«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 21 de maio de 2016

Urgência de uma reforma política no Brasil

Para estudiosos, reforma política 
ganha relevância

Marianna Holanda

Diante do processo de impeachment, acadêmicos apontam para a necessidade do fortalecimento das instituições e mudança de regras
BRASÍLIO SALLUM JR.
Sociólogo e Professor da USP

Pouco mais de uma semana depois de a presidente Dilma Rousseff ser afastada do cargo por 180 dias pelo Senado Federal, acadêmicos apontam para a necessidade de fortalecimento das instituições da República. Eles afirmam que o momento requer mais relevância ao debate sobre a necessidade de uma reforma política no País – com discussões que vão do fim da reeleição à adoção do sistema parlamentarista.

Em 31 anos de redemocratização, o Brasil assiste pela segunda vez a um presidente passar pelo impeachment. O sociólogo professor da USP Brasílio Sallum defende que uma das principais lições deste processo passa por uma reforma política. Embora acredite que “as regras do jogo tenham sido respeitadas até agora”, o especialista no estudo do governo Collor (1990-1992) entende que devem ser feitas reformas mais “brandas em um primeiro momento”, como a proibição de coalizões proporcionais, criação de cláusulas de barreira a partidos poucos viáveis eleitoralmente e o fim da reeleição.

Em seguida, com um sistema político mais organizado, Sallum defende uma mudança do presidencialismo para o parlamentarismo. “Um parlamentarismo com um sistema partidário como o que a gente tem seria uma espécie de aposta no escuro, um risco demasiado. Sou a favor do parlamentarismo sim, mas quando o sistema estiver em melhores condições para operar um sistema desse”, diz.

A bandeira do parlamentarismo também foi levantada nos últimos meses por alguns políticos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
 
CARLOS MELO
Cientista Político e Professor do Insper (S. Paulo)
Sem citar nenhuma medida específica, o cientista político e professor do Insper Carlos Melo pontua que é um momento para “aperfeiçoar o que tem funcionando a contento no Estado e reformar o que, inegavelmente, vai mal”. Para Melo, as instituições têm funcionado apenas parcialmente de forma satisfatória. Uma das causas seria o que ele chama de “personalismo” nas instituições. “Não podemos nos limitar apenas ao Ministério Público, a parte do Judiciário ou a algumas ações da Polícia Federal – menos ainda devemos confundir o desempenho das ‘instituições’ com ações individuais ou com personalismos”, diz.

Na avaliação do sociólogo e professor da Unicamp Wagner Romão, no processo desgastante do impeachment as instituições acabaram “bastante arranhadas”. “A sensação é de que os atores políticos podem tudo, à revelia das instituições. Isso ocorreu em vários momentos, não só ao longo do processo de impeachment”, critica.

O diagnóstico do sociólogo é de que a democracia “não vai bem”, e ele pontua quatro momentos cruciais:
* “O PSDB não reconheceu a derrota nas urnas;
* Dilma prometeu uma coisa nas eleições e fez outra no segundo mandato;
* o deputado afastado Eduardo Cunha impôs uma autocracia à Câmara dos Deputados e
* o juiz federal Sérgio Moro liberou semiclandestinamente áudios de Lula”.
WAGNER ROMÃO
Sociólogo e Professor da Unicamp

A saída, para ele, seria uma reforma política. “Penso que, na medida em que é muito difícil mudar os atores políticos, devemos aperfeiçoar ainda mais nossas instituições políticas”, afirma. Romão sugere que o presidencialismo de coalizão seja revisto, assim como o financiamento empresarial de campanhas eleitorais e a possibilidade de punição para eleitos a cargos do Executivo que não respeitarem o programa do governo.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Sábado, 21 de maio de 2016 – Pág. A7 – Internet: clique aqui.

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