ELEIÇÕES 2014 - RESULTADOS E ANÁLISES
A onda virou
avalanche
O resultado do 1.º turno é muito ruim para Dilma Rousseff (PT). A presidente fez uma vantagem muito menor do que a esperada sobre Aécio Neves (PSDB), cerca de 8 milhões de votos. Em 2010, ela abriu quase o dobro disso, foram 12 milhões a mais do que o tucano José Serra. Por sua vez, Marina Silva (PSB) praticamente voltou ao seu patamar de quatro anos atrás. O que ela teve a mais veio de Pernambuco, herdado de Eduardo Campos.
A missão de Dilma é a
mais difícil de um candidato a presidente do PT desde 1998. Em quantidade
de votos, sua vantagem equivale à de Lula em 2006, mas com uma diferença
fundamental: o ex-presidente ficara a 1,4 ponto de se eleger no primeiro turno.
Dilma está a 9 pontos da reeleição.
Faltam-lhe 9 milhões de votos.
A petista vai precisar dos pouco mais de 2 milhões de votos de Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) e pelo menos 7 milhões dos 22 milhões de votos de Marina. Ou seja, Dilma precisa de 32%, ou 1 a cada 3 eleitores da candidata do PSB. Na última simulação de segundo turno, a petista conseguia 20%, 1 de 5.
Já Aécio, que chegou a convocar uma entrevista coletiva para
dizer que não renunciaria à candidatura em setembro, teve um desempenho melhor
do que o de Serra em 2010. O eleitor
mudancista migrou em massa para ele nos metros finais da corrida eleitoral
quando percebeu que Marina não tinha mais chances.
Por pelo menos um mês, Marina
surfou sozinha a maior onda de opinião pública em muitos anos no Brasil, mas
caiu da prancha e acabou na areia. Como o movimento que a carregou, sua candidatura sucumbiu ao peso das
próprias contradições.
As mesmas razões que levaram a comunidade de negócios a flertar com a
campanha de Marina à Presidência fizeram ela fraquejar nas pesquisas de intenção de voto quando a disputa esquentou.
Empresários e operadores do mercado financeiro enxergaram em
Marina mais do que uma candidata aberta ao diálogo e disposta a ouvir opiniões
divergentes – diferentemente da irredutibilidade de Dilma Rousseff (PT). Com ou
sem razão, projetaram a imagem de alguém que, por falta de uma partido,
precisaria de mais suporte de terceiros e se tornaria assim permeável a
influências externas. É como se imaginassem que poderiam tutelá-la.
O problema foi que a opinião pública pensou a mesma coisa,
com sinais trocados. Quem se deixa
tutelar não é um líder confiável. A partir das idas e vindas em relação ao seu programa de governo, colou na
imagem pública de Marina a ideia de que
ela é volúvel. Era a favor do casamento gay, depois não era mais. Saiu do
PT para o PV, depois para a Rede e, por falta de opção, entrou no PSB. Tudo em
um espaço de tempo muito curto.
Não houve um evento catastrófico, mas a sucessão de pequenos
desgastes. Sua candidatura não implodiu, foi desconstruída a marretadas, a cada
inserção de 30 segundos dos adversários na TV. Fixaram-lhe a imagem de uma
candidata sem estrutura partidária, sem equipe e sem firmeza de propósito.
A campanha de Marina era a sobreposição mal costurada do
estafe herdado de Eduardo Campos com o séquito da Rede. Seu comando mudou de estratégia no meio da corrida. Primeiro pintou-a
de vítima. No fim, tentou vesti-la de guerreira. Deu no que deu. Nem que
tivesse sido Aécio a se vestir de amarelo no debate da Globo, a queda de Marina
não teria sido interrompida nem seus ex-futuros-eleitores teriam deixado de
cair no colo do tucano. Depois que a avalanche começa, não há nada que consiga
pará-la.
O embate de Dilma com Aécio nas próximas três semanas será
uma reprise do filme que o eleitor cansou de ver em 2006 e 2010: Norte/Nordeste
contra Sudeste/Centro-Oeste, interior contra capitais, pobres contra ricos,
menos escolarizados contra mais escolarizados. O final é incerto, mas o enredo
será o mesmo de sempre; uma mistura de farsa e suspense com momentos de terror.
Fonte: O Estado de S. Paulo – Especial/Eleições 2014 –
Segunda-feira, 6 de outubro de 2014 – Pg. H2 – Edição impressa.
