«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Entenda tudo o que aconteceu nesta segunda-feira

Câmara anulou rito do impeachment,
mas Senado ignorou 
WALDIR MARANHÃO
Deputado Federal pelo PP do Maranhão e presidente interino da Câmara dos Deputados

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), surpreendeu Brasília ao aceitar um recurso da Advocacia-Geral da União e anular a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara no dia 17 de abril, que levou o processo à sua próxima fase, no Senado.

Com isso, o impeachment andaria várias casas para trás, já que teria que voltar à Câmara e ser votado novamente pelos deputados.

Porém, enquanto governistas comemoravam e oposicionistas protestavam, o presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu ignorar a decisão de Maranhão e seguir normalmente com o rito de impeachment, que deve ser votado pelo Senado na próxima quarta-feira (11/maio).

O peemedebista, porém, afirmou que a pauta só será votada depois que o Senado decidir sobre a cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que chegou à Casa antes do processo de impedimento.

1. Waldir Maranhão anula rito do impeachment

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), surpreendeu Brasília ao aceitar um recurso da Advocacia-Geral da União para anular a votação do impeachment pelo Plenário da Câmara no dia 17 de abril que levou o processo ao Senado.

O que ele alegou?

O parecer de Maranhão é baseado em quatro pontos:

1º) Os partidos não poderiam ter orientado o voto de suas bancadas porque cada deputado deveria se posicionar "de acordo com as suas convicções pessoais e livremente".

2º) Os deputados não poderiam ter expresso publicamente suas posições antes da votação, o que caracterizaria prejulgamento e cerceamento do direito de ampla defesa.

3º) A defesa de Dilma deveria ter sido ouvida uma última vez antes da votação.

4º) O resultado da votação deveria ter sido encaminhado ao Senado por resolução e não por ofício, como teria ocorrido.

À Folha de S. Paulo, a área técnica da Câmara, que não foi consultada pelo presidente interino, disse discordar de Maranhão.

O que está por trás da decisão?

Aproximação do governo

Apesar de antes ser considerado aliado de Eduardo Cunha, um dos principais artífices do impeachment, Maranhão votou contra o impedimento da presidente Dilma Rousseff.

Antes de anunciar sua decisão [de hoje], Maranhão se encontrou duas vezes com o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, autor do recurso acolhido.

Neste domingo (8 de maio), ele também viajou a Brasília com o governador Flávio Dino (PC do B-MA), seu aliado e um dos principais correligionários de Dilma, que o teria aconselhado.
JOSÉ EDUARDO CARDOZO
Advogado-Geral da União foi quem alinhavou os detalhes da absurda decisão tomada pelo
presidente interino da Câmara, Dep. Fed. Waldir Maranhão (PP-MA)

Questões políticas regionais

Desde que votou contra o impeachment, o pepista, que dirige o diretório do partido no Maranhão, e seus aliados têm sofrido retaliações e perdido cargos por iniciativa do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do partido e favorável ao afastamento de Dilma.

Nos últimos anos, Maranhão também se tornou adversário político do grupo político do ex-presidente José Sarney, cujo partido, o PMDB, apoia o impeachment e tem entre seus líderes o vice-presidente Michel Temer.

Como o mundo político reagiu?

Dilma Roussef

A presidente recebeu a notícia durante um evento no Palácio do Planalto para anunciar a criação de universidades. Em meio a gritos da plateia de "Uh! É Maranhão" e "Fica querida!", a presidente pediu cautela.

"Não sei as consequências, tenham cautela, porque vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", disse. "Temos que saber que temos pela frente uma disputa dura, cheia de dificuldades. Peço encarecidamente aos senhores parlamentares uma certa tranquilidade para lidar com isso", afirmou Dilma.

Michel Temer

Confiante de que a decisão de Maranhão seria anulada, Temer acertou com sua equipe nesta segunda-feira (9) o novo desenho da Esplanada dos Ministérios, que passará a ter pelo menos dez ministros a menos.

A oposição

DEM, PMDB, PSDB, Rede e outros partidos criticaram a decisão, caracterizando-a como "essencialmente política", "esdrúxula" e "irresponsável". Representantes do DEM anunciaram que recorreriam ao Supremo Tribunal Federal contra Waldir Maranhão.

Movimentos sociais

Tanto movimentos pró quanto contra Dilma marcaram atos por todo o país em reação à decisão de Maranhão. Enquanto os governistas comemoraram a notícia e defenderam o pepistas, manifestantes que defendem o impeachment protestaram e pediram sua cassação.

Eduardo Cunha

Chamou a decisão de "absurda e irresponsável" e disse, se ele fosse o presidente da Câmara, o recurso da Advocacia Geral da União não teria sido aceito.

Imprensa internacional

No geral, a imprensa no resto do mundo recebeu a notícia com surpresa, analisando que a novidade deve aumentar o caos da política brasileira.
RENAN CALHEIROS (SENADOR - PMDB/AL)
Criticou a atitude do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, e deu prosseguimento ao rito
do impeachment no Senado Federal

2. Renan ignora Maranhão e mantém rito do impeachment

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou em plenário sua decisão de ignorar o ato do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular nesta segunda (9 de maio) o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Renan classificou de "brincadeira com a democracia" a decisão de Maranhão, irritando apoiadores de Dilma.

O peemedebista, porém, ameaçou adiar a votação o impeachment caso o Senado não vote a cassação do senador Delcídio do Amaral (sem partido - MS), que é anterior ao impedimento.

3. O que acontece agora?

A tendência é que o assunto chegue ao Supremo Tribunal Federal.

Oposicionistas devem pedir ao tribunal que anule o parecer do presidente da Câmara. Já Maranhão e aliados de Dilma podem recorrer ao Supremo para contestar a decisão de Renan Calheiros.

