«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Chegou a hora do PMDB!

Lava Jato mira em núcleo do PMDB

Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Julia Affonso e Mateus Coutinho

Depois de desmontar sistemática de lavagem de dinheiro do PP e do PT no esquema de corrupção na Petrobrás, força-tarefa da Procuradoria, em Brasília e Curitiba, foca em contratos de plataformas e setor internacional, que era área controlada por partido; apurações devem expandir rol de políticos peemedebistas investigados 
JOÃO AUGUSTO REZENDE HENRIQUES
lobista a favor do PMDB junto a Petrobras, preso pela 19ª fase da Operação Lava Jato

Com base no mesmo roteiro adotado para investigar a arrecadação política e partidária do PP e do PT, a força-tarefa da Operação Lava Jato trabalha para ampliar as provas de repasses a políticos do PMDB a partir dos dados de contas e offshores* de operadores de propinas. A investida sobre os peemedebistas coincide com a provável chegada ao Palácio do Planalto de Michel Temer, vice-presidente da República e presidente de honra do PMDB.

Em conversas reservadas e apurações sigilosas, autoridades ligadas à Lava Jato indicam que a força-tarefa está próxima de revelar dados e transações capazes de produzir impacto direto no chamado núcleo político do esquema sustentado pelos supostos operadores de propina do PMDB na corrupção desbaratada na Petrobrás: Fernando Soares, o Fernando Baiano, e João Henriques.

Com isso, estão na mira o presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), o ex-ministro e senador Edison Lobão (MA) e o senador Valdir Raupp (RO).

Para a Lava Jato, o PMDB, a exemplo de PT e PP, empregou uma sistemática para arrecadar propina e lavar dinheiro no exterior, indicam as frentes de apuração com foco em contratos de plataformas, poços de petróleo, negócios com multinacionais estrangeiras, aquisições e vendas de refinarias fora do País, como Pasadena (EUA).  Esses inquéritos, em Curitiba e Brasília, revelarão, em detalhes, a sistemática empregada pela legenda e seus membros para arrecadar valores – declarados ou não.

Por meio da análise das mesmas offshores e contas usadas por João Henriques e Fernando Baiano para transferir propina aos diretores da Petrobrás, procuradores da força-tarefa estão no caminho de novas provas do envolvimento e o recebimento de valores por políticos do PMDB.

Navios-sonda

Fernando Baiano e João Henriques teriam pagado propinas em um pacote de quatro contratos de navios-sonda, usados para exploração de petróleo em alto mar. Os beneficiários na estatal foram dois ex-diretores da área Internacional, Nestor Cerveró e Jorge Zelada, sustentados politicamente nos cargos, segunda Lava Jato, pelo PMDB. Presos em Curitiba, desde o início do ano passado, eles foram denunciados e condenados em processos da 13ª Vara Federal, sob a guarda do juiz Sérgio Moro – que preside os processos de alvos sem foro privilegiado.

“João Henriques teria operado a propina do navio-sonda Titanium Explorer por intermédio de um contrato de agenciamento internacional. Assim, a documentação apreendida corrobora a tese no sentido de que o acusado utilizou de empresas offshores para intermediação de propina em favor do PMDB mediante desvios da diretoria internacional da Petrobrás”, diz a Procuradoria em um desses processos, que tem como réus Zelada e Henriques.

João Henriques é uma figura central nessa apuração. O operador chegou a ser preso no ano passado e denunciado por corrupção. Só nesta ação penal, ele é acusado pelo acerto de US$ 31 milhões em propinas em negócio da Diretoria Internacional da Petrobrás, em 2009, então sob comando de Zelada. “Parte desse valor, US$ 10,8 milhões, teria sido repassada para o PMDB”, diz a Procuradoria.

Em delação premiada, o ex-gerente da área Internacional da Petrobrás Eduardo Musa, que tinha relação direta com negócios de plataformas, afirmou que ouviu do próprio operador de propinas João Henriques que ele era indicado pelo PMDB de Minas Gerais, mas quem tinha a palavra final da área “era Eduardo Cunha” – o presidente afastado da Câmara dos Deputados. O parlamentar nega.
FERNANDO SOARES, VULGO FERNANDO BAIANO
outro lobista e operador de propinas do PMDB na Petrobras, já preso pela Lava Jato, agora, é delator

Loteamento

Para a força-tarefa da Lava Jato, o PMDB era a segunda perna de sustentação do esquema de corrupção sistêmica nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, descoberto a partir da Petrobrás. Na estatal petrolífera, a organização criminosa denunciada montou, em síntese, uma sistemática de loteamento partidário de diretorias-chave e indicações de diretores, que, via operadores de propina, fraudavam e desviavam de 1% a 3% dos contratos. Eles atuavam em conluio com empresários de um cartel que abastecia o maior caixa da corrupção descoberto até aqui no Brasil: mais de R$ 20 bilhões.

Uma arrecadação que beneficiou PT, PMDB e PP, apontados como controladores do esquema, mas também irrigou cofres de partidos da oposição, como PSDB. As investigações sobre o esquema do PMDB nas propinas na Petrobrás iniciaram em 2014, em Curitiba – sede da Lava Jato. Os trabalhos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal pavimentaram até aqui o caminho para acusações contra políticos, iniciadas este ano pela Procuradoria Geral da República, como a feita contra o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha. A cota do PMDB no esquema era a Diretoria de Internacional, área responsável por algumas das investigações em curso.

