«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

MANOBRA VERGONHOSA ! ! !

Presidente da comissão anticorrupção diz que tentar votar anistia a caixa 2 foi tentativa de golpe

Julia Lindner

Na segunda-feira, 19 de setembro, a Câmara dos Deputados incluiu na pauta projeto que pretende descriminalizar a prática;
para Joaquim Passarinho, ato foi “lamentável” 
IVAN VALENTE
Deputado Federal pelo PSOL de São Paulo foi um dos que se opuseram à manobra para anistiar os
políticos que fizeram uso do CAIXA 2

O presidente da comissão que estabelece medidas contra a corrupção, deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA), disse nesta terça-feira, 20 de setembro, que a Câmara teve, na segunda-feira, 19, uma tentativa de "golpe" com a inclusão na pauta de um projeto para anistiar políticos e empresas que participaram de esquemas de caixa 2. [A palavra certa é esta mesmo: golpe! Golpe no povo que assinou o projeto das “Dez Medidas de Combate à Corrupção”! – Foram mais de 2 milhões de assinaturas!]

Passarinho classificou o ato como "lamentável". "Esse tipo de ação causa um descontentamento, pois isso não cabe mais no parlamento. As coisas têm de ser feitas às claras. Se era para beneficiar alguns partidos, tinham outros que poderiam ser beneficiados também e que não aceitaram esse tipo de conchavo", declarou.
MIRO TEIXEIRA
Deputado Federal pela REDE do Rio de Janeiro foi outro combativo opositor da manobra oportunista

A manobra suja

O deputado disse ainda que a Câmara foi convocada para a sessão com uma pauta específica na qual não constava o projeto que tratava da criminalização do caixa 2.  A proposta está parada na Casa há oito anos. Passarinho disse ter visto com estranhamento a omissão de nomes dos autores da proposta ou do relator do novo parecer e reiterou que nenhum membro da comissão foi consultado sobre o assunto. "Todo mundo sabia que existia algo rondando aquela Casa, então é muito estranho que ninguém tenha visto esse texto." Ele agradeceu o apoio dos membros do colegiado e afirmou que graças à pressão dos partidos, os deputados conseguiram tirar o "monstrengo" da pauta. [Ainda bem que há alguns deputados federais mais conscientes e éticos! Poucos, mas existem!]

"O parlamento não pode mais se prestar a esse tipo de coisa e a reação ontem do plenário foi muito satisfatória. A gente espera que isso não aconteça mais, e que as comissões possam ter o respeito que merecemos", disse, antes de dar sequência aos trabalhos do colegiado.

Nessa segunda-feira, o primeiro secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP) decidiu retirar a proposta da pauta após ser pressionado por deputados e que protestaram em plenário.

Após um acordo entre grandes partidos, deputados tentaram utilizar uma das 10 MEDIDAS DE COMBATE À CORRUPÇÃO, propostas pelo Ministério Público Federal (MPF), para garantir a anistia de políticos que se beneficiaram da prática. No item oitavo do pacote, o MPF propõe a responsabilização de partidos políticos e a criminalização do caixa 2. O texto sugere a criminalização da lavagem de dinheiro proveniente de infração penal, das fontes de recursos vedadas pela legislação eleitoral ou que não tenham sido contabilizados. O novo texto incluiria, por emenda, a responsabilização de empresas, e também eximiria a responsabilidade de quem cometesse a prática até a sanção da lei.

Na avaliação desse grupo de parlamentares, ao tornar crime a prática do caixa 2, todas as práticas adotadas antes de a lei entrar em vigor são automaticamente anistiadas. O entendimento é que, se o caixa 2 for criminalizado a partir de agora, a lei não pode retroagir em desfavor do acusado. Assim, o que foi feito no passado será perdoado. Ao utilizar uma proposta oriunda do MPF, os parlamentares entendem que dão legitimidade ao seu projeto.
NICOLAO DINO
Vice-Procurador-Geral Eleitoral será convidado pela Câmara para debater o assunto

Vice-procurador

A comissão especial da Câmara aprovou nesta terça-feira um convite para que o vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino venha ao colegiado para falar sobre a criminalização do caixa 2 em campanhas.

