«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Afinal, quando os juros baixarão no Brasil?

Campeão de juros

Fábio Alves

Banco Central vai esperar para ver uma convergência da inflação
para a meta de 4,5% no fim de 2017
REUNIÃO DO COPOM (Comitê de Política Monetária) DO BANCO CENTRAL
à direita, à cabeceira da mesa, o novo Presidente do BC, Ilan Goldfajn

Ao manter a Selic em 14,25% ao ano, o Brasil detém os juros básicos nominais mais elevados entre os maiores mercados emergentes e uma taxa real cada vez mais salgada, levando-se em conta que a projeção de inflação para 2017 caiu de 6% no início de abril para 5,30%, conforme a mais recente pesquisa Focus, do Banco Central. Na Rússia, os juros básicos estão em 10,5%, enquanto que na Colômbia e na Turquia, a taxa é de 7,5%. E, na África do Sul, de 7%.

Todavia, os analistas dizem que as condições globais estão as mais propícias em quase dois anos para os bancos centrais emergentes embarcarem, no curto prazo, num ciclo de forte afrouxamento monetário, à exceção do México (que briga contra a desvalorização do peso) e da Colômbia (que está em firme combate à inflação).

Primeiro, espera-se que os bancos centrais de países desenvolvidos, em particular o da Inglaterra, o do Japão e o da zona do euro, adotem estímulos, via injeção de recursos ou corte de juros. Mais ainda: que o Federal Reserve (Fed) demore mais tempo para elevar os juros americanos e que o aperto monetário seja mais gradual do que o inicialmente imaginado. No início do ano, apostava-se em quatro altas de juros pelo Fed neste ano. Agora, o cenário mais agressivo é de uma única elevação, se muito. Ou seja, a postura monetária acomodatícia – leia-se juro negativo ou próximo de zero – nos países ricos vai perdurar por muito mais tempo, levando os investidores internacionais a migrarem seus recursos em busca de taxas de retorno mais vantajosas, beneficiando os países com juros elevados, mesmo que em patamares mais baixos do que os atuais.

Segundo, a inflação na maioria dos países emergentes está bem mais comportada do que há um ou dois anos. Na semana passada, a Malásia, por exemplo, cortou os juros básicos pela primeira vez desde 2009 ao revisar para baixo a sua projeção de inflação para este ano. No Peru, o índice de preços ao consumidor caiu para 3,34% em junho, depois de ter começado 2016 em 4,61%. Na Rússia, a inflação anual desacelerou de 9,8%, em janeiro deste ano, para 7,5% em junho. E no Brasil, o IPCA acumulado em 12 meses caiu de 10,71% em janeiro para 8,84% em junho.
 
Câmbio

Terceiro, com a perda de fôlego na valorização do dólar frente às principais moedas internacionais, boa parte dos países emergentes vem conseguindo reduzir o déficit em conta corrente nos últimos meses, o que dá mais espaços para os bancos centrais cortarem os juros básicos sem correrem o risco de uma pressão adicional sobre suas moedas. No início deste ano, os analistas consultados pela Focus projetavam o déficit de conta corrente do Brasil de US$ 38 bilhões em 2016. Nesta semana, essa projeção caiu para um déficit de US$ 15 bilhões.

Por fim, sem uma tendência de dólar forte e com a relativa melhora e estabilização nos preços de várias commodities, em particular do petróleo, os países emergentes que não começarem a cortar os juros básicos na segunda metade deste ano serão exceção e não a regra. Desde o início de 2016, 33 bancos centrais ao redor do globo já reduziram os juros básicos, enquanto apenas 17 subiram as taxas. Mesmo o México e a Colômbia, exceções no ciclo monetário nos mercados emergentes, não devem promover mais do que duas elevações adicionais dos juros.

No Brasil, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, estreou mudando o formato do comunicado que acompanha a decisão do Copom, tornando-o parecido, no tamanho e no conteúdo, com o que é divulgado pelo Fed americano após as decisões de política monetária. No balanço de riscos apresentado ontem, o Banco Central dá um recado claro:
* vai esperar para ver uma convergência da inflação para a meta de 4,5% até o fim do ano que vem.
* Se o ajuste fiscal vier logo e as expectativas inflacionárias cederem mais, Goldfajn terá espaço para cortar a Selic agressivamente a fim de estimular uma recuperação mais rápida da economia brasileira.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia & Negócios – Quinta-feira, 21 de julho de 2016 – Pág. B4 – Internet: clique aqui.

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