Para conferir os
candidatos a:
Presidente da
República,
Governador de Estado,
Senador da República,
Deputado Federal e
Deputado
Estadual/Distrital
que foram eleitos ou
passaram ao segundo turno das eleições,
clique aqui.
Você pode realizar
consultas por Estado e, no interior de cada Estado, por municípios.
Vida que segue
CARLOS MELO*
Rua repleta de "santinhos" de candidatos Em frente à Escola Estadual "João Firmino Correia de Araújo" - São Bernardo do Campo (SP) |
Cenários,
estratégias, futuro? A vida não é só esse matar leões; essa ânsia por
compreender o devir. Depois das horas mais corridas, pede-se a avaliação mais
calma e ampla; que constata sem sugerir. Um outro olhar, apenas. Ou, antes, um
dedo nas nossas feridas e nas dos outros.
Não adianta tentar tapar o sol com a peneira,
o resultado da eleição foi muito ruim para o PT — o partido ficou bem aquém de suas próprias
expectativas e aquém também dos recursos e do poder de que dispunha para
disputar a eleição, no país, nos estados; para a Câmara e para o Senado.
Não adianta a presidente dizer que teve
maioria dos votos, pois a verdade é que a maioria dos eleitores não votou em
Dilma, ainda que Dilma tenha obtido mais votos que seus adversários.
Não adianta Dilma
esbanjar um otimismo forçado porque sabe que o segundo turno transcorrerá sob
um clima muito complicado, com acusações de escândalos e com a desqualificação
dos resultados do seu governo. Desqualificar
pura e simplesmente as críticas será inócuo; e recorrer à velha estratégia de
malhar o governo FHC [Fernando Henrique Cardoso] — arma tantas vezes
utilizada — pode, um dia, não dar mais
resultado. Matar hoje o sujeito que morreu ontem também é repetitivo e
cansa.
Não adianta, Aécio, por sua vez, contar
vantagem e sentir-se um super-homem — algo tão normal aos tucanos — porque, na
verdade, vai ao segundo turno muito menos por seus méritos do que pela ruína de
Marina Silva. Sabe que foi
salvo menos por um eleitor que o aprova do que por um eleitor que desaprova
Dilma. A ordem desses fatores altera, sim, o produto.
Não adianta fazer a crítica econômica ao
governo do PT, afirmar que tudo precisa ser alterado, sem antes demonstrar como
o fará para que seu ajuste não custe, antes, o emprego das pessoas. Este é o maior medo dos indivíduos e com
ele Dilma assombrará a campanha e faz sentido que o faça. Emprego é mesmo coisa
séria.
Não adianta dizer
que não cometerá os mesmos erros do PT, sem antes demonstrar quais serão as
diferenças de seu relacionamento com o Congresso e financiadores de campanha,
por exemplo.
De nada vale a Marina dizer que foi
desconstruída sem antes admitir que os pontos que a prejudicaram foram, a
maioria deles, gerados em sua própria campanha, com toda a dissonância de
opiniões e com os recuos que demonstraram indecisão e suscetibilidade à pressão.
Não adianta afirmar
que foi um massacre. Como se diz, “os
fortes, de verdade, quando tomam veneno, o veneno só os torna mais fortes”.
Uma campanha política é mesmo um massacre para quem permite ser massacrado; é preciso saber ser leão e ser raposa,
ao mesmo tempo, para sobreviver nessa selva. E, assim, avançar.
Não adianta dizer
que não houve tempo de TV ou que tudo foi muito surpreendente e improvisado, a
partir da morte de Eduardo Campos,
porque foi mesmo assim e se sabia, de ante mão, que seria assim. E ainda assim,
seria possível evitar algumas ciladas e dar mais e mais efetivas respostas do
que Marina soube ou conseguiu dar.
Não adianta dizer o
que se disser; os problemas do sistema político brasileiro não se resolvem com
uma eleição. Aliás, em nenhum lugar do mundo se resolvem problemas assim de uma
única vez; é preciso calma, engenho e persistência. Em todo o mundo há sistemas
políticos com problemas e mesmo assim o processo político segue seu caminho.
Há críticas para
todos os gostos, desculpas para todos os pecados; há dor para todos os corações
e maldade para todos os cínicos. Não
adianta dizer que não dá para seguir adiante. O sol nasce todos os dias, o
mundo pesa e mesmo assim seguimos em frente, todos os dias. Amanhã será sempre
outro dia da vida que segue… Enquanto a vida seguir.
* Carlos
Melo,
cientista politico. Professor do Insper.
Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Blog - 06/10/2014 – 02h45 – Internet: clique aqui.
A nova
composição da Câmara dos Deputados
PT, PMDB e PSDB têm,
em ordem decrescente, as três maiores bancadas.
Plenário da Câmara dos Deputados - Brasília (DF) |
O Congresso em Foco apresenta aqui em
primeira mão a lista dos deputados federais eleitos no Distrito Federal e nos
26 estados brasileiros. Os resultados ainda estão sujeitos a alteração se
candidatos com o registro atualmente negado pela Justiça eleitoral – como o “ficha
suja” Paulo Maluf (PP-SP) – conseguirem reverter essa decisão. Mas o quadro das
candidaturas pendentes não tem possibilidade de alterar de maneira
significativa a distribuição das cadeiras entre os partidos.
Os resultados eleitorais disponíveis mostram que o número de partidos com representação na
Câmara – e, de tabela, no Congresso Nacional – aumentará de 22 para 28.
O PT, com 18
deputados a menos, foi o partido que mais perdeu parlamentares. Quem mais ganhou foi o PSDB, cuja bancada
subiu de 44 para 55 integrantes.
Um aspecto importante é que vários ex-deputados federais
voltarão ao Parlamento como o mais votado de seus respectivos estados. É o caso
de Moroni Torgan (DEM-CE), Alberto Fraga (DEM-DF) e Celso Russomano (PRB-SP), o deputado federal mais votado no Brasil, com
mais de 1,5 milhão de votos.
Outra peculiaridade da disputa para a Câmara é a grande votação alcançada por políticos
conservadores, como Jair Bolsonaro
(PP-RJ) e Luiz Carlos Heinze
(PP-RS), ambos os mais votados em seus estados.
Veja como é hoje e como ficará a composição partidária da
Câmara dos Deputados a partir de 1o de fevereiro, data de início da nova
legislatura.
Clique sobre a imagem para ampliá-la |
Fonte: Congresso em
Foco – 05/10/2014 – 23h08 – Internet: clique aqui.
Só 35
deputados se elegeram com a própria votação
EDSON SARDINHA
Os demais 478 eleitos
no domingo contaram com os votos somados do partido ou coligação para atingir a
votação necessária para a eleição de um parlamentar.
Só Russomanno elegeu
mais quatro deputados.
Veja quem se elegeu
sozinho
Dos 513 deputados federais que vão compor a Câmara a partir
do próximo ano, apenas 35 (6,8%) receberam votos suficientes para se elegerem
sozinhos. Os demais alcançaram o mandato com a soma dos votos dados à legenda
ou de outros candidatos de seus partidos ou coligações.
Dono agora da segunda maior votação da história da Câmara,
com 1,5 milhão de votos, Celso Russomanno (PRB-SP) conseguiu não só voltar à Cassa como elegeu
outros quatro deputados de seu partido:
-
o cantor sertanejo Sérgio Reis (PRB-SP), que recebeu 45.330 votos,
- Beto Mansur (PRB-SP), com 31.305,
- Marcelo Squasoni (PRB-SP), com 30.315, e
- Fausto Pinato (PRB), com 22.097 votos.
-
Capitão Augusto (PR), com 46.905 votos, e
- Miguel Lombardi (PR), com 32.080.
Ao todo, 478 deputados não alcançaram sozinhos o chamado
quociente eleitoral, que é a quantidade necessária de votos para a eleição de
um parlamentar. O quociente é definido pela divisão do número de votos válidos
pelo número de vagas que cabe a cada estado. No caso de São Paulo, o mínimo
para a eleição de um deputado este ano foi de 299,9 mil votos (número obtido
pela divisão dos 20,99 milhões de votos válidos pelas 70 cadeiras da bancada).
No caso de Tiririca e Russomanno, por exemplo, as sobras foram rateadas entre
os companheiros de partido.
Estados
e partidos
De acordo com o Departamento
Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), os estados em que mais
candidatos conseguiram alcançar o quociente eleitoral foram São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro – cinco cada. Quatro pernambucanos também obtiveram
sucesso apenas com os próprios votos. Na Paraíba, foram três. No Ceará, em
Goiás e em Santa Catarina, dois. Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará,
Paraná, Sergipe e Roraima tiveram apenas um deputado entre os que atingiram a
marca. No Distrito Federal e nos demais estados, ninguém foi eleito sozinho.
