«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Chegou, finalmente, a hora dele!

Organização criminosa jamais teria operado
sem Lula, afirma Janot

Gustavo Aguiar, Julia Affonso, Fausto Macedo,
Mateus Coutinho e Ricardo Brandt

Procurador-geral da República atribuiu ao ex-presidente “articulações espúrias” contra a Lava Jato em petição ao Supremo Tribunal Federal
RODRIGO JANOT
Procurador-Geral da República

Em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribuiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava Jato”. Segundo Janot, “embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes”.

As afirmações de Janot sobre Lula se basearam nos relatos de delatores e nos grampos da Operação Aletheia, deflagrada em 4 de março, quando o ex-presidente foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para depor.

“Os diálogos interceptados com autorização judicial não deixam dúvidas de que, embora afastado formalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne as articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava ]ato, a sua nomeação ao primeiro escalão, a articulação do PT com o PMDB, o que perpassa o próprio relacionamento mantido entre os membros destes partidos no concerto do funcionamento da organização criminosa ora investigada”, crava Janot.

“Com isso, quer-se dizer que, pelo panorama dos elementos probatórios colhidos até aqui e descritos ao longo dessa manifestação, essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse. Nesse sentido, foram os diversos relatos dos colaboradores e os próprios diálogos interceptados.”

As afirmações de Janot constam de petição do procurador-geral da República ao Supremo, no dia 28 de abril, em que ele pede a inclusão do ex-presidente Lula, dos ministros Jaques Wagner, Edinho Silva, e Ricardo Berzoini, no inquérito mãe da Operação Lava Jato perante à Corte.

Além de Lula e dos ministros, são citados:
* os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA) e Delcídio Amaral (ex-PT-MS),
* e os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
* Eduardo da Fonte (PP-PE),
* Aguinaldo Ribeiro,
* André Moura,
* Arnaldo Faria de Sá,
* Altineu Cortês e Manoel Junior, além do
* ex-ministro Henrique Eduardo Alves,
* o assessor da Presidência, Giles de Azevedo,
* a ex-ministra Erenice Guerra,
* o ex-ministro Antonio Palocci,
* o pecuarista José Carlos Bumlai,
* o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto,
* o banqueiro André Esteves,
* o ex-ministro Silas Rondeau,
* o empresário Milton Lyra,
* o lobista Jorge Luz,
* o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado,
* o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli,
* o doleiro Lucio Bolonha Funaro,
* Alexandre Santos,
* Carlos Willian,
* João Magalhães,
* Nelson Bornier e
* a ex-deputada Solange Almeida, aliada de Eduardo Cunha.

O inquérito conta atualmente com 39 investigados, entre parlamentares e operadores do esquema de corrupção da Petrobrás. Caso o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, aceite o pedido de Janot, o inquérito passará a ter 69 investigados.


A delação de Delcídio Amaral

O senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS) entregou à Procuradoria-Geral da República uma série de documentos que, segundo ele, comprovam seu encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tramar contra a Operação Lava Jato. Lula foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por obstrução à Justiça.

Delcídio relatou ao Ministério Público Federal que foi chamado por Lula, em meados de maio de 2015, em São Paulo, para “tratar da necessidade de se evitar que Nestor Cerveró fizesse acordo de colaboração premiada”.

Segundo o senador, Lula o teria incumbido de “viabilizar a compra do silêncio de Nestor” para proteger o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.

Janot anotou em manifestação ao STF. “A respeito desse fato, há diversos outros elementos, tais como e-mail com comprovante de agendamento da reunião entre Lula e Delcídio no Instituto Lula, no dia 8 de maio de 2015; comprovantes de deslocamento efetivo do senador para São Paulo compatível com esta data; outros documentos que atestam diversas outras reuniões entre Lula e Delcídio no período coincidente às negociatas envolvendo o silêncio de Nestor Cerveró, além de registros de diversas conversas telefônicas mantidas entre Lula e (o pecuarista) José Carlos Bumlai e entre este e Delcídio”, afirma o procurador-geral da República. “Todos esses elementos estão encartados no aditamento de denúncia dos autos 4170.”

Delcídio afirmou que o filho de Bumlai, Mauricio Bumlai, pagou R$ 250 mil à família de Cerveró, “por interferência de Lula”. De acordo com o senador, Lula “pediu expressamente” a Delcídio que ajudasse Bumlai, amigo do petista.

O ex-líder do governo contou em delação premiada. “O Lula tinha especial preocupação com a situação de José Carlos Bumlai porque eles ficaram muito próximos durante a primeira campanha de Lula à Presidência da Republica e depois disso, Bumlai se tornou o grande conselheiro de Lula, com forte influência em diversos negócios do governo, além de ter sido avalista de um empréstimo milionário obtido pelo PT junto ao Banco Schahin e de ter ajudado a construir, estruturar e organizar o Instituto Lula, entre outros.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Blogs – Fausto Macedo – 04/05/2016 – 12h00 – Internet: clique aqui e aqui.

ANÁLISE:

O pior revés de quem foi um mito nacional

João Domingos
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Ex-Presidente da República pelo PT

O pedido da Procuradoria-Geral da República para incluir o nome de Luiz Inácio Lula da Silva no maior inquérito da Operação Lava Jato no Supremo e na denúncia já oferecida contra o ex-presidente são os piores reveses já sofridos pelo petista. Abrem caminho para um “impeachment antecipado”: se condenado pelo STF, Lula será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não poderá se candidatar em 2018.

O argumento de Rodrigo Janot, de que “o petrolão só pôde existir com Lula”, é muito forte. Estará a partir de agora como um carimbo a marcar a biografia do ex-presidente, um fantasma a perseguir aquele que ainda é um mito para uma faixa da sociedade.

No inquérito-mãe da Lava Jato que soma 69 políticos, Lula estará ao lado dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, todos de mãos estendidas a pedir ajuda do futuro governo Michel Temer. Ajuda que dificilmente virá.

A defesa perante a Justiça é muito diferente da defesa política, na qual Lula é expert. Nesta, a pessoa rebate ataques com bravatas e palavras que sacodem a plateia. Naquela, advogados buscam detalhes técnicos que nem sempre convencem os juízes.

Lula terá a solidariedade dos petistas neste momento? Talvez. Mas o PT já não é o mesmo de quando o ex-presidente chegou ao Palácio do Planalto. Assim como Lula. São quase um arremedo do que já foram.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Quarta-feira, 4 de maio de 2016 – Pág. A5 – Internet: clique aqui.

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