«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Catequese do PAPA: Sorriso de família é capaz de vencer falta de amor

Redação e Rádio Vaticano

Na catequese, o Papa Francisco disse que as cidades estão desertificadas pela falta de amor e que o sorriso de uma família é capaz de vencer esta desertificação 
Papa Francisco saúda os fiéis durante a Audiência Geral da última quarta-feira
Praça São Pedro - Vaticano
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 2 de setembro, Papa Francisco apresentou uma de suas últimas reflexões no contexto das catequeses sobre a evangelização na família, com ênfase em um aspecto particular.

“Voltemos nosso olhar sobre o modo com o qual a família vive a responsabilidade de comunicar a fé, de transmitir a fé, seja ao interno dela ou ao externo”, destacou. O Papa recorda que, quando Jesus afirma o primado da fé em Deus, não encontra uma comparação mais significativa para expressar essa vivência do que a afetividade em família.

“Estes laços familiares, dentro da experiência de fé e do amor de Deus, são transformados, são ‘preenchidos’ de um sentido maior e são capazes de ir além deles mesmos para criar uma paternidade e uma maternidade mais amplas, e para acolher como irmãos e irmãs também aqueles que estão à margem de qualquer vínculo”, refletiu.

A gramática da família

Neste contexto, o Papa lembrou o trecho do evangelho de Marcos no qual Jesus responde, apontando para seus discípulos, que ali está sua mãe e seus irmãos e não do lado de fora.

“A sabedoria dos laços que não se compram e não se vendem é o dom principal da família. Em família, aprendemos a crescer naquela atmosfera dos laços. A gramática se aprende no seio da família, caso contrário é bem difícil aprendê-la. É justamente esta a linguagem por meio da qual Deus se faz compreender por todos”, sublinhou.

Ao afirmar que a difusão de um estilo familiar nas relações humanas é uma benção para os povos por trazer outra vez a esperança para a Terra, o Papa reforçou um convite especial.

“O chamado a colocar os laços familiares no âmbito da obediência da fé a da aliança com o Senhor não os mortifica; ao contrário, os protege, os desvincula do egoísmo, os cuida do degrado, os coloca a salvo para a vida que não morre”.

O Santo Padre acrescentou dizendo que quando os laços familiares se deixam converter ao testemunho do Evangelho, se tornam capazes de coisas impensáveis, que fazem tocar com as mãos as obras que Deus realiza na história, como aquelas que Jesus fez para os homens, as mulheres que as crianças que encontrou.

O agir de Deus

Ao recordar o mistério da ação de Deus neste mundo, Francisco elevou dois aspectos importantes nos quais os homens se relevam instrumentos de amor.

“Um só sorriso milagrosamente saído do desespero de uma criança abandonada, que recomeça a viver, nos explica o agir de Deus no mundo mais do que mil tratados teológicos. Um só homem e uma só mulher, capazes de arriscar e de se sacrificar pelo filho do outro, e não somente pelo próprio, nos explicam coisas do amor que muitos cientistas não compreendem mais”, disse o Papa.
Papa Francisco abençoa fiel durante a Audiência Geral.
Quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Protagonismo da família

O Papa “animou” para que à família seja restituída, a partir da Igreja, o protagonismo de poder responder ao chamado de Jesus e ser mestra do mundo com base na aliança do homem e da mulher com Deus.

“Pensemos ao desenrolar deste testemunho, hoje. Imaginemos que o leme da história (da sociedade, economia, política) seja entregue, finalmente, à aliança do homem e da mulher, para que o governem com o olhar voltado às gerações futuras. Os temas da terra e da casa, da economia e do trabalho, tocariam uma música muito diferente”, idealizou o Pontífice.

Desertificação da sociedade

Francisco concluiu sua catequese com um apelo à vida em comunidade ao afirmar que a aliança da família com Deus é chamada hoje a contrastar a desertificação comunitária da cidade moderna.

“As nossas cidades estão desertificadas pela falta de amor, pela falta de sorriso. Tanta diversão, tantas coisas para perder tempo e rir, mas o amor falta. O sorriso de uma família é capaz de vencer esta desertificação. Esta é a vitória do amor, da família”, disse.

Ao retomar a catequese, o Papa disse: “Nenhuma engenharia econômica e política é capaz de substituir esta contribuição das famílias (…) Devemos sair das torres e dos quartos blindados das elites para voltar a frequentar as casas e os espaços abertos das multidões”.

E finalizou: “Rezem por mim, rezemos uns pelos outros, para que sejamos capazes de reconhecer e apoiar as visitas de Deus. O Espírito trará uma bagunça saudável às famílias cristãs, e a cidade do homem sairá de sua depressão”.

Apelo pela paz

Ao final da Audiência geral, o Papa fez um apelo pela paz ao recordar que, nestes dias, também o Extremo Oriente recorda o fim da Segunda Guerra Mundial. Ao renovar suas fervorosas orações ao Senhor para que, por intercessão de Nossa Senhora, o mundo de hoje não precise mais experimentar os horrores e os assustadores sofrimentos de tais tragédias, o Papa reiterou o pedido de seus predecessores: “Guerra nunca mais”.

Fonte: Canção Nova – Especiais – Papa – Quarta-feira, 2 de setembro de 2015 – 08h57 – Internet: clique aqui.

