«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

O perigo, agora, chama-se Renan Calheiros!

Renan decidirá sobre impeachment de Janot
na próxima semana e preocupa colegas

Daniela Lima, Mariana Haubert e Marina Dias

Aliados do presidente do Senado dizem que ele já estava decidido a “politizar” as ações de Rodrigo Janot, dando vazão aos questionamentos sobre a isenção do PGR no encaminhamento de investigações sobre políticos
RENAN CALHEIROS
Senador pelo PMDB de Alagoas e Presidente do Senado Federal

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai manter em suspenso por pelo menos mais sete dias a decisão que poderá arquivar ou dar prosseguimento ao pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentado na última segunda-feira (13 de junho).

O peemedebista comunicou a intenção de arrastar o processo em reunião com o colégio de líderes pouco antes de, no plenário, fazer na quarta-feira (15 de junho) o mais duro ataque já desferido por ele ao Procurador-Geral da República (PGR).

Durante a reunião, Renan fez uma série de queixas aos colegas e deixou integrantes do parlamento com a impressão de que pode aceitar o pedido.

Sua ofensiva sobre Janot marca um novo capítulo na crise política que dragou o país desde o início da operação Lava Jato e causa preocupação entre os senadores, que pediram cautela e prudência ao peemedebista. Eles também reivindicaram que, antes de formalizar a posição, Renan comunique os demais sobre sua decisão.

Pessoas próximas lembraram ainda que o último a afrontar o PGR desta forma foi o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que hoje corre o risco de ser cassado pelos pares.

PRIMEIRA VEZ

O ineditismo da tensão entre Renan e o Ministério Público Federal pode ser expresso na comparação entre procedimentos adotados pelo próprio presidente do Senado nas outras ocasiões em que recebeu pedidos de impeachment de autoridades como Janot e ministros do Supremo.

Em abril, por exemplo, o MBL (Movimento Brasil Livre), que comandou manifestações anti-Dilma Rousseff em várias capitais do país, ingressou no Senado com um pedido de afastamento do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello. À época, Renan levou menos de 24 horas para determinar o arquivamento do processo.

Aliados do presidente do Senado dizem que ele já estava decidido a "politizar" as ações de Janot, dando vazão aos questionamentos sobre a isenção do PGR no encaminhamento de investigações sobre políticos de diferentes partidos.

Essas pessoas avaliam que ele encontrou, neste momento, a ocasião ideal, já que nesta terça (14 de junho), o Supremo desautorizou pedidos de prisão feitos por Janot para integrantes da cúpula do PMDB, entre eles o próprio presidente do Senado.
RODRIGO JANOT
Procurador-Geral da República está sendo ameaçado de impeachment por Renan Calheiros, do qual solicitou
a prisão ao Supremo Tribunal Federal

A ofensiva de Janot sobre o PMDB foi o principal mote do discurso feito por Renan esta tarde no plenário. O peemedebista classificou de "esdrúxulos" os pedidos de prisão e disse que eles evidenciaram que o Ministério Público Federal havia "perdido os limites constitucionais", "do bom senso" e "do ridículo". Renan fez questão de dar um ar institucional à sua queixa, citando ações da PGR contra políticos de outros partidos, inclusive o PT, como o ex-ministro Aloizio Mercadante, grampeado por um funcionário do ex-senador Delcídio do Amaral, enquanto este negociava uma delação premiada.

"O Senador Delcídio, que chegou ao cúmulo de gravar o então Ministro Aloizio Mercadante, através do seu gabinete, da sua assessoria. Ele ficaria durante seis meses aqui no Senado Federal, gravando os senadores, para que essas gravações servissem de materialidade a acusações sem prova", disse.

No pronunciamento, Renan acusou, sem citar nomes, procuradores da força-tarefa da Lava Jato de agirem contra senadores em retaliação à reprovação de nomes que integram o MPF para cargos em conselhos como o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e o CNJ (Conselho nacional de Justiça).

"Esta Casa rejeitou três ilustres nomes da força-tarefa. Não sei por que. Talvez o bom senso não recomendasse que essas pessoas continuassem investigando o Senado Federal como instituição, investigando senadores, abusando do poder, fazendo condução coercitiva sem fato que a justifique, busca e apreensão na casa de senador, prisão em flagrante claramente orientada, gravações de senadores de forma ilegal, com pessoas colocadas na convivência dos senadores", disse. [Vejam só quem fala! Investigado e suspeito em tantos processos que já correram e, ainda, correm na Justiça, querendo posar de pessoa ilibada, honesta, imparcial! Engana-me, que eu gosto, Renan!!!]

