«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A estratégia do PT com o impeachment de Dilma

Apostar no fracasso de Temer

Luís Nassif 
DILMA ROUSSEFF
O PT quer fazê-la tornar-se vítima!!!
Vítimas de um golpe, de uma imensa mentira, do caos da incompetência é a população brasileira que perdeu
emprego, sua firma, sua renda, sua saúde e dignidade por causa da teimosia e despreparo dessa senhora!!!
[ . . . ]
Ontem (quarta-feira, 11 de maio), o Ministro Teori Zavascki negou provimento ao mandado de segurança da AGU (Advocacia Geral da União) propondo a suspensão do processo de impeachment por vício de origem: o fato de ter sido motivado por um ato de vingança do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Teori negou, sob o argumento óbvio que um procedimento aprovado por quase 400 parlamentares não poderia ser tratado como um ato de vontade do presidente da Câmara, sem a apresentação de provas mínimas.

Houve quem lesse no voto a negação da análise de mérito do impeachment – o fato de ser proposto sem a caracterização de crime de responsabilidade. Mas Teori limitou-se a mencionar os argumentos do mandado. Ou seja, o questionamento do mérito do impeachment ainda está em aberto.

Até agora, nem AGU nem o PT provocaram o Supremo Tribunal Federal sobre a questão de mérito, os argumentos estapafúrdios invocados para a destituição de uma presidente da República e que estão claramente analisados nos escritos do pai da teoria do impeachment, ex-Ministro Paulo Brossard.

As inconstitucionalidades desse processo estão escandalizando juristas de todos os quadrantes do planeta, chamaram a atenção da imprensa internacional, provavelmente gerarão uma moção de censura da Corte Interamericana de Direitos Humanos. [Será, mesmo?]

Porque, então, a AGU, o governo Dilma, o próprio PT se eximiram de levar essa questão ao Supremo, preferindo estratégias ridículas com o deputado Waldir Maranhão, presidente interino da casa, e com um mandado de segurança que, segundo muitos juristas, teria escassa possibilidade de passar?

Uma das hipóteses é pretender não dar tanta força ao Supremo Tribunal Federal, chamando-o para apreciar o mérito.

O motivo mais lógico é que um presidente interino interessaria ao PT em 2018. Consolidar-se-ia a noção da ilegalidade, recuperaria a imagem de Dilma, como vítima de um golpe, e deixaria o partido livre para reagrupar forças e preparar-se para 2018 confiando no fracasso de Temer.

[Opinião pessoal: eu já tenho uma outra teoria, que penso ser mais próxima à realidade! Afinal, se fôssemos pensar como o autor deste artigo, teríamos de admitir que o ex-Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, se prestou a, apenas, representar um papel, pois no fundo no fundo, ele não queria que o processo de impeachment de Dilma fosso extinto ou interrompido, por isso a defendeu tão mal e cometeu tantas trapalhadas! Para mim, o PT não entrou no Supremo Tribunal Federal com um questionamento sobre o “mérito” do impeachment com medo do tribunal dar razão aos opositores e a sua desculpa e versão de “golpe” ficar ainda mais desmoralizada e inviabilizada! Pois, foi somente isso que sobrou a Lula, Dilma e o PT: fazerem-se de vítimas de uma campanha sórdida com o aval da elite, do STF e setores da sociedade! Quem se autoimolou foi o próprio partido ao perder suas referências éticas, deixar de promover as reformas que havia tanto defendido e se igualado, no que há de pior, aos demais partidos brasileiros! O PT se sujou e quer se limpar com a versão de “golpe”, de manipulação e assim por diante. Acredite nele quem quiser!]

Fonte: GGN – Luís Nassif Online – Quinta-feira, 12 de maio de 2016 – 09h28 – Internet: clique aqui.

Cadê “o povo”?

