«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O que é a "infidelidade espiritual", na qual caem 83% dos casamentos católicos?

Jorge Henrique Mújica

Deixar de orar juntos, ir à missa juntos, e se ocupar
de uma boa educação cristã dos filhos é sinal
“infidelidade espiritual”, a qual leva a outras
 
Dr. Gregory K. Popcak
Até agosto de 2015, para alguns milhões de pessoas era bem conhecida a rede social "Ashley Madison", uma plataforma que visa facilitar novos relacionamentos com pessoas já comprometidas, muitas vezes já casadas. Era a rede social do adultério secreto. Seu lema diz tudo "A vida é curta. Tenha um caso" (“Life is short. Have an affair”).

Esta rede social desabou quando alguns hackers publicaram mais de 30 milhões de dados dos usuários de “Ashley Madison”. O fato expôs a penetração e alcance que a infidelidade chegou a ter na era digital. Claro que isso não é algo "novo", mas é verdade que plataformas tecnológicas atuais como "Ashley Madison" facilitaram a sua difusão.

Estudos recentes da American Association for Marriage and Family Therapy [trad.: Associação Americana para Terapia Familiar e Matrimonial] revelam que em 20% dos casamentos têm algum tipo de infidelidade sexual. Outros 20% são vítimas de algum vínculo emocional com outra pessoa que não seja seu cônjuge. E como estão as coisas em círculos especificamente católicos?

Em uma edição da revista americana Our Sunday Visitor o Dr. Gregory K. Popcak revela alguns dados: até 83% dos casamentos católicos cometem "infidelidades espirituais" (cf. Spiritual infidelity: A crisis in Catholic marriage, 02.09. 2015).

Por "infidelidade espiritual" entende-se um conceito muito mais amplo do que o de “infidelidade sexual” ou “infidelidade sentimental”: considerando as mútuas promessas que ambos os cônjuges se fizeram no dia do casamento e uma vez que este sacramento supõe para os cônjuges se tornem ajuda um para o outro para chegar ao céu (o que implica viver a fé juntos: orar unidos, ir juntos à missa, educar de forma cristã os seus filhos etc.), a violação dessas promessas de caráter espiritual torna-se uma "traição" que, em última instância, enfraquece o casamento e facilita outras infidelidades. Essa é a "infidelidade espiritual" definida por Popcak.

Qual é a base para se chegar a essa porcentagem de "infidelidade espiritual? Um estudo realizado pelo Center for Applied Research in the Apostolate da Universidade de Georgetown e patrocinado pela Holy Cross Family Ministries mostra que apenas 17% dos casais católicos rezam juntos. Isso significa que, de acordo com o Dr. Popcak, que "em termos práticos, se um casal católico não está partilhando ativamente a sua fé, adorando a Deus juntos, orando juntos, cai-se na infidelidade espiritual ao colocar algo diferente de Deus e da fé no centro das suas vidas”. E acrescenta: “parece-me que, infelizmente, os católicos aceitam a existência da infidelidade espiritual".

Para Popcak é algo muito sério que a maioria dos esposos católicos não assumam que devem esperar algo do seu cônjuge relativo aos compromissos espirituais mutuamente adquiridos como orar juntos ou compartilhar a fé. Ouve-se, muitas vezes, esposas e esposos que dizem: “Não posso obrigar meu cônjuge a orar”. E refere que certamente não se trata de forçar ninguém a fazer nada; trata-se de convidar permanentemente ao casal a ser fieis às promessas realizadas no altar com a expectativa de que, pelo menos, por respeito ao seu esposo(a), compartilhem um momento de oração significativo. Não fazê-lo seria consentir abertamente a “infidelidade espiritual”.

O “sim quero” pronunciado no altar, tendo a Deus como testemunha, seria a base que dá a ambos os cônjuges o direito de esperar certas coisas, também na vida espiritual da outra parte do matrimônio.

Fonte: ZENIT.ORG - Roma, 10 de Setembro de 2015 – Internet: clique aqui.

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