Ainda segundo o Diap, os partidos que mais tiveram
parlamentares eleitos com os próprios votos foram: PSDB (6), PT, PMDB e PP (4
cada), DEM (3), PR, PSB e PSD (2), PRB, PSC, Psol, PTB, PTN e SD (1 cada). Em
2010, 36 deputados se elegeram sem a necessidade de contar com os votos da
legenda ou coligação; em 2006, foram 32; e em 2002, 33.
Veja quem se elegeu
ou reelegeu com os próprios votos:
Deputado
eleito
|
Partido
|
UF
|
Votação
|
Situação
|
Profissão
|
Arthur Bisneto
|
PSDB
|
AM
|
250.896
|
Novo
|
Político, atual deputado estadual, já foi vereador
|
Lucio Vieira Lima
|
PMDB
|
BA
|
222.164
|
Reeleito
|
Cacauicultor, engenheiro agrônomo e pecuarista
|
Genecias Noronha
|
SD
|
CE
|
221.567
|
Reeleito
|
Empresário
|
Moroni Torgan
|
DEM
|
CE
|
277.774
|
Novo
|
Servidor público civil aposentado
|
Daniel Vilela
|
PMDB
|
GO
|
179.214
|
Novo
|
Graduado em Direito
|
Waldir Soares
|
PSDB
|
GO
|
274.625
|
Novo
|
Policial civil
|
Gabriel Guimarães
|
PT
|
MG
|
200.014
|
Reeleito
|
Empresário e advogado
|
Odair Cunha
|
PT
|
MG
|
201.782
|
Reeleito
|
Advogado
|
Misael Varella
|
DEM
|
MG
|
258.393
|
Novo
|
Empresário
|
Rodrigo de Castro
|
PSDB
|
MG
|
292.848
|
Reeleito
|
Advogado, administrador de empresas e empresário
|
Reginaldo Lopes
|
PT
|
MG
|
310.226
|
Reeleito
|
Economista
|
Zeca do PT
|
PT
|
MS
|
160.556
|
Novo
|
Bancário
|
Delegado Eder Mauro
|
PSD
|
PA
|
265.983
|
Novo
|
Delegado da Polícia Civil
|
Pedro Cunha Lima
|
PSDB
|
PB
|
179.886
|
Novo
|
Advogado
|
Veneziano
|
PMDB
|
PB
|
177.680
|
Novo
|
Advogado
|
Aguinaldo Ribeiro
|
PP
|
PB
|
161.999
|
Reeleito
|
Empresário
|
Eduardo da Fonte
|
PP
|
PE
|
283.567
|
Reeleito
|
Empresário
|
Pastor Eurico
|
PSB
|
PE
|
233.762
|
Reeleito
|
Comerciário e comunicador de rádio
|
Jarbas Vasconcelos
|
PMDB
|
PE
|
227.470
|
Novo
|
Bacharel em Direito
|
Felipe Carreras
|
PSB
|
PE
|
187.348
|
Novo
|
Empresário de shows e entretenimento
|
Christiane Yared
|
PTN
|
PR
|
200.144
|
Nova
|
Empresária e pastora
|
Jair Bolsonaro
|
PP
|
RJ
|
464.572
|
Reeleito
|
Militar da reserva
|
Clarissa Garotinho
|
PR
|
RJ
|
335.061
|
Nova
|
Jornalista
|
Eduardo Cunha
|
PMDB
|
RJ
|
232.708
|
Reeleito
|
Empresário e economista
|
Chico Alencar
|
PSol
|
RJ
|
195.964
|
Reeleito
|
Professor de ensino superior e escritor
|
Leonardo Picciani
|
PMDB
|
RJ
|
180.741
|
Reeleito
|
Empresário, agropecuarista e bacharel de Direito
|
Shéridan
|
PSDB
|
RR
|
35.555
|
Nova
|
Psicóloga
|
Esperidião Amim
|
PP
|
SC
|
229.668
|
Reeleito
|
Empresário, administrador, advogado, professor universitário
|
João Rodrigues
|
PSD
|
SC
|
221.409
|
Reeleito
|
Empresário, radialista
|
Adelson Barreto
|
PTB
|
SE
|
131.236
|
Novo
|
Jornalista e redator
|
Celso Russomano
|
PRB
|
SP
|
1.524.361
|
Novo
|
Bacharel em Direito e jornalista
|
Tiririca
|
PR
|
SP
|
1.016.796
|
Reeleito
|
Humorista
|
Pastor Marco Feliciano
|
PSC
|
SP
|
398.087
|
Reeleito
|
Conferencista, empresário, pastor evangélico
|
Bruno Covas
|
PSDB
|
SP
|
352.708
|
Novo
|
Advogado e economista
|
Rodrigo Garcia
|
DEM
|
SP
|
336.151
|
Reeleito
|
Advogado, empresário e corretor de imóveis
|
PMDB foi o
partido que elegeu mais senadores;
veja como
ficará o Senado
FÁBIO GÓIS
Entre os parlamentares
que saíram vitoriosos neste domingo, cinco se reelegeram e três já exerceram o
mandato em outra legislatura
Plenário do Senado Federal - Brasília (DF) |
Maior partido do Senado na atual legislatura, com 19 nomes,
o PMDB foi o partido que mais emplacou representantes entre os 27 senadores
eleitos para a próxima legislatura. Foram cinco (veja lista abaixo), entre os
quais uma reeleita, Kátia Abreu (TO). Ao todo, são 19 novos senadores. Alguns
velhos conhecidos da Casa: cinco foram reeleitos e três já exerceram o cargo em
outra legislatura.