Contratos

A força-tarefa considera ter elementos para apontar que João Henriques tenha distribuído propina em projetos de gasodutos na bacia de Santos, na compra de Pasadena, nos Estados Unidos, na venda Refinaria San Lonrenzo, na Argentina, a perfuração de poços na África, além de outras obras como a reforma do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), no Rio. A quebra de sigilo de uma de suas empresas mostrou que Henriques recebeu comissões milionárias na maior parte desses projetos.
NA FOTO VEMOS VÁRIOS MEMBROS DA CÚPULA DO PMDB COM  LULA - VÁRIOS IMPLICADOS
NO ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO NA PETROBRAS:

(Da esquerda para a direita: Renan Calheiros, Delcídio do Amaral, Edison Lobão, José Sarney,
Eunício Oliveira e Romero Jucá)

Frentes

A Lava Jato tem outras duas frentes de investigação que atingem diretamente o PMDB: 
1ª) a corrupção revelada pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa na Transpetro, subsidiária da estatal, e 
2ª) as investigações do setor elétrico, como as obras de Belo Monte. 
No caso da Transpetro, o maior risco é para o presidente do Senado, Renan Calheiros, padrinho do ex-presidente Sérgio Machado, que comandou a subsidiária durante os governos Lula e Dilma.

Costa revelou ter entregue R$ 500 mil a Machado, por propina referente ao afretamento de navios. No caso do chamado eletrolão, o executivo Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, confessou que houve pagamento de propina de R$ 150 milhões na obra, divididos pela metade entre PMDB e PT.

* Chamam-se popularmente de offshores [expressão inglesa que significa: afastado da costa, em alto mar] as contas bancárias e empresas abertas em paraísos fiscais, geralmente com o intuito de pagar-se menos impostos do que no país de origem dos seus proprietários. Como a grande maioria dos países que permitem a criação desse tipo de empresa anônima — ou a abertura desse tipo de contas bancárias anônimas — fica em ilhas, (tais como as Bermudas, Jersey, Ilhas Cayman etc.), por extensão de sentido, esse tipo de empresa anônima ou de conta bancária anônima passou a ser chamado de offshore, embora alguns países continentais, como o Grão-Ducado do Luxemburgo ou o Principado de Mônaco também as permitam, usando esquemas legais diferentes, porém de resultados equivalentes (Fonte: aqui).

Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Blog “Fausto Macedo” – Operação Lava Jato – 08/05/2016 – 04h00 – Internet: clique aqui. Edição impressa: Domingo, 8 de maio de 2016 – Pág. A4.

Mas ainda têm muitos do PT na mira
da Lava Jato

Márcio Falcão

Janot pede que Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo devolvam
R$ 2 milhões aos cofres públicos
PAULO BERNARDO E GLEISI HOFFMANN
Marido e mulher petistas que já ocuparam altíssimos cargos nos governos de Lula e Dilma,
ela é senadora pelo Paraná e uma das que mais gritam e esperneiam contra o impeachment de sua amiga Dilma

Na denúncia oferecida ao STF (Supremo Tribunal Federal), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede que a senadora Gleisi Hoffmann [PT-PR], o ex-ministro Paulo Bernardo [PT-PR], e um empresário ligado ao casal sejam condenados a devolver R$ 2 milhões aos cofres públicos.

O procurador afirma que R$ 1 milhão é referente a propina recebida do esquema de corrupção da Petrobras e outro R$ 1 milhão por danos materiais "já que os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos, provocando lesões à ordem econômica, à administração pública entre outros.

A Procuradoria Geral da República [PGR] denunciou ao STF Gleisi, Paulo Bernardo, seu marido, e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

A acusação é que a campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, teria recebido R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras.

Segundo a Procuradoria, o valor da propina foi desviado da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada por Paulo Roberto Costa. A vantagem indevida teria sido paga pelo papel de relevância dos dois no PT.

"Paulo Roberto Costa então anuiu com o pagamento da vantagem indevida solicitada por Paulo Bernardo em favor de Gleisi Hoffmann dada a importância do PT e de ambos para a sua manutenção no cargo de Diretor de Abastecimento da Petrobras levando em conta o respectivo exercício de funções de relevo no Governo Federal, inclusive em perspectiva para o mandato presidencial que se iniciaria no ano seguinte."

A PGR sustenta ainda que, apesar da negativa de Paulo e Gleisi, o ex-ministro "era um verdadeiro operador de sua esposa" na parte financeira da campanha. Entre os indícios estão 163 ligações dele para o telefone do assessor responsável pela administração financeira da campanha e para o PT no Paraná. A denúncia diz ainda que ele valeu-se da importância do cargo ocupado no ministério.

A denúncia será analisada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, que levará o caso para a segunda turma do tribunal, composta por cinco integrantes.

Se os ministros aceitarem a denúncia, os dois serão transformados em réus. Não há data prevista para essa análise acontecer.

Gleisi é uma das principais lideranças do PT no Senado e foi chefe da Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff entre junho de 2011, quando Antonio Palocci deixou o cargo, e fevereiro de 2014 – ela deixou o cargo para concorrer ao governo do Paraná e ficou em 3º lugar na disputa.
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Fonte: Folha de S. Paulo – Poder – 09/05/2016 – 22h35 – Internet: clique aqui.

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