Se esses últimos forem derrotados, a votação deve ocorrer na quarta-feira (11 de maio) ou depois, caso o Senado demore para votar a cassação de Delcídio.

Fonte: Folha de S. Paulo – Poder / O impeachment – Segunda-feira, 9 de maio de 2016 – 19h11 – Internet: clique aqui.

A N Á L I S E S

Manhas e artimanhas

Eliane Cantanhêde

Waldir Maranhão, o interino que substitui Eduardo Cunha, foi a São Luís no fim de semana, acertou a estratégia com o governador Flávio Dino (PCdoB-MA). De volta a Brasília, bateu o martelo numa reunião com o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo. 
FLÁVIO DINO (GOVERNADOR DO MARANHÃO) E WALDIR MARANHÃO
Os dois são aliados políticos, sendo que o governador é da base de sustentação de Dilma Rousseff,
sua influência foi decisiva na decisão de Waldir tentar anular a votação do impeachment

Tem razão a ainda presidente Dilma Rousseff ao dizer que “há uma conjuntura de manhas e artimanhas” no país. Haja manhas e haja artimanhas! Ela só não tem razão ao fingir que não sabia previamente da decisão do deputado Waldir Maranhão de tentar anular o processo de impeachment e criar um caos jurídico com fortes consequências políticas.

A tentativa de anular todo o processo de impeachment desde a origem é, claramente, um movimento articulado que nasce no Palácio do Planalto e se expande para outros poderes da República. Apesar disso, é uma tentativa inútil, que tumultua o ambiente político e cria insegurança, mas no máximo pode adiar em dias a votação no Senado.

Ainda há muitas dívidas, mas começa a se formar um consenso de que o ato de Maranhão não tem efeito, principalmente porque o impeachment foi aprovado por ampla maioria na Câmara e já chegou ao Senado, onde não pode ser mais questionada.

Waldir Maranhão, o interino que substitui Eduardo Cunha, foi a São Luís no fim de semana – aliás, em avião da FAB –, acertou a estratégia com o governador Flávio Dino (PCdoB e principal aliado de Dilma nos Estados). De volta a Brasília, bateu o martelo numa reunião com o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo. Logo, não fez sentido Dilma dizer em solenidade no Planalto que estava surpresa.

As reações são óbvias: os petistas e governistas comemoram a decisão de Maranhão e a oposição age para derrubá-la rapidamente. O PSDB, o DEM e o Solidariedade decidiram entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal, mas o PPS avalia que o mais eficaz seria resolver tudo no âmbito da própria Câmara. A questão é saber se haverá tempo e condições para suspender a votação de quarta-feira no Senado.

Como a abertura do impeachment foi aprovada por 367 deputados, o PPS acha que será razoavelmente simples votar contra a canetada de Maranhão e, também com urgência, já resolver a substituição de Eduardo Cunha. Há um antigo consenso de que o deputado maranhense não tem mínimas condições políticas de manter o cargo por uma interinidade que pode ser longa. A solução passa pela cassação do próprio Cunha, primeiro no Conselho de Ética e depois no plenário.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Blogs – Eliane Cantanhêde – Segunda-feira, 9 de maio de 2016 – 13h30 – Internet: clique aqui.

Desarmando a bomba

Eliane Cantanhêde

A expectativa é de que a manobra do Planalto, instrumentalizada
pelo inexpressivo e errático Waldir Maranhão,
tenha sido mais um tiro n’água de rápida duração 
WALDIR MARANHÃO
O "irresponsável" presidente interino da Câmara dos Deputados Federais segundo seu mestre e guru
Eduardo Cunha (Dep. Fed. PMDB-RJ)

Os líderes do Congresso agiram rapidamente e abortaram mais uma manobra governista para tumultuar o ambiente e tentar não verdadeiramente anular, mas sim adiar o impeachment de Dilma Rousseff. Em sucessivas reuniões, eles isolaram o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, e o governador do Maranhão, Flávio Dino.

No Senado, o presidente Renan Calheiros agiu para manter a leitura do parecer do relator da Comissão Especial, senador Antônio Anastasia, e, portanto, todo o cronograma traçado pelo Supremo Tribunal Federal, que inclui a votação da admissibilidade ainda nesta semana. Renan questionou, ponto a ponto, a decisão de Maranhão, para ele uma brincadeira com a democracia.

No entendimento do comando, dos líderes e dos assessores jurídicos do Senado, a decisão da Câmara foi ato jurídico perfeito e, a partir do momento em que foi enviada ao Senado, não há mais possibilidade de anulação. Lembram, ainda, que a decisão da Câmara foi tomada por 367 votos e uma decisão monocrática do presidente interino não tem poder para derrubá-la.

Na Câmara, os líderes decidiram levar a questão para a Mesa Diretora, a quem caberá desqualificar a decisão estapafúrdia e intempestiva tomada por Waldir Maranhão, enquanto o Senado mantém o rito e o cronograma do processo de impeachment.

Esses líderes concluíram que tirar Maranhão da presidência interina é questão de absoluta urgência. Pretendem apresentar o quanto antes uma questão de ordem alegando que o afastamento de Eduardo Cunha é por tempo indeterminado e que é preciso eleger logo um presidente capaz de substituir o presidente da República em suas viagens, por exemplo.

No meio da tarde, a expectativa é de que a manobra do Planalto, instrumentalizada pelo inexpressivo e errático Waldir Maranhão, tenha sido mais um tiro n’água de rápida duração. Rápida, mas com tempo suficiente para derrubar as Bolsas, disparar o dólar e levar o Brasil, mais uma vez, de forma constrangedora para a mídia internacional.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Blogs – Eliane Cantanhêde – Segunda-feira, 9 de maio de 2016 – 16h58 – Internet: clique aqui

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