Um encontro histórico!
Assis reunirá 450 líderes de todas as religiões,
com recorde de muçulmanos
Gian Guido
Vecchi
Jornal “Corriere
della Sera” – Milão (Itália)
13-09-2016
A cidade natal de São Francisco volta a ser a
“capital mundial da paz e do diálogo”
BASÍLICA DE SÃO FRANCISCO - ASSIS (ITÁLIA) |
Três
dias repletos, a partir do próximo domingo até a terça-feira, 20 de setembro. O
presidente italiano, Sergio Mattarella, estará na inauguração, e o Papa
Francisco irá acompanhar todo o dia conclusivo. Trinta anos depois da intuição de Wojtyla, Assis volta a ser a capital
mundial da paz e do diálogo, no espírito do Santo do qual o pontífice quis
tomar o nome.
Em
1986, o mundo ainda estava dividido pela Guerra Fria. Hoje, existe aquela "terceira guerra mundial em pedaços" que
Papa Francisco não se cansa de denunciar. Conflitos,
terrorismo, migrações forçadas, violências. Em tudo isso, o papel das
religiões é mais decisivo do que nunca, como explica o cardeal Pietro Parolin, no texto publicado pelo
jornal Corriere: a reflexão do
secretário de Estado vaticano fará parte do livro "O espírito de Assis", que será dado a líderes religiosos
e convidados.
O
encontro intitulado "Sede de paz. Religiões e
culturas em diálogo" foi organizado pela Comunidade de Santo Egídio junto com as famílias franciscanas e a
diocese de Assis (o programa e demais informações estão disponíveis nestes
sites: clique aqui para informações em português; e aqui para informações em italiano).
Esperam-se mais de 450
líderes religiosos (cristãos, muçulmanos, judeus, budistas, xintoístas, jainistas,
zoroastristas, sikhs, hindus e outros), expoentes
da cultura e das instituições. Nunca
houve tantos muçulmanos: fala-se de 26 delegações.
A
estratégia do diálogo de Francisco segue em frente. A partir de segunda-feira,
29 de setembro, "painéis"
discutirão os desafios mais urgentes do planeta. Na terça-feira, o papa vai
se encontrar com o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, o Patriarca Siro-Ortodoxo de Antioquia, Efrém II, os líderes muçulmanos e judeus. Espera-se também a presença de Ahmad al-Tayyeb, imã da Universidade do
Cairo Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita.
As religiões vão rezar em
diversos lugares da cidade. A conclusão será na frente do Sacro Convento: discursos, silêncio em
oração e a assinatura de um apelo pela paz.
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