A convocação foi proposta pelo relator da comissão, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que criticou a inclusão na pauta do projeto que poderia dar margem para anistiar políticos que cometessem esse tipo de irregularidades.

Segundo o relator, a ideia é que Dino "balize a discussão sobre a criminalização do caixa 2" e que a participação do vice-procurador-geral eleitoral aconteça após as eleições municipais, no dia 10 de outubro.

"É bom que ele venha de manhã cedo, bem às claras, que é como as coisas devem acontecer no Parlamento", disse.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR – Política – Terça-feira, 20 de setembro de 2016 – 11h46 [Horário de Brasília – DF] – Internet: clique aqui.

ANÁLISE

Câmara fez tentativa vergonhosa de anistiar
alvos da Lava Jato

Valdo Cruz
JOAQUIM PASSARINHO
Deputado Federal pelo PSD do Pará e presidente da comissão que estabelece medidas contra a corrupção
classificou a manobra de "GOLPE", pela maneira obscura como foi articulada

Não deu certo. Pelo menos na noite desta segunda-feira (19 de setembro). Na calada da noite, a Câmara dos Deputados tentou, de forma "envergonhada e vergonhosa", aprovar uma anistia para políticos envolvidos em caixa dois na Operação Lava Jato.

Recuou diante dos protestos de um grupo minoritário, mas barulhento, no plenário da Casa. A maioria foi obrigada a recolher suas armas, mas, com certeza, ainda não desistiu da manobra lançada de última hora para votação.

Nesta terça-feira (20 de setembro) pela manhã, após a tentativa frustrada de aprovar o acordão para livrar políticos aflitos com as delações do petrolão, gente bem posicionada avaliava a operação salvamento de "envergonhada", porque a proposta era vendida oficialmente no plenário da Câmara como uma forma de criminalizar o caixa dois.

"Vergonhosa" porque o principal objetivo, de lançar a medida para votação de surpresa, era na verdade incluir uma emenda no projeto enviado pelo Ministério Público, que criminaliza o caixa dois, para anistiar esse tipo de crime que tenha sido cometido anteriormente.

Em outras palavras, num passe de mágica, todos políticos que teriam recebido grana de caixa dois das empresas envolvidas na Operação Lava Jato poderiam ficar livres de punições. Algo um tanto polêmico, porque hoje já existem previsões legais para enquadrar penalmente quem pratica e recebe grana de caixa dois.

Mas como ninguém viu a emenda fantasma, cuja autoria ninguém até agora assumiu, é impossível saber exatamente o seu alcance. Todos sabiam que ela estava pronta para ser votada, mas o texto não foi distribuído para análise até a rebelião vinda de partidos de esquerda.

O fato é que a operação era patrocinada pelos principais partidos da Câmara [anote aí os nomes deles]:
* PMDB,
* PSDB,
* DEM,
* PP e
* outras siglas tentavam vender, após a sessão frustrada, que a ideia era votar imediatamente a proposta enviada pelo Ministério Público contida na lista dos dez projetos que visam combater a corrupção.

Buscavam revestir a manobra de um figurino de moralidade, quando, na prática, a intenção era outra. De anistiar a turma da política da prática de caixa dois, pelo menos daqueles atos praticados até que a nova lei fosse aprovada.

Mais estranho ainda foi o dia escolhido para a tentativa, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estava fora da Casa, no lugar de Michel Temer como presidente interino do país. Projeto como este não costuma ser lançado de surpresa sem o conhecimento de quem manda na pauta da Casa.

A surpresa, na verdade, era para a minoria que conseguiu suspender a votação [os partidos Rede e PSOL que possuem apenas 10 deputados, menos de 2% da Câmara]. A maioria apostava em votar o projeto quando as atenções não estavam concentradas no Legislativo. Já vimos este filme antes. E ele, com certeza, tentará ser rodado de novo no plenário.

Fonte: Folha de S. Paulo – Poder / Petrolão – Terça-feira, 20 de setembro de 2016 – 12h37 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui.

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