ECONOMIA: LADEIRA ABAIXO!!!
Desemprego em maio é o maior em 23 anos
Rachel
Gamarski
Mês teve resultado negativo de 115.599 vagas puxado
pelos juros altos e pelo ajuste fiscal,
que elevaram os custos das empresas
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Manoel Dias - Ministro do Trabalho: "Nós vivemos agora (uma situação) difícil no Brasil" |
O
mercado formal de empregos em maio registrou o pior índice dos últimos 23 anos
no Brasil. De acordo com o Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem, o mês fechou
com resultado negativo de 115.599 vagas. Essa é a primeira vez que o mês
apresenta resultado negativo, segundo a série histórica do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), iniciada em 1992.
O
fechamento de vagas é hoje uma das maiores preocupações do governo, pois é
resultado, entre outros fatores, da política
de elevação da taxa de juros pelo Banco Central (BC) e do ajuste fiscal em curso. Essas medidas
têm aumentando os custos das empresas.
Em
2014, maio criou 58.836 vagas, considerando apenas o envio de dados pelas
empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. No acumulado do ano, o governo
já fechou 243.948, na série com ajuste. Esse é o pior número registrado nos
primeiros cinco meses pelo menos desde 2002. O resultado de maio deste ano está
dentro das projeções e muito próximo ao pior resultado esperado pelo mercado
financeiro, que variava as intenções entre -20 e -124.448 empregos. "Nós vivemos agora (uma situação)
difícil no Brasil", afirmou o ministro do Trabalho, Manoel Dias, ao divulgar os números.
A
série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do
prazo determinado pelo MTE. Após esse período, há um ajuste da série histórica,
quando os empregadores enviam as informações atualizadas ao governo.
Indústria
A maioria dos setores
demitiu. O
pior resultado foi da indústria de
transformação com o fechamento de
60.989, o que reflete o difícil cenário da economia. De forma otimista,
Dias afirmou que, com as reformas fiscais que o governo está promovendo, será
possível recuperar a economia. "No decorrer deste ano, a gente vai
recuperar o investimento e, por consequência, a criação de novos postos de
trabalho."
Outro destaque negativo foi
o corte de vagas no setor de serviços, com um fechamento
de 32.602. Em terceiro lugar no saldo negativo, apareceu a construção
civil, com -29.795 postos de trabalho. O comércio veio em seguida e também
demitiu mais do que contratou. O setor fechou 19.351 vagas.
Agricultura
A agricultura foi o único
setor que teve resultado positivo. Foram abertas 28.362. No mês passado, o setor agrícola também foi o único a
contratar mais do que demitir, porém de forma menos expressiva que em maio.
O
ministro do Trabalho está confiante na recuperação e disse que, após encontro
com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores, o setor está
confiante em recuperar a produção a partir de setembro, o que abriria vagas ou,
pelo menos, não fecharia.
Manoel
Dias evitou falar que os números divulgados pelo ministério foram ruins e
ressaltou que o MTE investirá R$ 150 bilhões do Fundo de Garantia, o que
resultará na criação de 3 milhões de postos de trabalho na construção civil,
terceiro setor que mais demitiu no último mês.
[ .
. .]
BALANÇO
58.836
foram as vagas criadas em maio de 2014,
considerando os dados enviados pelas empresas.
243.948
foi o total de vagas fechadas no acumulado
deste ano, o pior resultado para o mês desde 2002.
60.989
foram as vagas fechadas na indústria de
transformação.
32.602
foram as vagas fechadas no setor de
serviços.
Fonte: Agência Estado – Citado
por: Tribuna do Norte – Economia – 20/06/2015 – 00h00 – Internet: clique aqui. Edição
impressa: O Estado de S. Paulo –
Economia – Sábado, 20 de junho de 2015 – Pg. B4.
Emprego industrial cai pela 43ª vez
Vinícius Neder
e Idiana Tomazelli
Em abril, custo com a folha de pagamentos na indústria
teve a maior queda real, em 12 meses, desde o final de 2003
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Mais trabalhadores estão perdendo seus empregos! Cresce procura pelo Seguro Desemprego e assistência para mudar de ramo de trabalho |
O
desemprego na indústria renovou um recorde de baixa em abril. Com a queda de
5,4% na comparação com igual mês de 2014, o
emprego industrial atingiu o menor nível de pessoal ocupado da série histórica
iniciada em 2000, informou ontem o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 43 meses, ou três anos e sete meses, de queda nessa base de
comparação.
Segundo
Fernando Abritta, economista da
Coordenação de Indústria do IBGE, o desempenho ruim da indústria nos setores
automotivo, de insumos para a construção civil e de eletroeletrônicos vem
puxando o recuo no contingente ocupado.
