. Em seu
pronunciamento, ela afirmou que a decisão teve como base a carta de
compromissos anunciada pelo tucano no sábado e que “a alternância de poder fará bem ao Brasil”.
Também no fim de semana, a família de Eduardo Campos recebeu o tucano em Pernambuco e o filho do
ex-candidato, João Campos, leu carta de apoio a Aécio. No decorrer da
semana passada, PV, PSC, PSB, PSDC se manifestaram favoravelmente ao candidato
do PSDB.
Já a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) recebeu o apoio formal do PROS, enquanto o PSOL
de Luciana Genro optou por recomendar voto em Dilma ou nulo. O governador
reeleito de Santa Catarina no primeiro turno, Raimundo Colombo (PSD), já afirmou que trabalhará pela petista no
segundo turno. Além de PROS e PSD, a coligação de Dilma é formada pelo PP, PR,
PRB, PDT e PCdoB. A coligação de Aécio é composta por DEM, PTB, SD, PMN, PTC,
PT do B, PTN.
Dissidências
As dissidências dentro dos partidos, porém, foram
abrangentes. O senador Cristovam Buarque
(PDT) contrariou orientação do presidente da sigla Carlos Lupi e declarou apoio ao tucano. A executiva
paulista da Rede Sustentabilidade, grupo político de Marina, ficou rachado após
a decisão da ex-ministra. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, uma carta conjunta deve ser apresentada nesta
segunda-feira, na qual integrantes da executiva estadual renunciarão as suas
funções. O número de desligamentos pode chegar a sete. Oficialmente, na semana
passada, a Rede recomendou voto em Aécio ou nulo, mas em seguida classificou a
posição como um "grave erro político".
No PSB, Roberto
Amaral, presidente interino do partido, foi contra a decisão oficial da
legenda e declarou apoio pessoal a Dilma. "A
rebeldia do Amaral não muda nossa convicção e tampouco mudará a nossa
decisão", declarou o deputado Beto Albuquerque, vice na chapa
derrotada de Marina. Com isso, Amaral
deve ser afastado da direção do partido.
O PMDB, partido de
Michel Temer, candidato a vice na chapa de Dilma, também mostra-se dividido,
com a ala do senador Jarbas Vasconcelos optando por Aécio. Em Minas, por outro
lado, o partido fez carta formal de apoio a Dilma. Neste fim de semana, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), reeleito no último
dia 5 de outubro, sinalizou para uma
composição na Câmara com o PSDB. "Não vejo dificuldade nenhuma de se
posicionar em apoio a um futuro governo Aécio", afirmou ao Broadcast
Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
– Política/Eleições – 13 de outubro de 2014 – 13h27 – Internet: clique aqui.
Eleitorado da
terceira colocada se decidiu antes dela
Carlos Melo
Cientista político e professor do Insper
Cientista político analisa
impactos da decisão da ex-ministra de apoiar tucano
Marina Silva decide apoiar Aécio Neves à Presidência da República |
Eleição é fenômeno dinâmico: repleto de acontecimentos,
adesões, críticas, ataques e contra-ataques cotidianos. No 2.º turno, o
processo é ainda mais vertiginoso. Tudo se precipita. Longe vai o tempo em que
caciques procrastinavam e, por fim, conduziam as bases ao rumo pretendido. O processo de transferência é controverso e
duvidoso, há cada vez menos condutores naturais de votos. O eleitor vota de
acordo com o líder, ou é o líder que se antecipa ao eleitor? Leonel Brizola, que
na campanha presidencial de 1989 apoiou Luiz Inácio Lula da Silva contra Fernando
Collor, é exceção, não a regra. Na
maioria das vezes, a definição do eleitor se impõe.
