«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

AUMENTAR OS JUROS ADIANTA NO COMBATE À INFLAÇÃO?

O Banco Central deve subir o juro 
para controlar a inflação?

N Ã O

Fabio Silveira
Diretor de pesquisa econômica da GO Associados
 
FABIO SILVEIRA
Economista - GO Associados
A eficácia da atual política de controle da inflação brasileira deve ser questionada. Novos acréscimos dos juros básicos em pouco contribuirão para levar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a convergir para o centro da meta anual de inflação (4,5%) em 2016.

Nos últimos 25 meses, a taxa básica de juros, a Selic, avançou 6,5 pontos porcentuais, atingindo o patamar de 13,75% ao ano. Nesse mesmo intervalo, a expectativa de inflação para os próximos 12 meses subiu de 5,6% para 6,1%. A ideia de focar o controle dos preços apenas na utilização crescente da restrição monetária chegou ao limite.

Concentradora de renda, a contínua majoração da Selic vem perdendo eficácia. Pior. No lugar de apontar para baixa consistente dos preços, vai comprometer a recuperação econômica esperada para 2017! Cabe um alerta: o PIB brasileiro, em 2015, já está fadado a ter queda da ordem de 2%, a maior desde 1990; e, no próximo ano, deve crescer menos do que 1%.

O mais razoável é interromper o atual ciclo de aperto monetário e esperar os efeitos contracionistas das últimas majorações de juros sobre a demanda agregada. Isso porque, além da relativa estabilidade cambial observada desde março, a perspectiva de novo aprofundamento da recessão será inócua para aliviar parte da alta dos preços. Principalmente, daqueles que continuam submetidos à lógica da indexação, majorados com base na inflação passada e retroalimentando a inflação futura.

Há muitos preços, tarifas e contratos que são corrigidos pela variação anual do IGP (Índice Geral de Preços), cuja elevação é provocada, em boa medida, por choques de oferta agrícola (secas) e de energia (racionamentos).

Ao mesmo tempo, é fundamental que as autoridades monetárias adotem uma agenda de ações de curto, médio e longo prazos, procurando desmontar, paulatinamente, a utilização dos mecanismos de indexação que há quase 60 anos vicejam no sistema brasileiro de preços. O cumprimento dessa “missão” exigirá muita criatividade e perseverança. E convém ser iniciado agora.

S I M

Alessandra Ribeiro
Economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada
ALESSANDRA RIBEIRO
Economista - Tendências Consultoria Integrada

Infelizmente, o remédio é amargo, mas a direção da política monetária está correta. É fato que uma parte da conta a ser paga, especialmente neste ano, advém da própria leniência do Banco Central (BC) com a inflação. Entre 2011 e 2014, o IPCA médio foi de 6,2%, mesmo com todo o represamento das tarifas, com destaque para energia elétrica, gasolina e transporte público.

Neste ano, a inflação está sendo afetada não só pelo “desrepresamento” dos preços administrados, mas também pela depreciação do câmbio que afeta a dinâmica dos preços livres. A Tendências projeta alta de 15,2% para o conjunto de preços regulados, o que inclui a expectativa de elevação de 57% nos preços de energia elétrica. Diante desses ajustes, o IPCA deve subir 8,9% este ano, 2,4 pontos porcentuais acima do teto da meta. Nesse contexto, ao elevar a taxa de juros, o BC está tentando limitar a propagação desses ajustes de preços, tendo em vista o objetivo de entregar a inflação na meta de 4,5%.

A política monetária atua por meio de três canais: expectativas de inflação, taxa de câmbio e atividade econômica. É fato que, para um BC com praticamente a mesma equipe e o resultado entregue no passado, a batalha com as expectativas é mais árdua. O BC precisa sustentar um tom bem mais duro no combate à inflação, acompanhado de medidas concretas como a elevação da Selic, em contraposição ao que seria necessário a um BC com credibilidade.

Sem sombra de dúvida que há custo e ele é elevado. A atividade tem de enfraquecer ainda mais e o desemprego aumentar. Mas é melhor que isso seja feito agora para concentrar o “pagamento da conta” no curto prazo, criando condições para a economia reagir mais à frente.

Ainda que a convergência para o centro da meta ao fim de 2016 seja pouco provável, o BC deve ser bem-sucedido no sentido de entregar uma inflação bem menor, de 5,4%, o que embute uma expectativa de desaceleração de preços livres de 7% para 5,3% ao fim de 2016. A inflação deve convergir para a meta em 2017, o que abre espaço para o início do ciclo de queda dos juros a partir de meados do próximo ano.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia – Domingo, 28 de junho de 2015 – Pg. B3 – Internet: clique aqui.

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