«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Oração não é “varinha mágica”, explica Papa

Da Redação, com Rádio Vaticano

Francisco disse que a oração ajuda o homem a conservar a fé em Deus e
a se entregar a Ele, mesmo quando não compreende Sua vontade
PAPA FRANCISCO
Ontem, quarta-feira, 25 de maio de 2016, na Audiência Geral
Praça São Pedro - Vaticano

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 25 de maio, o Papa fez uma reflexão sobre a oração como fonte de misericórdia.

Inspirado na parábola da viúva e do juiz iníquo [Lucas 18,1-8], Francisco recordou que, no final, a perseverança da viúva prevaleceu até mesmo sobre a iniquidade de um juiz inescrupuloso.

“Nos fará bem escutar isso hoje”, enfatizou o Papa, ao destacar que a parábola contém um ensinamento importante: «A necessidade de rezar sempre, sem jamais esmorecer. Portanto, não se trata de rezar às vezes, quando “estou a fim”. Não, Jesus diz que é preciso rezar sempre, sem cessar».

Francisco afirmou que ao contrário do juiz desonesto, Deus atende prontamente seus filhos, mesmo que isso signifique que não o faça no tempo e da maneira que gostaríamos.

«A oração não é uma varinha mágica, não é uma varinha mágica. A oração ajuda a conservar a fé em Deus e a nos entregar a Ele mesmo quando não compreendemos a sua vontade. Nisto, Jesus, que rezava tanto é um exemplo para nós», disse o Papa.

Francisco então argumentou que, à primeira vista, poderia parecer que Deus não teria escutado as orações de seu Filho, dado que Cristo morreu na cruz. Todavia, citando a Carta aos Hebreus, o Papa recordou que «Deus realmente salvou Jesus da morte concedendo-Lhe sobre essa a vitória completa, mas o caminho para conquistá-la passou pela própria morte».

O Papa explicou que na oração no Getsêmani, Jesus se entrega sem reservas ao Pai: que «não seja como eu quero, mas como tu queres». A partir deste momento, tudo mudou.

«O objeto da oração passa a um segundo plano; o que importa antes de tudo é a relação com o Pai. É isso o que a oração faz: transforma o desejo e modela-o segundo a vontade de Deus, seja qual essa for, porque quem reza quer, em primeiro lugar, unir-se a Deus, que é Amor misericordioso», explicou.

Ao concluir, Francisco ressaltou que a parábola termina com um importante questionamento: «Mas quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?».

«E com esta pergunta, estamos todos em alerta: não devemos desistir da oração mesmo que não seja correspondida. É a oração que conserva a fé, sem ela a fé vacila», concluiu o Papa.
PAPA FRANCISCO
Como de hábito, saúda, abençoa e fala com fiéis durante a Audiência Geral

Leia, abaixo, a Catequese de Papa Francisco na íntegra:


AUDIÊNCIA GERAL
Catequese do Papa Francisco
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 25 de maio de 2016
Parábola do juiz iníquo (Lc 18,1-8)

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

A parábola evangélica que acabamos de ouvir (cf.: Lc 18,1-8) contém um ensinamento importante: «A necessidade de rezar sempre, sem jamais se cansar» (v. 1). Portanto, não se trata apenas de rezar algumas vezes, quando sinto vontade. Não, Jesus diz que é preciso «rezar sempre, sem jamais se cansar». E apresenta o exemplo da viúva e do juiz.

