«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

A humildade conquista a misericórdia de Deus, afirma o Papa

Em catequese, Papa destaca valor da humildade

Da Redação, com Rádio Vaticano

Santo Padre explicou que Deus tem uma fraqueza pelos humildes,
abre totalmente o seu coração a eles
PAPA FRANCISCO
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 1º de junho de 2016
Praça São Pedro - Vaticano

“A oração humilde obtém misericórdia”. Esse foi o tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 1º de junho, no Vaticano. O Santo Padre refletiu sobre a parábola do fariseu e do publicano [Lucas 18,9-14] para destacar o valor da humildade.

Francisco explicou que enquanto um reza a si mesmo, em uma oração egoísta e vazia, o outro, humildemente, invoca piedade por saber ser pecador. “Não basta, portanto, nos perguntarmos quanto rezamos, devemos também nos questionar sobre COMO REZAMOS, ou melhor, COMO ESTÁ O NOSSO CORAÇÃO”, disse.

A partir dessa afirmação, o Papa propôs alguns questionamentos aos fiéis: “Eu pergunto: é possível rezar com arrogância? Não! É possível rezar com hipocrisia? Não! Devemos rezar diante de Deus como nós somos!”.

Outro elemento importante para a oração, observou o Santo Padre, é a PAZ INTERIOR. Trata-se de algo cada vez mais difícil de se alcançar em um mundo tomado pela frenesia que, com frequência, confunde, por isso é importante aprender a reencontrar o caminho, recuperar o valor da INTIMIDADE e do SILÊNCIO, pois é ali que Deus fala.

Francisco destacou ainda que é somente a partir deste lugar íntimo e sagrado de encontro com Deus é que é possível ir ao encontro dos outros. O fariseu foi ao templo seguro de si, mas não percebeu que esqueceu o caminho do seu coração. O publicano, por sua vez, se apresentou no templo com humildade e arrependimento e rezou pedindo a piedade de Deus. “Nada mais. Que bela oração! Digamos três vezes, todos juntos: ‘Oh Deus, tende piedade de mim, pecador’”.

Já o fariseu era corrupto, lembrou o Papa, só sabia “pavonear-se” diante de si mesmo.

A soberba compromete toda boa ação, esvazia a oração, afasta de Deus e dos outros. Se a oração do soberbo não chega ao coração de Deus, a humildade do miserável o escancara. Deus tem uma fraqueza, uma fraqueza pelos humildes: diante de um coração humilde, Deus abre o Seu coração totalmente”.
PAPA FRANCISCO
é recebido por vários bispos presentes à Audiência Geral desta quarta-feira, 1º de junho de 2016

Leia abaixo, na íntegra, essa belíssima catequese de Papa Francisco:


AUDIÊNCIA GERAL
CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 1º de junho de 2016
«A oração humilde obtém misericórdia» (Lc 18,9-14)

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quarta-feira passada ouvimos a parábola do juiz e da viúva, sobre a necessidade de rezar com perseverança. Hoje, com outra parábola, Jesus quer nos ensinar qual é a atitude correta para rezar e invocar a misericórdia do Pai; como se deve rezar; a atitude correta para rezar. É a parábola do fariseu e do publicano (cf.: Lc 18,9-14).

Ambos os protagonistas vão ao templo para rezar, mas agem de modos muito diferentes, obtendo resultados opostos. O fariseu reza “estando de pé” (v.11), e usa muitas palavras. A sua é, sim, uma oração de agradecimento dirigida a Deus, mas na realidade é uma exposição dos próprios méritos, com sentido de superioridade para com os “outros homens”, qualificados como “ladrões, injustos, adúlteros”, como, por exemplo, – e aponta aquele outro que estava ali – “este publicano” (v. 11). Mas o problema está justamente aqui: aquele fariseu reza a Deus, mas na verdade olha para si mesmo. Reza para si mesmo! Em vez de ter diante dos olhos o Senhor, tem um espelho. Mesmo encontrando-se no templo, não sente a necessidade de se prostrar diante da majestade de Deus; está de pé, se sente seguro, como se fosse ele o patrão do templo! Ele elenca as boas obras realizadas: é irrepreensível, observador da lei além do devido, jejua “duas vezes na semana” e paga o dízimo de tudo aquilo que possui. Em suma, mais que rezar, o fariseu se congratula da própria observação dos preceitos. No entanto, a sua atitude e as suas palavras estão distantes do modo de agir e do falar de Deus, que ama todos os homens e não despreza os pecadores. Ao contrário, aquele fariseu despreza os pecadores, mesmo quando aponta o outro que está ali. Em resumo, o fariseu que se diz justo negligencia o mandamento mais importante: o amor por Deus e pelo próximo.

