Esperneando até o fim!
Cunha usará caso de Dirceu para tentar
escapar de Moro
Vera Magalhães
EDUARDO CUNHA Deputado Federal pelo PMDB do Rio de Janeiro |
O arsenal de tentativas de evitar a votação
da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta segunda-feira inclui
iniciativas no plenário da Câmara, na Comissão de Constituição e Justiça e no
Supremo Tribunal Federal. Além do mandado de segurança já impetrado, negado
ontem pelo ministro Luiz Fachin, outras medidas podem ser ajuizadas na Corte
antes e depois da eventual decisão da Câmara.
A
defesa já tem traçada, inclusive, a estratégia a ser adotada caso todas as cartas na manga falhem e ele
seja mesmo cassado. Neste caso, ironicamente,
os advogados de Cunha usarão precedentes de próceres do PT para tentar evitar
que o ex-presidente da Câmara caia nas mãos do juiz Sergio Moro. A ideia é
pedir o mesmo tratamento de nomes como José Dirceu, que manteve o foro
privilegiado no mensalão mesmo após perder o mandato.
Não deve surtir efeito: o
próprio STF já decidiu inúmeras vezes depois do mensalão pela perda de foro no
Supremo de autoridades que deixam de exercer mandatos. A regra valerá, inclusive,
para a ex-presidente Dilma Rousseff.
DIA
SEGUINTE
Advogados e procuradores que
atuam na Lava Jato têm avaliações diferentes sobre o que acontecerá caso
Eduardo Cunha proponha fazer delação premiada para tentar atenuar sua pena nos
processos a que responde. Defensores de outros réus da operação dizem que será muito difícil
aos investigadores negarem o benefício a um personagem tão central – e tão bem
informado. Já integrantes do Ministério Público dizem que o “arcabouço
probatório” contra Cunha e a mulher, Claudia Cruz, é tão completo que ele terá
de entregar algo muito substancioso contra figuras proeminentes da política
para que valha a pena deixar de aplicar a seu caso uma pena alta e exemplar.
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