Depois do PMDB, o
PSDB e o PDT foram os que mais elegeram representantes para a próxima
legislatura, que terá início em fevereiro de 2015. Os partidos, que já
dispõem de 12 e seis nomes na Casa, respectivamente, elegeram quatro
representantes cada – alguns reeleitos, como Álvaro Dias (PSDB-PR).
Em seguida, com três
representantes eleitos cada, figuram o PSB e o DEM, partidos que já dispõem de
quatro senadores. Desse grupo, Maria do Carmo Alves (DEM-SE) foi a única
reeleita, e exercerá o terceiro mandato consecutivo.
Três partidos elegeram dois representantes cada: PT (que já
tem 13), PTB (seis) e PSD (um). PP, que tem cinco nomes atualmente, e o PR, que
tem quatro, elegeram apenas um representante para a próxima legislatura.
Pendências
Mesmo com mais quatro anos de Senado pela frente a partir de
2015, alguns nomes da atual legislatura (2011-2015) vão se despedir dos colegas
no próximo ano. É o caso de Wellington
Dias (PT), eleito governador do Piauí em primeiro turno, e de Pedro Taques (PDT), que comandará Mato
Grosso. Os primeiros-suplentes devem assumir as respectivas vagas.
Essa lista pode aumentar. Vencedor do primeiro turno, Rodrigo Rollemberg (PSB) pode se tornar
governador do Distrito Federal caso derrote Jofran Frejat (PR) no próximo dia
26. Além dele, Eduardo Braga (PMDB-AM),
Eunício Oliveira (PMDB-CE), Delcídio do Amaral (PT-MS), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) podem vir a
ser eleitos governadores.
Confira a composição do novo Senado:
Acre
Gladson
Cameli (PP) – senador eleitoJorge Viana (PT)
Sérgio Petecão (PSD)
Alagoas
Fernando
Collor (PTB) – reeleitoBenedito de Lira (PP)
Renan Calheiros (PMDB)
Amapá
Davi
Alcolumbre (DEM) – senador eleitoJoão Capiberibe (PSB)
Randolfe Rodrigues (Psol)
Amazonas
Omar Aziz
(PSD) – senador eleitoEduardo Braga (PMDB) **
Vanessa Grazziotin (PCdoB)
Bahia
Otto
Alencar (PSD) – senador eleitoLídice da Mata (PSB)
Walter Pinheiro (PT)
Ceará
Tasso
Jereissati (PSDB) – senador eleitoEunício Oliveira (PMDB) **
José Pimentel (PT)
Distrito Federal
Reguffe
(PDT) – senador eleitoCristovam Buarque (PDT)
Rodrigo Rollemberg (PSB) **
Espírito Santo
Rose de
Freitas (PMDB) – senadora eleitaMagno Malta (PR)
Ricardo Ferraço (PMDB)
Goiás
Ronaldo
Caiado (DEM) – senador eleitoFleury (DEM)
Lúcia Vânia (PSDB)
Maranhão
Roberto
Rocha (PSB) – senador eleitoJoão Alberto Souza (PMDB)
Lobão Filho (PMDB)
Mato Grosso
Wellington
Fagundes (PR) – senador eleitoBlairo Maggi (PR)
José Antônio Medeiros (PPS) – 1º suplente do governador eleito Pedro Taques (PDT)
Mato Grosso do Sul
Simone
Tebet (PMDB) – senadora eleitaDelcídio do Amaral (PT) **
Waldemir Moka (PMDB)
Minas Gerais
Antonio
Anastasia (PSDB) – senador eleitoAécio Neves (PSDB) ***
Zezé Perrella (PDT)
Pará
Paulo Rocha
(PT) – senador eleitoFlexa Ribeiro (PSDB)
Jader Barbalho (PMDB)
Paraíba
José
Maranhão (PMDB) – senador eleitoCássio Cunha Lima (PSDB) *
Vital do Rêgo (PMDB)
Paraná
Álvaro Dias
(PSDB) – reeleitoGleisi Hoffmann (PT)
Roberto Requião (PMDB)
Pernambuco
Fernando
Bezerra (PSB) – senador eleitoDouglas Cintra (PTB)
Humberto Costa (PT)
Piauí
Elmano