Eliane Cantanhêde

As multidões que pediram ou condenaram o impeachment
evaporaram na hora H 
DILMA ROUSSEFF E JAQUES WAGNER
puxando a cortina do Planalto e olhando os arredores do Congresso e do palácio, como que repetindo a surpresa de Jânio Quadros depois da renúncia: “Cadê o povo?”
Quarta-feira, 11 de maio às 19h30 (enquanto o Senado votava seu impeachment)

Cumpriu-se a profecia de Eduardo Campos: Dilma Rousseff é a única presidente do Brasil contemporâneo a deixar o País pior, muito pior, do que encontrou. Michel Temer não assumiu interinamente “só” com o desafio de recuperar a confiança, reequilibrar as contas públicas e aquecer a economia de forma a acolher o máximo possível dos 11 milhões de desempregados – o que já é um trabalho hercúleo. Ele terá, também, de refazer o governo, desaparelhar o Estado e restaurar as instâncias de controle, como a inteligência e as agências reguladoras. A sensação é de terra arrasada.

Ao lançar Dilma para a primeira eleição, em 2010, Lula contou como se encantara com aquela moça tão disciplinada, que andava para lá e para cá com um laptop e tinha todas as respostas na ponta da língua. Foi assim que Dilma, que não era próxima dele, não é da história do PT e nunca tinha tido destaque nacional, virou ministra de Minas e Energia, chefe da Casa Civil e, enfim, candidata à Presidência, por um único motivo: Lula quis, quis porque ela era... craque no Google.

No seu derradeiro discurso no Planalto ontem, ladeada por ministros, parlamentares e amigos petistas, Dilma repetiu o mesmo discurso de sempre, atribuindo a desagregação política e o desastre na economia à oposição. Não ganhou um voto com isso nesses meses. E não convenceu ninguém ontem. A maioria da Câmara, do Senado, dos agentes econômicos, dos analistas e da opinião pública não comprou a versão.

Dilma sai porque, apesar de manejar bem um computador, não sabe negociar, ceder, ouvir – nem mesmo o padrinho Lula –, nem compreender o jogo da política. Porque, apesar de economista, tomou decisões erradas na macroeconomia, na gestão dos juros, na intervenção no setor elétrico. E porque, apesar de “técnica”, cumpriu à risca a única coisa que aprendeu na política: “fazer o diabo” para ganhar eleições. Daí as pedaladas fiscais, o descalabro das contas públicas.

Estou vivendo a dor da traição e da injustiça”, disse Dilma ontem, com voz surpreendente firme e segura, ao se despedir do Planalto sem jamais ter admitido claramente seus erros. Se não admitiu, também não aprendeu com os próprios erros. Entrou e saiu do governo sem perceber que ganhar eleição é só o começo; o problema é governar depois. Especialmente depois de prometer – e fazer – “o diabo”.

Para Temer, muda-se o verbo, não o princípio: chegar ao poder é só o começo; o problema é governar depois. Especialmente quando se chega lá sem as urnas, precisando conquistar legitimidade pela imagem, pela palavra, pela ação – e por resultados que, no seu caso, têm de ser já. Apoio político e sólida base aliada no Congresso ele tem, boa vontade dos mercados, também. Mas lhe falta o principal: confiança popular.

A foto do dia da votação do Senado que a afastou foi do fotógrafo Dida Sampaio: Dilma e Jaques Wagner puxando a cortina do Planalto e olhando os arredores do Congresso e do palácio, como que repetindo a surpresa de Jânio Quadros depois da renúncia: “Cadê o povo?”. O povo, que é agente da mudança e desde junho de 2013 vai às ruas, foi o grande ausente nesta semana tão intensa em Brasília. Algumas centenas de militantes foram apoiar a saída de Dilma do Planalto. Um único cidadão se dignou a prestigiar a posse de Temer do lado de fora.

Militante petista está sempre a postos para quando seu mestre Lula mandar. Mas Temer não tem militantes, movimentos organizados e “povo”. Entre tantos e tão graves desafios, ele vai, de um lado, tourear MST, CUT, UNE e MTST e, de outro, lutar por índices nas pesquisas e por gente de carne e osso – especialmente as mulheres, mais da metade da população – que acredite e torça para que realmente dê um jeito nesse País tão pior que Dilma deixou.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Sexta-feira, 13 de maio de 2016 – Pág. A10 – Internet: clique aqui.

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