O
ramo "meios de transporte" registrou queda de 10,5% em abril ante
abril de 2014 e teve a maior contribuição para o recuo do índice. Em
"máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações" a queda
foi de 12,4% na mesma base de comparação e, no ramo "produtos de
metal", segmento que atende à demanda da construção civil, de 10,8%.
Para
o Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial (Iedi), "a crise no mercado de trabalho da
indústria brasileira mudou de patamar". "Essa crise do emprego industrial é generalizada e ocorre há um
bom tempo", disse a entidade, em relatório divulgado hoje.
A
pesquisa do IBGE mostrou também que a inflação
elevada está corroendo os ganhos dos trabalhadores e, com isso, o custo com
a folha de pagamentos na indústria registrou, em abril, a maior queda real
(3,3%) no acumulado em 12 meses desde dezembro de 2003.
Segundo
Abritta, o custo com a folha de pagamentos na indústria vem registrando queda
desde janeiro de 2014.
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Fonte: Agência Estado –
Citado por: Tribuna do Norte – Economia – 20/06/2015 – 00h00 – Internet: clique aqui. Edição
impressa: O Estado de S. Paulo –
Economia – Sábado, 20 de junho de 2015 – Pg. B4.
Economia brasileira dá sinais de piora e
enfrenta processo de “estagflação”
Vinicius Neder
e Ricardo Leopoldo
Dados divulgados ontem surpreenderam os analistas de
mercado, com uma combinação de atividade econômica cada vez mais fraca e
inflação mais alta; para especialistas, a situação lembra, ainda que em dose
menor, a crise dos anos 1980 e 1990
![]() |
José Márcio Camargo Professor do Departamento de Economia da PUC-Rio |
Um
conjunto de dados divulgados ontem (19 de junho) mostrou a piora da situação
econômica, com o aprofundamento do que os especialistas chamam de estagflação - uma combinação de economia parada com inflação alta. Para alguns
economistas, o quadro lembra, ainda que em doses bem menores, as crises
enfrentadas pelo Brasil nos anos 1980 e 1990.
“O quadro de estagflação já
existe desde o ano passado, mas agora ingressa num estágio mais grave”, disse José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e economista-chefe da Opus Gestão de Recursos.
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, avançou 0,99% em junho, maior taxa para
o mês desde 1996. Já o Ministério do
Trabalho informou o fechamento de 115.599 postos de trabalho em maio, o pior
resultado para o mês desde 1992.
“O
quadro é pior do que o de estagflação. Temos
recessão com inflação”, disse Antonio
Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP. “Isso remonta ao início dos anos
80, com a crise da dívida, e ao início dos anos 90, com a crise do
(ex-presidente Fernando) Collor”, completou o economista, referindo-se aos
momentos em que o Brasil declarou moratória da dívida externa e o governo
confiscou a poupança da população para conter a inflação.
PIB
em queda
O
dia começou com o Banco Central (BC) divulgando o IBC-Br, indicador que procura antecipar o comportamento do Produto
Interno Bruto (PIB, soma de toda a renda gerada no País). Em abril, o índice caiu 0,84% em comparação a março.
O
BC também fez revisões no IBC-Br: em fevereiro, a alta passou de 0,59% para
0,70%, mas em março, a contração de 1,07% passou para uma queda de 1,51%,
reforçando ainda mais as perspectivas de retração da economia neste ano.
Com o recuo da economia, o
mercado de trabalho continua a piorar. O corte de 115.599 vagas divulgado ontem ficou
acima da previsão de fechamento de 52 mil postos de trabalho feita por analistas
do mercado ouvidos pelo Broadcast,
serviço de notícias em tempo real da Agência
Estado.
Logo
depois da divulgação do IBC-Br, foi a vez de a inflação surpreender os
analistas. O IBGE divulgou o IPCA-15: a taxa de 0 99% veio acima das projeções
de mercado, que variavam de 0,71% a 0,90%, segundo levantamento do Broadcast.
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Antonio Corrêa de Lacerda Professor do Departamento de Economia da PUC-São Paulo |
“A inflação neste ano deverá
subir 9% e o PIB terá forte queda, entre 1,5% e 2%”, disse Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de economia
internacional, em Washington.
Camargo, da PUC-Rio, projeta
retração de 1,5% no PIB este ano, enquanto Lacerda, da PUC-SP, é ainda mais
pessimista, prevendo que a economia encolherá 2,0%.
Para
a economista Silvia Matos,
pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas
(Ibre/FGV), os dados de ontem corroboram sua projeção de recuo de 1,6% no PIB
este ano.
Fonte: Estadão Conteúdo –
Citado por: A Tribuna.com.br – 20/06/2015 – 08h47 – Atualizado em 20/06/2015 –
08:48 – Internet: clique aqui. Edição impressa: O Estado de S. Paulo – Economia & Negócios – Sábado, 20 de
junho de 2015 – Pg. B1.