Claro que a adesão de Marina Silva à candidatura do PSDB é importante para Aécio Neves: não se despreza apoio, menos ainda de uma adversária que, no 1.º turno, teve 21,3% dos votos válidos. A adesão reforça o tônus positivo da campanha tucana e isola Dilma Rousseff, dá boas imagens ao programa de TV e propicia a fixação de um discurso mudancista, permitindo a utilização de metáforas grandiloquentes, mas não é exatamente assim. Os principais aliados e assessores da ex-senadora Marina já haviam se posicionado e, como uma maré, a levaram ao mar de ondas do ex-surfista Aécio.
Positivo para Aécio, mas, nesta altura, possivelmente neutro
para Dilma: de acordo com as pesquisas, também o eleitorado de Marina, independentemente da opinião dela, já se
posicionou majoritariamente em favor de Aécio e, em menor medida, em relação a
Dilma. Fatos e áudios vindos de escândalos na Petrobrás talvez sejam mais
efetivos que o pronunciamento da ex-senadora. Dilma não pode perder o que nunca
teve, nem Aécio ganhar o que já conquistara.
Quem parece ter
perdido mais foi mesmo Marina. Não pela decisão - de resto, legítima -, mas
pela demora, pela espera, pela aparente indefinição e por ter retirado de Aécio
menos do que exigiu "programaticamente", para usar sua expressão
favorita. Políticos mais sagazes sentem mais cedo o pulsar das ruas e se antecipam
a eleitores. Marina, atropelada pelos fatos, mais uma vez foi a reboque das
circunstâncias. Seu apoio é quase um romance de outono: pode-se senti-lo, é claro,
mas mais proveitoso seria se o vivesse mais cedo.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR
– Política – Internet: clique aqui – Acesso em: 14/10/2014 às 09h50.
O PT
AMARELANDO
Eliane
Cantanhêde
Dilma Rousseff e Lula |
Responda se puder: foi
a Dilma que abandonou o Lula ou foi o Lula que abandonou a Dilma? Pela
primeira vez, desde 2002, Fernando Henrique Cardoso, para o bem e para o mal,
aparece mais na campanha do que Lula.
O PT ganhou a Presidência em 2002, 2006 e 2010, mas, a cada mandato, lá se vai um naco da aura e
das cores do partido, que era vermelho e está amarelando, até azulando.
Candidatos petistas à antiga, de estrela vermelha no peito e
13 para todo lado, andam meio em extinção. Alguns, levando um banho.
Alexandre Padilha
(SP) e Gleisi Hoffmann (PR) amargaram o terceiro lugar, apesar de terem
sido até ministros de Dilma. Lindbergh Faria (RJ) chegou em quarto. O PT
mais atrapalhou que ajudou.
Quem escondeu o vermelho,
a estrela e, até onde deu, o 13, se deu bem. O também ex-ministro Fernando Pimentel levou Minas no
primeiro turno. Delcídio Amaral (MS)
chegou na frente ao segundo turno. Camilo
Santana disparou no Ceará.
Em comum, os três
coloridos têm o seguinte: deixaram o padrinho Lula e a madrinha Dilma de lado e
se penduraram em outras referências, menos vermelhas e pouco petistas.
Pimentel, que fez aliança com Aécio Neves para a eleição do
prefeito da capital, tem jeitão tucano, discurso tucano e um nome muito
parecido com o do seu adversário tucano, Pimenta da Veiga. Próximo e amigo de
Dilma, ele surfou nos velhos acordos de Aécio com o PT - lembra do Lulécio e do
Dilmazia?
Outro ironizado como "petista tucano" ou
"tucano petista" é Delcídio, cujo adversário agora é do PSDB. Já
Camilo Santana agarrou-se mais aos irmãos Cid e Ciro Gomes, do Pros, do que a Lula e Dilma. É dos
Gomes que vem sua força. Como vem de
Jaques Wagner, mais do que do PT, a força de Rui Costa na Bahia.
Como pano de fundo, os
73% que querem mudança. Se Dilma vencer, Lula pula dentro. Se perder, ela
que se cuide. Lula já tem um(a)
culpado(a). Além da imprensa, claro.
Fonte: FOLHA DE S.
PAULO – Colunistas – 14/10/2014 – 02h00 – Internet: clique aqui.
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