Madre Teresa é canonizada - é a santa dos desvalidos!
José Maria
Mayrink
Cerimônia ocorreu na Cidade do Vaticano, com a presença
de mais de 100 mil pessoas
MADRE TERESA DE CALCUTÁ Nasceu em 1910 na antiga Iugoslávia (Macedônia, hoje) e faleceu em 1997 Canonizada neste domingo, dia 4 de setembro de 2016, no Vaticano |
O
Papa Francisco canonizou Madre Teresa de Calcutá neste domingo, em uma missa para mais de 100 mil pessoas na praça
de São Pedro. "Nós declaramos a
beata Teresa de Calcutá santa, decretando que deve ser venerada como tal por
toda a Igreja", disse o Papa, em uma cerimônia, provocando o aplauso
de toda a congregação.
Nascida
em uma família albanesa, no que hoje
é a Macedônia, Madre Teresa fundou
as Missionárias
da Caridade em 1950, com 12 seguidores em Calcutá, Índia. Atualmente, a ordem percorre hospitais, asilos,
abrigos e outros serviços em mais de 139 países.
A
canonização de Madre Teresa ocorre um dia antes do 19º aniversário de sua
morte, 5 de setembro, e entrará no calendário da Igreja Católica.
A
cerimônia de canonização de Madre Teresa de Calcutá, na manhã deste domingo, 4
de setembro, em Roma, foi uma das
comemorações mais importantes do Jubileu
Extraordinário da Misericórdia, que começou em 8 de dezembro de 2015
e se encerra dia 20 de novembro.
O
papa Francisco escolheu para a celebração a data porque ela foi um exemplo da misericórdia de Deus para com os pobres, aos
quais dedicou sua vida. Madre Teresa nasceu em 1910 e morreu em 1997.
O
caso que levou à canonização tem um brasileiro – o engenheiro Marcílio Haddad Andrino – como o beneficiário da cura
classificada como fato extraordinário pelos médicos e considerada milagre pela
Igreja. O papa Francisco reconheceu sua autenticidade em decreto publicado em
17 de dezembro, após análise da Congregação
para as Causas dos Santos. Andrino,
atualmente residente no Rio, está em Roma, com a família, a fim de assistir
à cerimônia de canonização [veja foto
abaixo].
MARCÍLIO HADDAD ANDRINO & FERNANDA ROCHA (ESPOSA) participam da Missa de Canonização de Madre Teresa de Calcutá Praça de São Pedro (Vaticano), 4 de setembro de 2016 |
Até
sexta-feira, 100 mil ingressos haviam sido distribuídos para a missa de
canonização. Representantes de diversos
governos estiveram presentes na cerimônia.
Madre Teresa foi canonizada
19 anos após a morte, tempo muito curto em comparação com os de outros
candidatos ao altar nos processos da Congregação para as Causas dos Santos. Ela foi beatificada em 2003, seis anos
depois de morrer, por empenho pessoal do papa João Paulo II, que a tinha
conhecido pessoalmente e a considerava um exemplo atualíssimo para a Igreja –
avaliação compartilhada por seus sucessores, Bento XVI e Francisco.
ORIGEM
Uma
das figuras mais veneradas pelos devotos, Madre
Teresa era de origem albanesa – recebeu no batismo o nome de Agnes –, nasceu em Escópia, capital da Macedônia, na
antiga Iugoslávia. Era a caçula dos cinco filhos de Nicola e Drane Bojaxiu,
uma família pobre e muito religiosa. Aos
18 anos, Madre Teresa decidiu ser freira. “Sou albanesa de sangue e indiana por cidadania”, assim se
apresentava a freira que, ao chegar à Índia como missionária, incorporou em sua
identidade o nome da cidade no leste indiano que a acolheu.
PRAÇA DE SÃO PEDRO - VATICANO Durante a Eucaristia de canonização de Madre Teresa de Calcutá - mais de 100.000 pessoas presentes Domingo, 4 de setembro de 2016 |
Fundou a Congregação das
Missionárias da Caridade, que teria também um ramo masculino. Vestiu uma túnica branca
com faixas azuis e, com as primeiras companheiras, dedicou-se ao serviço dos
mais pobres entre os pobres. Idosos,
doentes e, entre esses, os hansenianos, tiveram prioridade na sua atenção.
O papa Pio XII aprovou em 1950 as Missionárias
da Caridade.
Elas são hoje cerca de 5 mil
irmãs e atuam no mundo em pequenas comunidades. No Brasil, são 70
religiosas, que trabalham em 13 Casas, incluindo uma em São Paulo – Madre Teresa visitou duas vezes o País.
Em 1979, ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Sua figura, no
entanto, não era uma unanimidade. Ela chegou a ser criticada por supostamente
não dar o tratamento adequado aos pacientes.
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