«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Os políticos estão dispostos, mesmo, a tirar-nos da crise?

Sarneyzação à vista

O que fará o presidente em exercício quando a chapa esquentar de verdade?
CONGRESSO NACIONAL
vota ampliação do déficit no orçamento da União para R$ 170,5 bilhões neste ano!
Quarta-feira, 25 de maio de 2016

Até agora foi fácil. A única votação importante a que o governo se submeteu no Congresso foi para aumentar despesas, não para cortá-las. Pegou a herança maldita da gestão anterior e acrescentou um dígito. Não havia nenhum interesse específico a ser contrariado, só a oposição pela oposição de PT e companhia. Teste mesmo será quando tiver que aprovar redução de gastos, perdas de direitos adquiridos e, se ousar, aumento de imposto. Mesmo assim, Michel Temer bateu na mesa e se disse atacado.

A má notícia para o presidente interino é que a pressão só tende a aumentar. O teto de despesas do governo federal proposto pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, embute uma redução brutal do gasto público. É um dos dois motivos pelos quais se costurou o pacto em torno do vice de Dilma Rousseff: para ele e Meirelles fazerem o trabalho que o PT não fez e o PSDB não quer fazer. O outro ouve-se nos grampos: cortar a água da Lava Jato.

Por enquanto, o plano de Meirelles é apenas uma carta de intenção. Quando for transformado em medidas práticas se conhecerão os detalhes onde mora o diabo. Só então serão batizados os patos que pagarão o pacto. Haverá reações, e não só da turma da mortadela [PT, PCdoB, PSOL e outros]. Se continuar batendo na mesa, Temer vai machucar a mão. Ademais, o papel de vítima já foi ocupado por Dilma, em entrevistas diárias em múltiplos idiomas.

O que fará o presidente interino, então, quando a chapa esquentar de verdade? Pelo que se viu até agora, improvisar.

A reação ao ministério 100% testosterona foi forte? Apressa-se em reunir a bancada feminina e prometer um “ministério para as mulheres” em um futuro sem data. Os artistas estão reclamando do fim do Ministério da Cultura? Recria-se o ministério. Uma menina é estuprada por 33 bandidos? Propõe-se a criação de uma delegacia especial da mulher na Polícia Federal. Só puxadinhos.

Nada nessas ações indica um plano. A tal ponte para o futuro foi arquitetada como um fim em si mesmo: levar o PMDB ao poder sem intermediários. O que fazer quando chegar lá, além de terceirizar a área econômica? Na hora a gente vê. Tome-se o caso do ministro da Educação. Até ser convidado para o cargo, parece jamais ter pensado profundamente sobre os temas que estão em sua mesa. Ou não teria priorizado os conselhos de um ator pornô [Alexandre Frota - veja foto abaixo:].
MENDONÇA FILHO, MINISTRO DA EDUCAÇÃO
recebe em audiência o ator pornô Alexandre Frota e Marcello Reis, integrante do grupo Revoltados On Line
Quarta-feira, 25 de maio de 2016

O problema do improviso é que a administração fica vulnerável a todo tipo de lobby [grupos de pressão sobre o governo]. Especialmente quando a gestão que sai não deixa nenhum memorial, roteiro ou assessores que saibam o que está acontecendo. Nessas horas os espertos aparecem. Como não há vácuo no poder, sempre tem alguém que percebe a oportunidade de ocupá-lo, nem que seja com sugestões desinteressadas, consultorias sem ônus ou para “colocar algumas ideias”.

Toda sugestão representa um interesse, toda consultoria tem custo e toda ideia foi “colocada” ali por um motivo, tal qual o jabuti – na falta de melhor palavra – trepado na árvore.

Temer foi eleito, mas vice não tem programa próprio. Os votos que recebeu por tabela foram dados para a execução de uma plataforma à qual Dilma renunciou depois de reeleita. Aquele programa morreu politicamente, e – com ele – quem o endossou e, depois, renegou. O novo programa não foi avalizado pelas urnas. Pode ter a simpatia do mercado e a boa vontade do Congresso, mas sua legitimidade sempre será contestada pelos patos do pacto. [Ou seja, a parcela da população que mais arcará com o custo do ajuste econômico necessário]

A depender de quantos começarem a grasnar, o humor dos congressistas vai mudar. E se mudar, nem mesmo as duas dezenas de partidos da base governista vão bastar. O fisiologismo é padrasto do presidencialismo de coalizão. Em mais de uma vez, renegou o enteado quando este perdeu popularidade e, por fim, governabilidade. Deu em dois filicídios e num parlamentarismo branco. Temer está mais para Sarney do que para Collor ou Dilma.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Segunda-feira, 30 de maio de 2016 – Pág. A6 – Internet: clique aqui.

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