«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Eleições violentas no Brasil

Crimes políticos vitimaram 96 neste ano

Leonencio Nossa

Levantamento em registros policiais e documentos de processos mostra
maior índice de mortes desde o período da ditadura 
GILBERTO FERREIRA DO AMARAL
De camisa branca e pistola em punho, atira contra o veículo que transportava, entre outros,
o candidato a prefeito de Itumbiara (GO), José Gomes da Rocha, o governador em exercício José Éliton.
Quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Levantamento realizado pelo O Estado de S. Paulo aponta que ao menos 96 pessoas, entre prefeitos, secretários municipais, candidatos e militantes, foram executadas por motivações políticas entre janeiro e setembro deste ano. Os dados têm como base registros policiais, em sua maioria, além de documentos de fóruns, denúncias do Ministério Público e processos nos Tribunais de Justiça.

Uma série de 13 assassinatos de pré-candidatos e candidatos a vereador e cabos eleitorais no Rio de Janeiro, neste ano, contribuiu para tornar 2016 o mais sangrento na política desde a Lei de Anistia, em 1979.

O levantamento não inclui as três mortes ocorridas nesta quarta-feira, 28 de setembro, na cidade goiana de Itumbiara. A polícia ainda investiga o motivo que levou o funcionário público Gilberto Ferreira do Amaral a matar o candidato a prefeito José Gomes da Rocha (PTB) e ferir o governador em exercício José Éliton (PSDB) durante uma carreata. Amaral e o policial Vanilson João Pereira morreram após o tiroteio.

Entre os motivos para as mortes de políticos neste ano está o controle do dinheiro dos municípios. Foram mortos Cícero Lopes, de Maraã (AM), Gilmar Pinheiro, de Praia Norte (TO), e José Gomes, de Goianésia (PA). Com saída apenas pelo Rio Japurá, Maraã, a 630 quilômetros de Manaus, viveu dias de guerra civil em fevereiro, quando o prefeito do PROS, de 65 anos, foi alvejado com um tiro de espingarda nas costas, numa emboscada. O vice-prefeito Magno Moraes, 24 anos, do PT, que tinha divergência com Cícero, assumiu o poder. A família de Cícero o acusa pelo assassinato.
Velório de Marcos Vieira de Souza, o FALCON
Madureira - Rio de Janeiro - RJ

A Polícia Civil, no entanto, indiciou quatro comerciantes que tinham dívida a receber da prefeitura. Destes, dois admitiram o crime: Lázaro e Anderson Moraes, primos de Magno.
A lista de políticos mortos neste ano inclui também candidato a vereador pelo PP do Rio e presidente da tradicional escola de samba Portela, Marcos Vieira de Souza, o Falcon, de 52 anos. Ele foi assassinado a tiros, no dia 26 de setembro, por dois homens que invadiram o seu comitê de campanha, em Madureira. A série de mortes de políticos no Estado nestas eleições é quase a mesma das disputas municipais de quatro anos atrás, quando 11 pessoas morreram.

A busca do poder por meio de crimes de mando ocorre também em cidades pacatas. É o caso de Luiziana, de sete mil habitantes, no Paraná, a 328 quilômetros de Curitiba, onde o secretário municipal de Fazenda, Lindolfo Angelo Cardoso, de 31 anos, foi morto dentro de casa e diante de um filho.

Números oficiais

Desde a redemocratização, entidades de direitos humanos cobram dos três Poderes dados oficiais. Desta vez, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou um número de 20 assassinatos políticos nos últimos nove meses, um avanço nas divulgações da Justiça, que sempre apresentou versões genéricas e números ainda mais baixos.

De agosto de 1979 para cá, 1.269 pessoas morreram por motivações de disputas pelo poder político no País. Este número é fruto de um monitoramento dos homicídios na política feito pelo Estado há três anos. Em 2013, o jornal O Estado de S. Paulo publicou o caderno especial Sangue Político que mostrou as conexões entre os mandantes dos assassinatos e grupos políticos estaduais e nacionais.