A estratégia de Renan é evidenciar que está se criando um "espírito de corpo" no Congresso contra o que parlamentares de diversos matizes têm chamado de "abusos" dos investigadores. Pessoas próximas ao senador dizem que Janot, ao fazer os pedidos de prisão contra a cúpula do PMDB, incorreu no mesmo erro que promotores de São Paulo que pediram a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –e não conseguiram respaldo da Justiça para ação – ou mesmo do juiz Sérgio Moro ao divulgar grampos entre o petista e a presidente afastada Dilma Rousseff. Parte dos áudios foi considerada ilegal pelo STF.

O fato de petistas terem também sido alvo de ofensivas do Judiciário faz com que nem eles consigam, agora, explorar abertamente a crise que se instaurou no PMDB e no governo do presidente interino, Michel Temer, com a divulgação da delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras.

"Uma delação, como em todos os casos, deve ser pauta de investigação, mas não pode ser tomada como verdade definitiva", ponderou à Folha de S. Paulo o advogado de defesa de Dilma e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele próprio e a petista já foram citados por delatores, como Delcídio do Amaral. [Quem diria! PT e PMDB tratando da Justiça com a mesma postura!]

Fonte: Folha de S. Paulo – Poder – Quarta-feira, 15 de junho de 2016 – 20h59 – Internet: clique aqui.

Principal problema imediato para
presidente interino é Renan

Igor Gielow
Diretor da Sucursal de Brasília (DF)
MICHEL TEMER & RENAN CALHEIROS
há muito tempo que os dois não andam se "bicando" ! ! !

Para o presidente interino, Michel Temer (PMDB), a acusação feita por Sérgio Machado é obviamente péssima, mas não é neste momento o maior dos problemas que a delação do ex-presidente da Transpetro lhe causa.

Para ser mortal, a citação, por ora, depende de informações complementares: a empreiteira confirmando a encomenda em seu nome, a operação ponta a ponta. A dificuldade de rastrear o dinheiro é a beleza, por assim dizer, do esquema revelado pela Lava Jato no petrolão.

O maior problema para o Planalto se chama hoje Renan Calheiros (PMDB-AL). Machado está para ele como Delcídio do Amaral estava para o PT: é um homem seu.

Um presidente do Senado mordido já mostrou a que veio ao questionar os termos do projeto que limita gastos do governo. Se ferido de morte, seguindo os passos de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara, seu nome passa a ser imprevisibilidade.

Renan sempre foi seu desafeto, e trabalhou contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Se a votação final do caso no Senado possui certa blindagem, o que não quer dizer imunidade contra influências, o mesmo não pode ser dito do encaminhamento de medidas.

A eventualidade de um vácuo poderia gerar um apagão no Legislativo no momento em que o governo aposta todas suas fichas justamente na cooperação com o Poder.

Este é um cenário hoje extremo. Ao menos até ficar clara a disposição de Renan de enfrentar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot [leia a matéria anterior a esta].

Sob olhares desconfiados de políticos de A a Z, o procurador-geral sofreu uma derrota ao ver o pedido de prisão do senador Renan e de outros próceres do PMDB rejeitado pelo Supremo. Isso animou Renan a engrossar a voz e avaliar o pedido de impeachment contra Janot que apareceu numa árvore do Senado tal e qual o proverbial jabuti.

Além disso, se a Lava Jato segue intocável no imaginário popular, pode ser erodida aos poucos por medidas oriundas do Legislativo. [Por isso, mesmo, todo cuidado e atenção são poucos!!!]

Neste ponto, a amplitude da delação de Machado traz problemas para os petistas que ainda subscrevem a visão do partido de que a Lava Jato foi "braço operacional do golpe". A cautela da reação do petismo é eloquente.

Por fim, há vários personagens atingidos mais ou menos lateralmente no episódio, como o tucano Aécio Neves. O estrago maior, na superfície e nos intestinos, ficou na conta do governo e do PMDB.

Fonte: Folha de S. Paulo – Poder / Análise – Quinta-feira, 16 de junho de 2016 – 02h00 – Internet: clique aqui.

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