Férrer (PTB) – senador eleitoCiro Nogueira (PP)
Regina Sousa (PT) – 1ª suplente do governador eleito Wellington Dias (PT)
Rio de Janeiro
Romário
(PSB) – senador eleitoLindbergh Farias (PT)
Marcelo Crivella (PRB) **
Rio Grande do Norte
Fátima (PT)
– senadora eleitaJosé Agripino (DEM)
Paulo Davim (PV)
Rio Grande do Sul
Lasier
Martins (PDT) – senador eleitoAna Amélia (PP)
Paulo Paim (PT)
Rondônia
Acir
Gurgacz (PDT) – reeleitoOdacir Soares (PP)
Valdir Raupp (PMDB)
Roraima
Telmário
Mota (PDT) – senador eleitoÂngela Portela (PT)
Romero Jucá (PMDB)
Santa Catarina
Dário
Berger (PMDB) – senador eleitoLuiz Henrique (PMDB)
Paulo Bauer (PSDB)
São Paulo
José Serra
(PSDB) – senador eleitoAntônio Rodrigues (PR-SP)
Aloysio Nunes (PSDB) ***
Sergipe
Maria do
Carmo Alves (DEM) – reeleitaAntônio Carlos Valadares (PSB)
Kaká Andrade (PDT)
Tocantins
Kátia Abreu
(PMDB) – senadora eleitaAtaídes Oliveira (Pros)
Vicentinho Alves (SD)
Senadores
eleitos governadores em primeiro turno *
Senadores
que disputam o segundo turno para governador **Senadores que disputam o segundo turno presidencial ***
Fonte: Congresso em
Foco – 06/10/2014 – 00h28 – Internet: clique aqui.
I N F E L I Z M E N T E :
PMDB mantém
maior bancada no Senado, reduz distância do PT na Câmara Federal e pode crescer
em governadores
José Roberto
Toledo e Rodrigo Burgarelli
O PMDB encolheu no Congresso, mas sai mais forte das urnas.
Menos pelo número de governadores eleitos que vão disputar o 2º turno, mais
pela posição relativa aos demais partidos no Congresso.
Os peemedebistas
elegeram parlamentares suficientes para ter a maior bancada no Senado e a
segunda maior da Câmara. Pode ser o suficiente para manter as presidências
das Casas – e é daí que emana o poder do partido.
Mesmo depois de todas as manifestações e protestos de 2013, o partido que é a encarnação do status quo na política continuará onde
sempre esteve desde a redemocratização: no centro do poder.
O PMDB se beneficiou pelo fato de o PT, seu maior rival em
tamanho, ter diminuído também. Ambos perderam deputados e senadores, mas o que
importa é quem tem mais. E o PMDB ficou à frente do PT no Senado e diminuiu a
diferença na Câmara.
O PMDB terá menos senadores do que tinha. Mas o PT também
encolheu, assim como o PSDB. Assim, os peemedebistas se beneficiam da tradição
para fazer o presidente da Casa e liderar comissões.
Isso só é possível porque aumentou a dispersão partidária. Na divisão de cadeiras, partidos médios e
pequenos cresceram.
Na Câmara, a
situação é igual. O PMDB caiu, mas o
PT caiu ainda mais. O PSDB cresceu, de 44 para 52 cadeiras,
mas ainda está em um distante terceiro lugar.
O PMDB comanda sete Estados hoje. Elegeu quatro governadores
no 1º turno e está na disputa por mais sete. Ou seja, pode chegar a dez
governos estaduais.
O PT elegeu três governadores no 1º turno. E vai para o 2º
turno em mais três. Dois são petistas candidatos à reeleição.
Fonte: O Estado de S.
Paulo – Especial/Eleições 2014 – Segunda-feira, 6 de outubro de 2014 – Pg.
H28 - Edição impressa.
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