«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A estagnação do ensino médio, que fazer?

Desafio enfrentado pelas escolas começa antes
do ensino médio

Daniela Caldeirinha
Gerente de políticas educacionais da Fundação  Lemann

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos alunos
brasileiros em 2015 ficou em 3,7, abaixo da meta de 4,3, apesar
de 18 Estados terem aumentado desempenho em relação a 2013.
Só Amazonas e Pernambuco alcançaram o objetivo definido pelo MEC
SALA DE AULA DO ENSINO MÉDIO - ANTIGO SEGUNDO GRAU

A divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ano de 2015 mostrou que conseguimos avançar de maneira importante nos anos iniciais do ensino fundamental. No entanto, esse avanço não tem resultado em uma melhoria da educação como um todo: os anos finais do ensino fundamental crescem muito abaixo do desejado e o ensino médio segue estagnado.

Os desafios encontrados no ensino médio não se iniciam nesta fase. Como atualmente não há clareza sobre o que os alunos deveriam aprender em cada etapa da escolarização, fica mais difícil oferecer os conhecimentos essenciais e indispensáveis para que mais adiante os alunos possam seguir caminhos de aprofundamento, como acontece em outros países. Ao chegar a esta etapa da vida escolar, os jovens deveriam encontrar uma escola mais conectada com a vida, que pudesse ser construída sobre uma base forte que esses estudantes já deveriam ter.

Nesse sentido, o Brasil tem neste momento uma grande oportunidade: a construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A Base é o conjunto de conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes têm o direito de aprender. Em elaboração pelo Ministério da Educação, ela deve deixar claro o que é esperado que o estudante aprenda em cada etapa, colocando o aluno no centro desse processo.

Como uma espinha dorsal do sistema educacional, a Base deve orientar a formação inicial e continuada dos professores, a produção dos materiais didáticos e as avaliações. Embora tenha enorme potencial para promover mudanças relevantes no ensino médio e na educação como um todo - e certamente este é um passo que o País precisa dar -, há outros fatores que devem ser levados em conta na análise dos resultados do ensino médio. Como estamos diante de um cenário bastante desafiador, é muito importante que seja feita uma profunda reflexão sobre como avançar rumo à educação de qualidade que desejamos para todas as nossas crianças e jovens.
Observa-se uma maior dificuldade em atingir a meta do MEC por parte do Ensino Médio

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole/Educação – Sexta-feira, 9 de setembro de 2016 – Pág. A13 – Internet: aqui.

“Ensino médio precisa levar em conta projeto
de vida dos jovens”

Victor Vieira

Para Priscila Cruz, presidente do “Movimento Todos pela Educação”, outro problema é a pouca atratividade da carreira docente
PRISCILA CRUZ

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos alunos brasileiros do ensino médio está estagnado desde 2011 e abaixo da média estipulada pelo Ministério da Educação (MEC). Dados divulgados nesta quinta-feira, 8, pelo ministro Mendonça Filho revelam, ainda, que o ensino médio da rede privada teve o pior desempenho desde o início da série histórica do indicador, iniciada em 2005.

A presidente do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, avalia os desafios da educação básica.

1. Por que há tanta dificuldade de avançar no ensino médio no Brasil?

Priscila Cruz: Basicamente por duas razões. O desenho do ensino médio é ineficiente, com 13 disciplinas obrigatórias. Não dá para ter bom aprendizado com esse modelo. É preciso ter ênfase por áreas e levar em conta o projeto de vida dos jovens. Outro problema é a carreira docente [de professor], que não tem atratividade. Não estamos conseguindo atrair o bom aluno do ensino médio para dar aulas. E o curso superior e as formações continuadas não preparam bem.

2. E por que a rede privada também não melhora?

Priscila Cruz: Há uma noção distorcida sobre a rede particular, que não é tão superior à pública. A carreira docente também não é atrativa no colégio privado.