Leia, abaixo, a íntegra da catequese do Papa



PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 2 de Setembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste último trecho do nosso caminho de catequese sobre a família, abramos o olhar sobre o modo como ela vive a responsabilidade de comunicar a fé, de transmitir a fé, quer no seu seio quer fora.

Num primeiro momento, pode vir-nos à mente algumas expressões evangélicas que parecem contrapor os laços da família com o seguimento de Jesus. Por exemplo, aquelas palavras fortes que todos conhecemos e ouvimos: «Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim; quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim» (Mt 10,37-38)

Naturalmente, com isso Jesus não quer cancelar o quarto mandamento, que é o primeiro grande mandamento para as pessoas. Os primeiros três estão em relação com Deus, este em relação com as pessoas. E nem podemos pensar que o Senhor, depois de ter realizado o seu milagre pelos esposos de Caná, depois de ter consagrado o vínculo conjugal entre o homem e a mulher, depois de ter restituído filhos e filhas à vida familiar, nos peça para ser insensíveis a estes vínculos! Esta não é a explicação. Ao contrário, quando Jesus afirma a primazia da fé em Deus, não encontra um termo de comparação mais significativo dos afetos familiares. E, aliás, estes mesmos laços familiares, dentro da experiência da fé e do amor de Deus, são transformados, são «repletos» de um sentido maior e tornam-se capazes de ir além de si mesmos, para criar uma paternidade e uma maternidade mais amplas, e para acolher como irmãos e irmãs também aqueles que estão nas margens de cada vínculo. Um dia, a quem lhe disse que fora a sua mãe e os seus irmãos andavam à sua procura, Jesus respondeu, indicando os seus discípulos: «Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mc 3,34-35)

A sabedoria dos afetos que não se compram e não se vendem é o melhor talento do gênio familiar. Precisamente em família aprendemos a crescer naquela atmosfera de sabedoria dos afetos. A sua «gramática» aprende-se ali, caso contrário é muito difícil aprendê-la. E é exatamente esta a linguagem através da qual Deus se faz compreender por todos.

O convite a pôr os vínculos familiares no âmbito da obediência da fé e da aliança com o Senhor não os mortifica; pelo contrário, protege-os, liberta-os do egoísmo, preserva-os da degradação, põe-nos em salvo para a vida que não morre. A circulação de um estilo familiar nas relações humanas é uma bênção para os povos: traz de novo a esperança sobre a terra. Quando os afetos familiares se deixam converter ao testemunho do Evangelho, tornam-se capazes de coisas impensáveis, que fazem tocar com mão as obras de Deus, aquelas obras que Deus realiza na história, como as que Jesus realizou em prol dos homens, das mulheres, das crianças que encontrou. Um só sorriso roubado milagrosamente ao desespero de uma criança abandonada, que recomeça a viver, explica-nos o agir de Deus no mundo mais de mil tratados de teologia. Um só homem e uma só mulher, capazes de arriscar e de se sacrificar por um filho de outros, e não só pelo próprio, explicam-nos coisas do amor que muitos cientistas já não compreendem. E onde há estes afetos familiares, nascem estes gestos do coração que são mais eloquentes do que as palavras. O gesto do amor... Isto faz-nos refletir.

A família que responde à chamada de Jesus devolve a guia do mundo à aliança do homem e da mulher com Deus. Pensai no desenvolvimento deste testemunho, hoje. Imaginemos que o timão da história (da sociedade, da economia, da política) seja entregue — finalmente! — à aliança do homem e da mulher, para que o governe com o olhar dirigido para a geração vindoura. Os temas da terra e da casa, da economia e do trabalho, tocariam uma música muito diferente!

Se voltarmos a dar protagonismo — a partir da Igreja — à família que ouve a palavra de Deus e a põe em prática, tornar-nos-emos como o vinho bom das bodas de Caná, fermentar-nos-emos como a levedura de Deus!

Com efeito, a aliança da família com Deus está hoje chamada a contrastar a desertificação comunitária da cidade moderna. Mas as nossas cidades estão desertificadas por falta de amor, por falta de sorriso. Muitos divertimentos, numerosas coisas com as quais perder tempo, rir, mas falta o amor. O sorriso de uma família é capaz de vencer esta desertificação das nossas cidades. E esta é a vitória do amor da família. Nenhuma engenharia econômica e política é capaz de substituir esta relação das famílias. O projeto de Babel edifica arranha-céus sem vida. O Espírito de Deus, ao contrário, faz florescer os desertos (cf. Is 32,15). Devemos sair das torres e das câmaras blindadas das elites, para frequentar de novo as casas e os espaços abertos das multidões, abertos ao amor da família.

A comunhão dos carismas — os doados ao Sacramento do matrimônio e os concedidos à consagração pelo Reino de Deus — está destinada a transformar a Igreja num lugar totalmente familiar para o encontro com Deus. Vamos em frente por esta estrada, não percamos a esperança. Onde há uma família com amor, aquela família é capaz de aquecer o coração de toda uma cidade com o seu testemunho de amor.

Rezai por mim, rezemos uns pelos outros, para que nos tornemos capazes de reconhecer e de apoiar as visitas de Deus. O Espírito levará uma boa agitação nas família cristãs, e a cidade do homem sairá da depressão!

Fonte: A Santa Sé – Francisco – Audiências – Quarta-feira, 2 de setembro de 2015 – Internet: clique aqui.

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