«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 19 de junho de 2016

Lava Jato não pode parar ! ! !

Dure o tempo que durar

Editorial

Já que parece mesmo impossível controlar a Lava Jato ou cortar-lhe as asas,
chegou a hora de apelar à tese da ingovernabilidade ou de reação avassaladora contra o movimento moralizador, como fez Padilha
ELISEU PADILHA
Político do PMDB do Rio Grande do Sul e atual Ministro-Chefe da Casa Civil do governo de Michel Temer
acha que a Lava Jata não pode demorar a ter uma conclusão!
Isso seria bom para quem, hein "cara pálida" ? ? ?

Em encontro com empresários no dia 16 passado, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha [PMDB-RS], fez elogios à Operação Lava Jato e disse que o presidente em exercício Michel Temer apoia as investigações, mas fez uma significativa observação:Tenho certeza de que os principais agentes da Lava Jato terão a sensibilidade para saber o momento em que eles deverão aprofundar ao extremo e também de caminhar rumo a uma definição final”, pois só assim serão evitados “efeitos deletérios”. Com isso, o ministro jogou a cartada da possibilidade do colapso do sistema político – como aconteceu com a Mani Pulite, na Itália – para evitar que a Lava Jato vá, segundo sua opinião, longe demais.

Muito se tem dito, quase sempre em tom de denúncia, a respeito de manobras e conchavos de políticos graúdos para interferir nas investigações da Lava Jato. Meias-palavras captadas em grampos, ditas na maioria das vezes em tom de mero comentário, têm sido suficientes para dar impulso a teorias conspirativas de todo tipo, alimentadas pela sensação geral de que, como as coisas vão, ninguém se salvará em Brasília. Isso não significa que os parlamentares que se viram envolvidos ou temem em breve vir a sê-lo não tenham o desejo de enterrar a Lava Jato, já que a operação está a lhes depenar a galinha dos ovos de ouro. Mas o fato concreto é que, se houve ou há qualquer intenção de atrapalhar a Lava Jato, e se essa intenção foi de alguma forma transformada em manobra concreta, a tramoia foi até aqui muito malsucedida, pois raros são os dias em que não aparecem novas denúncias a sacudir o mundo político. Por essa razão, já que parece mesmo impossível controlar a Lava Jato ou cortar-lhe as asas, chegou a hora de apelar à tese da ingovernabilidade ou de reação avassaladora contra o movimento moralizador, como fez Padilha.

Para ilustrar os “efeitos deletérios” aos quais fez referência, o ministro lembrou da Operação Mãos Limpas, investigação italiana que inspirou a Lava Jato. Segundo Padilha, na Mãos Limpas “não houve essa sinalização” a respeito do fim dos trabalhos, como ele espera da Lava Jato. O resultado foi a destruição de alguns dos principais partidos políticos italianos, envolvidos em grossa corrupção, e a ascensão do populismo aventureiro de Silvio Berlusconi. “Eu vi e li o que aconteceu com a Operação Mãos Limpas na Itália. Todos eles (da Lava Jato) conhecem tanto quanto eu. Temos que fazer com que tenhamos o melhor resultado possível”, explicou Padilha mais tarde aos jornalistas, sugerindo que o “melhor resultado possível” é aquele obtido até agora, sem necessariamente avançar mais.

Essa tem sido, aliás desde sempre, a principal crítica dos adversários da Lava Jato, mas trata-se de uma falsa questão. De fato, a investigação na Itália, nos anos 1990, dizimou o sistema político, e o vácuo de poder criado foi logo ocupado por Berlusconi. Mas atribuir essa situação à Operação Mãos Limpas, que apenas cumpriu sua missão de prender os assaltantes do Estado italiano, é isentar de responsabilidade os partidos, os líderes políticos e os empresários que haviam transformado a democracia representativa em um meio eficaz de enriquecimento. E que, depois, reconstruíram os mecanismos de impunidade que haviam sido demolidos pelos promotores e juízes. Não haveria necessidade de Operação Mãos Limpas se, antes, não houvesse sujeira nas mãos.

Entende-se a preocupação do mundo político com a Lava Jato. A corrupção, que era apenas resultado de oportunidades criadas pelo gigantismo do Estado no País, graças aos governos do PT transformou-se em um método de administração e de manutenção do poder. O que a Lava Jato está revelando, pedaço por pedaço, é o esquema de sequestro do Estado para fins de perpetuação de uma casta política, totalmente indiferente ao voto recebido na urna – obtido, aliás, por meio de campanhas financiadas com dinheiro roubado de estatais.

É esse o círculo – virtuoso para seus usufrutuários criminosos – que está a caminho de ser rompido. Faz sentido que os políticos queiram “concluir” a Lava Jato antes que toda a verdade seja conhecida. Do ponto de vista da sociedade, porém, está mais do que claro que a Lava Jato deve durar o tempo que for necessário, até que todos os que exploraram a democracia para se locupletar paguem pelo que fizeram.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Sábado, 18 de junho de 2016 – Pág. A3 – Internet: clique aqui.

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