«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Reeleger corruptos é uma problema ético e religioso!

José María Castillo*
blog "Teología Sin Censura"
28-06-2016

A vitória do Partido Popular na Espanha, mesmo tendo sido o
grande gerente da corrupção no país, serve de reflexão
e autocrítica para os brasileiros também 
Primeiro ministro espanhol e candidato do Partido Popular, MARIANO RAJOY
acena para apoiadores do partido após resultado de eleições na Espanha

É evidente que a importante vitória do Partido Popular, nas recentes eleições gerais, chamou atenção e surpreendeu – por inesperada – os espanhóis e a todos que conhecem o que vem ocorrendo na Espanha, nos últimos anos. Um país que não só suporta a corrupção, como também volta a eleger majoritariamente aqueles que geriram uma fonte fecunda de corruptos, é por isso mesmo um país no qual a percepção de impunidade se torna mais patente. Uma sociedade que elege, por notável maioria, o partido que foi uma importante fonte de corrupção, é uma sociedade que antepõe outros valores à honradez ética. E também à honestidade religiosa. Porque, afinal de contas, o que se diz às pessoas corruptas, em uma sociedade assim, é que continuem roubando. Porque aqui, “senhores”, é possível roubar de forma impune. Não acontece nada.

Sendo assim, a primeira coisa que me ocorre é que, para uma notável maioria dos espanhóis, é mais importante na vida a segurança que a honradez. Para ter segurança, não me importa que continuem cometendo os disparates e as injustiças que foram cometidas nos últimos anos. O que significa, é lógico, um problema político importante. Porém, este é também um problema religioso mais grave do que alguns, seguramente sem se dar conta, imaginam. Importa e nos preocupa mais o próprio bem-estar que o sofrimento dos outros. O que evidentemente nos situa diametralmente opostos ao Evangelho. E isto, para um cristão, é um assunto grave, muito grave. Se é que a vida e os ensinamentos de Jesus representam algo em nossas vidas.

Não digo estas coisas por motivos políticos partidários. Não pretendo nem atacar a direita, nem defender a esquerda. Nem sequer pretendo insinuar que o melhor é o centro. Defendo aqueles que se veem pior tratados nesta sociedade, aqueles que são as vítimas dos corruptos.
JOSÉ MARÍA CASTILLO
Teólogo espanhol e autor deste artigo

No mais, devo destacar que a corrupção não se resolve pesando as consciências com motivações religiosas. Tais motivações, ajudam aqueles que possuem crenças religiosas. No entanto, para o conjunto da sociedade são insuficientes. O que fazer, então? É urgente revisar a fundo determinados pressupostos do Direito vigente. Concretamente:

1) Suprimir a prescrição dos crimes de corrupção, cometidos por cargos da administração pública;

2) O crime de roubar dinheiro da administração pública só será perdoado com a devolução do dinheiro roubado;

3) Reduzir ao mínimo possível o privilégio dos governantes para nomear, a dedo, cargos da administração pública.

Termino, mais uma vez, insistindo em que, se falo destas coisas, é pela força de uma convicção que é determinante em minha vida: o silêncio e a passividade diante do sofrimento dos mais desamparados torna-nos responsáveis por esse sofrimento.

Traduzido do espanhol pelo Cepat. Para acessar a versão original deste artigo, clique aqui.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quinta-feira, 30 de junho de 2016 – Internet: clique aqui.

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