Não basta, portanto, nos perguntarmos quanto rezamos, devemos também nos perguntar como rezamos, ou melhor, como é o nosso coração: é importante examiná-lo para avaliar os pensamentos, os sentimentos, e erradicar arrogância e hipocrisia.
Mas eu pergunto: pode-se rezar com arrogância? Não.
Pode-se rezar com hipocrisia? Não.
Somente devemos rezar colocando-nos diante de Deus assim como somos. Não como o fariseu que rezava com arrogância e hipocrisia. Somos todos tomados pelo frenesi do ritmo cotidiano, muitas vezes à mercê das sensações, atordoados, confusos. É necessário aprender a reencontrar o caminho rumo ao nosso coração, recuperar o valor da intimidade e do silêncio, porque é ali que Deus nos encontra e nos fala. Somente a partir dali podemos, por nossa vez, encontrar os outros e falar com eles. O fariseu se encaminhou ao templo, está seguro de si, mas não percebe ter perdido o caminho do seu coração.

O publicano, em vez disso – o outro – apresenta-se no templo com alma humilde e arrependido: “parado à distância, não ousava nem mesmo levantar os olhos ao céu, mas batia no peito” (v. 13). A sua oração é brevíssima, não é tão longa como aquela do fariseu: “Ó Deus, tenha piedade de mim pecador”. Nada mais. Bela oração! De fato, os coletores de impostos – dito apenas “publicanos” – eram considerados pessoas impuras, submetidos aos dominadores estrangeiros, eram mal vistos pelo povo e, em geral, associados aos “pecadores”. A parábola ensina que se é justo ou pecador não pela própria pertença social, mas pelo modo de se relacionar com Deus e pelo modo de se relacionar com os irmãos. Os gestos de arrependimento e as poucas e simples palavras do publicano testemunham a sua consciência acerca da sua mísera condição. A sua oração é essencial. Age com humildade, seguro somente de ser um pecador necessitado de piedade. Se o fariseu não pedia nada porque já tinha tudo, o publicano só pode implorar a misericórdia de Deus. E isso é belo: implorar a misericórdia de Deus! Apresentando-se de “mãos vazias”, com o coração nu e se reconhecendo pecador, o publicano mostra a todos nós a condição necessária para receber o perdão do Senhor. No fim, justamente ele, tão desprezado, se torna um ícone do verdadeiro crente.

Jesus conclui a parábola com uma sentença: “Eu vos digo: estes – isso é, o publicano – diferente do outro, voltou pra sua casa justificado, porque aquele que se exalta será humilhado, quem, em vez disso, se humilha será exaltado” (v. 14). Destes dois, quem é o corrupto? O fariseu. O fariseu é justamente o ícone do corrupto que finge rezar, mas só consegue se vangloriar diante de um espelho. É um corrupto e finge rezar. Assim, na vida, quem acredita ser justo e julga os outros e os despreza, é um corrupto e um hipócrita. A soberba compromete cada boa ação, esvazia a oração, afasta de Deus e dos outros. Se Deus prefere a humildade não é para nos lamentarmos: a humildade é, em vez disso, condição necessária para ser levantado por Ele, de forma a experimentar a misericórdia que vem encher os nossos vazios. Se a oração do soberbo não alcança o coração de Deus, a humildade do miserável o escancara. Deus tem uma fraqueza: a fraqueza pelos humildes. Diante de um coração humilde, Deus abre totalmente o seu coração. É esta humildade que a Virgem Maria exprime no cântico Magnificat: “Olhou para a humildade da sua serva […] de geração em geração a sua misericórdia para aqueles que o temem” (Lc 1, 48. 50). Que ela nos ajude, nossa Mãe, a rezar com coração humilde. E nós repitamos por três vezes, aquela bela oração: “Ó Deus, tenha piedade de mim pecador”.

Traduzido do italiano por Jéssica Marçal. Acesse a versão original, clicando aqui.

Fonte: Canção Nova – Especiais – Papa Francisco – Catequese – Quarta-feira, 1 de junho de 2016 – 14h29 – Internet: clique aqui; e às 14h25 – Internet: clique aqui.

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