«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 27 de junho de 2015

Quem mais está sendo vítima do terrorismo?

O terrorismo não é o que parece

Moisés Naím* 
Os agentes da polícia cercam um homem suspeito
de estar envolvido em um ataque a um hotel à beira-mar em Sousse (Tunísia 26 de junho de 2015).
Pelo menos 39 pessoas, incluindo turistas estrangeiros, foram mortos
quando pelo menos um atirador abriu fogo em um hotel à beira-mar no resort popular de Sousse.
REUTERS / AMINE BEN AZIZA
Foi uma sexta-feira de terror. Num hotel na Tunísia, um terrorista assassinou turistas. No Kuwait, um homem-bomba atacou uma mesquita xiita. O Estado Islâmico assumiu a autoria da matança. Na França, uma pessoa foi decapitada numa usina de gás e o suspeito teria vínculos com grupos muçulmanos radicais. Ainda não há evidências de que os atentados tenham sido coordenados. No entanto, são claros exemplos de uma tendência: o terrorismo islâmico é uma ameaça que vem se aguçando. Mas será que esses ataques são a confirmação da teoria do "choque de civilizações", popularizada por Samuel Huntington no início dos anos 90?

Segundo o professor de Harvard, uma vez esgotado o confronto ideológico entre comunismo e capitalismo, os principais conflitos internacionais surgiriam entre países com diferentes identidades culturais e religiosas. Para muitos, os ataques da Al-Qaeda e as guerras no Afeganistão e no Iraque e o surgimento do Estado Islâmico confirmam esta visão. Mas, na realidade, o que ocorreu é que os conflitos se deram mais dentro das civilizações do que entre elas. Os noticiários e os debates fazem acreditar que o conflito mais sangrento do século 21 é o entre muçulmanos radicais e os que não o são.

Mas não é assim. As estatísticas mostram que esta é uma visão errada e os terroristas islâmicos assassinaram mais de seus correligionários do que ninguém. A briga entre xiitas e sunitas continua produzindo vítimas, em sua maioria muçulmanas. Por outro lado, também é falso que nos Estados Unidos da América (EUA) os principais atentados tenham sido cometidos por muçulmanos radicais. São americanos racistas os responsáveis pela maior quantidade de mortes em atos terroristas no país. As estatísticas são estarrecedoras. Segundo o Índice de Terrorismo Global, em 2013, morreram quase 18 mil pessoas em ataques terroristas - 82% no Iraque, Afeganistão, Paquistão, Nigéria e Síria.

Outro estudo, da New America Foundation, revela que, desde o 11 de Setembro, as 48 mortes causadas por racistas e outros extremistas não muçulmanos nos EUA foram o dobro das provocadas por muçulmanos no país. Além disso, os ataques terroristas nos EUA são relativamente pouco frequentes. O terrorismo não vai desaparecer. O importante é combatê-lo com base em realidades.

* Moisés Naím é considerado um dos mais influentes pensadores da área da política, economia e negócios internacionais. Ministro do Comércio e da Indústria da Venezuela no fim dos anos 1980, ele foi editor, por 14 anos, da revista Foreign Policy. É, atualmente, membro do Carnegie Endowment for International Peace.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Sábado, 27 de junho de 2015 – Pg. A18 – Internet: clique aqui.

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