«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 8 de maio de 2016

Michel Temer, o mais do mesmo!

Vexame na casa de Temer

Editorial

O líder peemedebista tem se permitido associar seu nome a situações
e arranjos que frustram, desde já, as expectativas a seu respeito
MICHEL TEMER e EDUARDO CUNHA
Estão demonstrando ter muita coisa em comum!
Temer parece não ter compreendido que o povo está de olho e impaciente, não há mais ingênuos!

Não são auspiciosos, para dizer o mínimo, os mais recentes movimentos de Michel Temer às vésperas de, conforme tudo indica, assumir a Presidência, assim que se consumar o afastamento de Dilma Rousseff. No instante em que grande parte do País deposita suas esperanças na capacidade de Temer de articular um novo governo em bases muito diferentes das atuais, em que prevalece a cavilação dos espertalhões em detrimento dos interesses nacionais, o líder peemedebista tem se permitido associar seu nome a situações e arranjos que frustram, desde já, as expectativas a seu respeito. Cria-se a indesejada sensação de que os articuladores do novo governo, com a participação de notórios encalacrados em escândalos presentes e pretéritos, pretendem mudar tudo para, na verdade, tudo ficar como está. Ele está cometendo muitos dos erros que levaram Dilma Rousseff ao triste ponto a que ela chegou.

Foi decepcionante observar, por exemplo, a desenvoltura da “tropa de choque” do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na residência oficial de Temer, o Palácio do Jaburu, justamente no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) votava a suspensão do mandato do notório parlamentar.

Perguntaram-se todos os brasileiros de bem: que fazia ali, na casa de Temer, a turma dos que se empenharam, nos últimos meses, em procrastinar o andamento do processo contra Cunha e fazer da Câmara uma “comuna de intocáveis”, como anotou o ministro do STF Teori Zavascki? E mais: por que Temer permitiu que essa mesma turma elaborasse uma nota para contestar a decisão do Supremo e ameaçasse até mesmo descumprir a ordem?

Segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo, Temer não apenas consentiu que tudo isso acontecesse em sua sala de estar, como deu palpites na elaboração da nota que manifestou a “indignação” daqueles deputados, conforme as palavras de Paulinho da Força (SD), fidelíssimo companheiro de Cunha. Menos mal que Temer tenha dissuadido os parlamentares de desobedecer ao STF, mas essa cautela melhora pouco a sua imagem, uma vez que o peemedebista foi o anfitrião de tão descabida reunião e ainda colaborou, junto com outros articuladores de seu futuro governo, para que dela se tirasse uma posição que afronta ao Supremo. 
PAULINHO DA FORÇA SINDICAL É "CARNE E UNHA" COM EDUARDO CUNHA
Como pode um sindicalista ser da "tropa de choque" de Cunha? O peleguismo continua vivo como nunca!

Diante da desagradável surpresa que a notícia causou, Temer tratou de mandar sua assessoria dizer que ele “não avalizou ou apoiou” o documento, embora tenha manifestado respeito pela ação dos deputados. Ademais, esclareceu a assessoria, é comum que políticos usem o Palácio do Jaburu para se reunir – algo cuja extravagância supera qualquer explicação razoável.

É evidente que Temer, na árdua tarefa de montar uma confortável maioria no Congresso para aprovar as urgentes medidas contra a profunda crise no País, tem de dialogar com políticos das mais variadas extrações. Não está escrito em lugar nenhum, porém, que ele tenha de dar guarida àqueles que só estão interessados em se proteger da Justiça e em continuar livremente a mercadejar seus votos, perpetuando o nefasto toma lá dá cá que marcou a trevosa passagem do PT pelo governo.

Foi a essa situação reprovável, aliás, que se referiu o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira ao declinar o convite para ser ministro da Defesa. Antes escolhido por Temer para ser ministro da Justiça, Mariz de Oliveira acabou sendo preterido em razão de suas críticas à Operação Lava Jato – e a pasta da Defesa seria uma espécie de “prêmio de consolação”. Mas Mariz de Oliveira considerou estranho que suas opiniões sobre a Lava Jato o tenham desqualificado para a Justiça, enquanto entre os nomes sondados para cargos no governo estão alguns implicados na mesma Lava Jato.