O juiz é um personagem poderoso, chamado a emitir sentenças baseadas na Lei de Moisés. Por isso a tradição bíblica recomendava que os juízes fossem pessoas tementes a Deus, dignas de fé, imparciais e incorruptíveis (cf.: Ex 18,21). Ao contrário, este juiz «não temia a Deus, nem respeitava homem algum» (v. 2). Era um juiz iníquo, sem escrúpulos, que não observava a Lei mas fazia o que queria, segundo seu interesse. A ele se dirige uma viúva para ter justiça. As viúvas, junto com os órfãos e os estrangeiros, eram as categorias mais frágeis da sociedade. Os direitos assegurados a eles pela Lei podiam ser pisados com facilidade porque, sendo pessoas sozinhas e sem defesa, dificilmente recebiam apoio: uma viúva, ali, sozinha, ninguém a defendia, podiam ignorá-la, não eram justos com ela. Assim também o órfão, assim o estrangeiro, o migrante: naquele tempo era muito forte esta problemática. Diante da indiferença do juiz, a viúva recorre à sua única arma: continuar insistentemente a importuná-lo, apresentando-lhe seu pedido de justiça. E justamente com esta perseverança alcança o objetivo. O juiz, de fato, em um certo ponto a escuta, não porque é movido por misericórdia, nem porque a consciência o impõe; simplesmente admite: «Mas esta viúva já está me importunando. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha, por fim, a me agredir!» (v. 5). Desta parábola Jesus tira duas conclusões: se a viúva conseguiu dobrar o juiz desonesto com seus pedidos insistentes, quanto mais Deus, que é Pai bom e justo, «não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele?»; e além disso, não «vai fazê-los esperar», mas agirá «bem depressa» (vv. 7-8).

Por isso, Jesus exorta a rezar “sem jamais se cansar”. Todos experimentamos momentos de cansaço e desânimo, principalmente quando nossa oração parece ineficaz. Mas Jesus nos garante: diferente do juiz desonesto, Deus ouve prontamente seus filhos, mesmo que isso não signifique que o faça nos tempos e nas maneiras que nós queremos. A oração não é uma varinha mágica! Ela ajuda a conservar a fé em Deus e a confiar n’Ele mesmo quando não compreendemos a Sua vontade. Neste sentido, o próprio Jesus – que rezava muito! – é um exemplo para nós.

A Carta aos Hebreus recorda que «Ele, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que tinha poder de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua piedosa submissão» (5,7). À primeira vista, esta afirmação parece improvável, porque Jesus morreu na cruz. A Carta aos Hebreus não erra: Deus verdadeiramente salvou Jesus da morte dando-lhe sobre ela a completa vitória, mas o caminho percorrido para obtê-la passou através da própria morte! A referência à súplica que Deus ouviu diz respeito à oração de Jesus no Getsêmani. Tomado por uma angústia profunda, Jesus reza ao Pai para que o liberte do cálice amargo da paixão, mas a sua oração é permeada pela confiança no Pai e se confia sem reservas à sua vontade: «Porém – diz Jesus – não seja feito como eu quero, mas como tu queres» (Mt 26,39). O objeto da oração passa em segundo plano; o que importa antes de tudo é a relação com o Pai. É isso que a oração faz: transforma o desejo e o modela segundo a vontade de Deus, qualquer que seja, porque quem reza aspira antes de tudo a união com Deus, que é Amor misericordioso.

A parábola termina com uma pergunta: «Mas o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar fé sobre a terra?» (v. 8). E com esta pergunta todos nos colocamos em vigilância: não devemos desistir da oração mesmo que ela não seja correspondida. É a oração que conserva a fé, sem ela a fé vacila! Peçamos ao Senhor uma fé que se faz oração incessante, perseverante, como aquela da viúva da parábola, uma fé que se nutre do desejo da sua vinda. E na oração experimentamos a compaixão de Deus, que como um Pai vem ao encontro de seus filhos pleno de amor misericordioso.

Traduzido do italiano por Rodrigo Luiz. Acesse a versão original, clicando aqui.

Fonte: Canção Nova – Especiais – Papa Francisco – Catequese – Quarta-feira, 25 de maio de 2016 – Última atualização às 09h34 – Internet: clique aqui e Texto na íntegra da catequese traduzido – 25/05/2016 – 09h32 – Internet: clique aqui.

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