3. E qual é o desafio para o ensino fundamental 2?

Priscila Cruz: Essa etapa fica no meio e não é pauta dos secretários municipais nem dos estaduais. O aluno sai daquela configuração de um professor apenas e começa a ter um professor por disciplina. Além disso, a adolescência é a fase em que se vivem mudanças físicas e psicológicas. Isso exige do poder público políticas específicas para essa fase. Seria melhor equilibrar a divisão entre Estados e municípios nessa fase (ambos costumam ofertar o fundamental 2). A prefeitura deveria cuidar só da criança: creche, pré-escola e fundamental 1. Já o Estado deveria cuidar do adolescente e do jovem, o que corresponde ao fundamental 2 e ao médio.
Somente Pernambuco e Amazonas conseguiram atingir as metas propostas pelo MEC ao Ensino Médio
E observe-se que não são metas tão elevadas!!!

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole/Educação – Sexta-feira, 9 de setembro de 2016 – Pág. A13 – Internet: clique aqui.

O Ideb e o teto

Cida Damasco
MENDONÇA FILHO
Atual Ministro da Educação reconhece os índices vergonhosos da educação brasileira

Há um bom tempo o acompanhamento dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), considerado o principal indicador da qualidade da educação no Brasil, não mostra nenhuma novidade. A cada levantamento, reforça-se a constatação de que o grande problema no Brasil chama-se ensino médio – os três anos correspondentes ao antigo segundo grau.

Os números de 2015, divulgados agora, não fogem à regra: o Ideb do ensino médio está estagnado há quatro anos e desde 2013 abaixo da média fixada pelo Ministério da Educação (“nota” de 3,7, frente a 4,5, numa escala de 1 a 10). Houve um pequeno avanço nos indicadores de alguns Estados, mas só dois, Amazonas e Pernambuco, cumpriram a meta.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, recém-chegado ao cargo, reconhece que são índices vergonhosos. Quem entende de educação também concorda com essa avaliação. Como virar esse jogo, então? Para vários especialistas, a receita não tem mistério:
* melhorar a formação e a remuneração dos professores,
* melhorar a qualidade das aulas, inclusive com o aproveitamento mais adequado dos recursos da tecnologia,
* aprimorar e flexibilizar os currículos, entre outras coisas.

Só isso? Não, tudo isso.

A análise desse quadro parece indicar que dinheiro não é tudo para melhorar a educação. E é verdade. Não que haja dinheiro sobrando. Várias vezes o governo recorreu ao bloqueio de gastos nos ministérios para fechar as contas do ano, o que acabou mascarando quanto de fato foi aplicado em cada área, inclusive nas sociais.

Mas o fato é que não houve uma política pública com foco no ensino médio. Houve sim, nos últimos anos, uma visível concentração de esforços na ampliação do acesso dos estudantes ao ensino superior. Estão nessa linhas programas como o Prouni (para concessão de bolsas de estudo nas universidades privadas) e o Fies (para financiamento das mensalidades). Este último com exageros e distorções que chegaram a ameaçar sua própria sobrevivência.

Apesar do consenso no diagnóstico dos problemas do setor, a situação continua desconfortável. O ministro diz que conta com a aprovação ainda neste ano do projeto de lei que fixa novas diretrizes para o currículo do ensino médio, com o objetivo central de torná-lo mais adequado aos interesses dos alunos. Mas ele mesmo reconhece o risco de bloqueio da pauta no Congresso.

Além disso, por mais ginástica financeira que seja feita, fica claro que se a PEC do teto de gastos [projeto do governo federal que impõe um teto, um limite para os gastos dos Estados e Municípios] vingar do jeito que está, na sua tramitação pelo Congresso, vai acabar pesando também sobre as áreas de saúde e educação.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Blog Cida Damasco – Além da Economia – Quinta-feira, 8 de setembro de 2016 – 19h11 – Internet: clique aqui.

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