É importante que Temer tenha em mente que o Brasil já decidiu, nas gigantescas manifestações contra o desgoverno corrupto do PT, que não quer esse modelo de País – que enriquece os ladravazes, pune os cidadãos de bem e condena a coletividade ao atraso. A Nação deseja firmemente dos novos titulares do poder que simplesmente digam não aos que pretendem continuar sua farra obscena, pois o fisiologismo não é uma necessidade incontornável. Temer não pode abrir as portas nem do Jaburu nem do governo para essa gente. Deve reunir auxiliares em torno de ideias e competências – e não satisfazer interesses de pessoas e grupos que fatalmente o deixarão falando sozinho. O toma lá dá cá não faz maioria parlamentar para patrocinar reformas. Faz lambanças.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Domingo, 8 de maio de 2016 – Pág. A3 – Internet: clique aqui.

Erro de avaliação

Eliane Cantanhêde

O problema de Temer não são os partidos, mas a opinião pública

O vice Michel Temer nem assumiu a Presidência, mas já andou criando arestas na área militar, com cientistas e entre líderes feministas. Errático na definição do Ministério, comete um grave erro de avaliação: seu principal problema político não são os partidos políticos – que vêm por gravidade –, e sim as resistências e desconfianças de uma sociedade cada vez mais exigente.

Três vezes ex-presidente da Câmara, Temer conhece bem uma regra elementar do jogo político: não é o Congresso que influencia a opinião pública, é a opinião pública que influencia o Congresso. Se a popularidade do presidente vai bem, os partidos são fiéis e solícitos. Se a popularidade vai mal, os partidos evaporam sem dó nem piedade. Não é mesmo, Dilma Rousseff?

Logo, qual o sentido de Temer se desgastar tanto para satisfazer um PTN? Em geral, deputados e partidos inexpressivos, ou controversos, votam com o governo por muitíssimo menos do que um ministério e costumam ir na onda: se o “povo” e Congresso estão a favor do presidente, eu também estou. Invertendo a máxima, “há governo, sou a favor”.

Podem fazer muxoxo daqui e dali, mas ninguém contestou os nomes fortes de Henrique Meirelles para a Fazenda e de José Serra para Relações Exteriores, nem os camaradas próximos e operadores como Eliseu Padilha na Casa Civil e Moreira Franco na superpasta da Infraestrutura. Até mesmo Romero Jucá (Planejamento), citado na Lava Jato, tem a ressalva de ser economista competente. No mais, virou uma confusão.

Se Nelson Jobim não aceitou ser ministro da Justiça ou da Defesa, por ser consultor de empreiteiras da Lava Jato, como Temer foi indicar Antônio Mariz, que está exatamente na mesma situação e até assinou manifesto contra a operação? Sem nenhum demérito ao grande advogado, claro que iria dar dor de cabeça. Não satisfeito, Temer desviou Mariz para a Defesa e conseguiu uma dupla façanha: desagradou aos militares sem agradar ao próprio Mariz.
ANTÔNIO CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRA
Advogado de São Paulo, foi convidado para o Ministério da Justiça, mas é crítico da Operação Lava Jato,
depois foi indicado para o Ministério da Defesa e recusou-se alegando nada entender de defesa!
Esses são os "notáveis" de Temer?!

Os comandos das Forças Armadas, profissionais e irretocáveis durante a crise, estavam animados com o novo governo e satisfeitos por serem consultados sobre a Defesa. Logo, ficaram surpresos e decepcionados com a troca abrupta. E tudo para nada. Com o estrago feito, Mariz decidiu certo: alegou que entende de Justiça, não de Defesa, e caiu fora.

Para piorar, a explicação foi que Jungmann fora descartado porque Roberto Freire iria para a Cultura e “só cabe um ministro do PPS”. Perguntas que rondam os militares: “A Defesa entra no leilão dos partidos? Então, para que nos consultaram? Se Mariz não serviu para a Justiça, por que serviria para a Defesa? Se as conversas sobre o ministro não valeram, nossas sugestões e planos também não valem?”

Jungmann, Mariz e o médico paulista Raul Cutait (Saúde) foram ministros sem ser, mas pior do que isso são os que são ou foram ministros sem poder ser. Caso de um bispo da Igreja Universal justamente para Ciência e Tecnologia e de uma deputada contrária à descriminação do aborto para Direitos Humanos. Um porque é do PRB, a outra porque é do PTN? Fala sério!

Temer não ganha nem perde um voto a mais no Congresso com esse toma lá dá cá, mas pode perder muito em expectativa e em boa vontade na opinião pública, que conhece muito pouco esse tal de Michel Temer e torce o nariz para o PMDB velho de guerra, mas está doida para que, com a saída de Dilma, deem um jeito nesse imenso caos nacional. Diz-se que os líderes crescem na adversidade. Pois que Temer não diminua no momento decisivo de inscrever seu nome na história.
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Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Domingo, 8 de maio de 2016 – Pág. A8 – Internet: clique aqui.

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