ENQUANTO ISSO, NA “PÁTRIA
EDUCADORA”...
Governo corta 47% dos investimentos previstos para as universidades
federais
Victor Vieira
Obras e compras de materiais vão perder R$ 1,2 bilhão
dos R$ 2,59 bilhões
reservados para as 63 instituições de ensino neste ano
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Unifesp: Universidade Federal de S. Paulo Corte pode comprometer reforma de biblioteca e laboratórios da instituição |
O Ministério da Educação
(MEC) cortou em 47% os investimentos nas 63 universidades federais do País em
2015. Esses
recursos são usados em obras, além da compra de computadores e móveis, por
exemplo. A medida faz parte do ajuste de contas feito pelo governo federal
desde o início do ano. Segundo gestores de universidades ouvidos pelo [jornal] O Estado de S. Paulo, a redução será de
cerca de R$ 1,2 bilhão.
No Orçamento de 2015, a
previsão era de R$ 2,59 bilhões para investimentos, segundo cálculos dos
gestores. Agora, o limite para gastos nessa categoria é de R$ 1,34 bilhão. A assessoria de imprensa
do MEC disse que o limite das despesas de investimento neste ano seria 73% do
que foi reservado pelo governo para gastos (empenhado) em 2014, mas não
detalhou cifras.
O
secretário de Educação Superior da pasta, Jesualdo
Farias, confirmou o corte de 47% ao Estado.
“Vamos trabalhar, primeiro, para que todas as obras que estão sendo realizadas
sejam concluídas”, disse. “E com a perspectiva de adiar novas obras, de forma
que não comprometa cursos que estão em funcionamento.”
Segundo
Farias, serão feitas nas próximas semanas reuniões com cada um dos dirigentes
das instituições para definir prioridades. “O
orçamento de 2015 não vai poder cobrir todas as demandas. Vamos programar uma
parte para este ano e outra para 2016”, explicou. No ano passado, segundo
balanço do MEC, havia 456 obras em execução nas federais.
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Soraya Smaili - Reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) |
Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), e outros dirigentes da instituição publicaram nesta quinta-feira, 18
de junho, uma carta de protesto contra
os cortes, classificados como “violentos”. A perda de recursos para
investimentos na Unifesp será de aproximadamente R$ 25 milhões.
Segundo Soraya, o corte pode
comprometer a reforma da biblioteca e dos laboratórios da instituição, a
construção do câmpus na zona leste e a compra de equipamentos para o segundo
prédio do Hospital São Paulo, já em fase final de construção, mas com um ritmo
mais lento. Também podem ser
prejudicadas as obras em prédios dos câmpus de Diadema e de Osasco, esperadas
há mais de cinco anos.
A
Unifesp aumentou em 825% o total de alunos entre 2004 e 2014, mas foi alvo de
críticas por criar novas vagas e faculdades sob condições precárias. “Ao
fazermos as reformas em passo mais lento, adiamos a consolidação dessa
expansão”, criticou Soraya. “E também a continuidade da expansão.”
Segundo
Jesualdo Farias, secretário do MEC, serão priorizadas as federais em maior
dificuldade. “A expansão vai continuar, mas no ritmo que o orçamento permite”,
disse. A partir de julho, acrescentou, os repasses de dinheiro para
investimentos serão normalizados.
Incerteza
O
decano de Planejamento e Orçamento da Universidade de Brasília (UnB), César Augusto Silva, também lamentou a perda de recursos, estimada em
R$ 31 milhões na instituição. “O grande problema é que ficamos até o meio
do ano sem saber o que seria cortado”, reclamou.
De acordo com ele, devem
ficar prejudicadas as obras do novo prédio da Faculdade de Medicina e a
restauração do Instituto Central de Ciências, conhecido como Minhocão, principal prédio
do câmpus.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) informou, em nota, que o montante de investimentos da instituição para
este ano não foi definido. Como foram contratados antes do corte de verbas, os
editais em andamento serão mantidos. Novos projetos, afirmou a reitoria, devem
ter a licitação concluída apenas em 2016.
O
MEC afirmou ainda, também em nota, que “priorizou as despesas de custeio das
universidades”. Segundo a pasta, o limite de empenho para 2015 ficará 4% maior
quando comparado com os valores empenhados no ano passado. Acrescentou ainda
que o orçamento das 63 federais saltou de R$ 8,6 bilhões, no ano passado, para
R$ 9,5 bilhões neste ano.
Fonte: O Estado de S. Paulo –
Metrópole / Educação – Sábado, 20 de junho de 2015 – Pg. E3 – Internet: clique aqui.
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