Faroeste caboclo das eleições deixa 28 mortos
em três meses

Marcelo Soares

O maior número de vítimas é formado por candidatos a vereador.
Chama a atenção a violência dos assassinatos: muitos tiros;
e o fato de não haver motivações políticas.
FORÇAS ARMADAS
Auxiliarão na segurança durante o final de semana de eleições municipais no Brasil.
Serão mais de 20.000 homens distribuídos por mais de 400 municípios do país.

Desde junho, antes do registro de candidaturas, ao menos 28 aspirantes a cargo eletivo foram mortos. José Gomes da Rocha, o candidato a prefeito morto na última quarta-feira em Itumbiara (GO), foi o mais recente, até o fechamento deste texto.

Esta eleição está mais violenta do que outras? Difícil saber. O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, manifestou preocupação ao ver ocorrer uma morte numa região que conhece bem, mas a situação já estava preocupante antes.

A Justiça Eleitoral contabilizava nesta semana 100 candidatos que morreram após se candidatarem. É normal: o coração, o câncer e acidentes variados não escolhem hora para matar. Mas 15 desses 100 estão entre os que sabemos terem morrido assassinados. Os outros 12 do levantamento morreram antes do prazo de candidatura. Um desistiu.

Na maior parte dos casos, os mortos são candidatos a vereador – apenas Gomes da Rocha chegou a fazer campanha para prefeito. Devido à quantidade de candidatos, a disputa para vereador atrai gente de todo tipo de perfil.

Parte das mortes pode estar ligada à criminalidade urbana:
* ao menos um quarto dos mortos tinha carreira como policial e
* pelo menos proporção semelhante tinha acusação prévia de envolvimento com crime organizado.
Isso ocorre especialmente no Rio de Janeiro, Estado que concentra mais de um terço das mortes detectadas. [Isso nos leva a estar bem atentos em quem escolhemos para vereador de nosso município!]
PRÉ-CANDIDATOS E VEREADORES DA BAIXADA FLUMINENSE ASSASSINADOS NESTE ANO

O que chama mais a atenção no levantamento, feito com o monitoramento de sites de notícias regionais, é a quantidade de tiros nas execuções. Só em 23 de agosto, foram mortos dois candidatos com 15 tiros cada um, no interior do Maranhão e no litoral de São Paulo. Em algumas notícias, menciona-se apenas “vários” tiros. Às vezes de armas com três ou quatro calibres diferentes.

É raro que a polícia veja motivação política nos crimes. Já houve assassinato em disputa por lugar em fila, em Aragominas (TO). No Rio, considerando aspirantes a vereador mortos desde 2015, a polícia só havia encontrado motivação política em duas de 13 mortes. A situação na região da Baixada Fluminense está tão complicada que em uma cidade um candidato a prefeito desistiu de concorrer e noutra um passou a andar de carro blindado.

Na Bahia, um homem que teria ficado rico com a Telexfree e queria concorrer a prefeito foi morto por encomenda de uma namorada que também saía com um traficante, segundo a polícia. Outro morto fora acusado de ter um desmanche de carros roubados. Um terceiro, segundo a polícia, foi morto por uma dívida de drogas.

Ainda que de fato não haja motivação política nos assassinatos, eles de qualquer maneira refletem um grau de violência preocupante. Como desarmar isso?

Veja um infográfico que mostra onde ocorreram os atentados políticos:
em quais municípios, em quais Estados e os
nomes dos candidatos que foram vítimas.
Clique aqui.

Fontes: O Estado de S. Paulo – Política – Sexta-feira, 30 de setembro de 2016 – Pág. A10 – Internet: clique aqui; e Folha de S. Paulo – blog Afinal de Contas / Marcelo Soares – Quinta-feira, 29 de setembro de 2016 – 14h26 [Horário de Brasília – DF] – Internet: clique aqui.

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