«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Como se fabrica, vende-se e mantém-se um político no poder?

Roberto Pompeu de Toledo

As consequências terríveis da marquetagem para a
vida política do país
JOÃO SANTANA E SUA CLIENTE DILMA ROUSSEFF
O marqueteiro vende um político ao eleitor como se estivesse vendendo um sabonete
ou outro produto qualquer!!!
Não importam as ideias, propostas, projetos...
O importante é fazer o povo "comprar" aquele (a) candidato (a) ! ! !

O Brasil terá o que comemorar se a prisão do marqueteiro João Santana balançar o prestígio do marketing na política do país. O caso de Santana repete, inchado em alguns milhões de dólares e duplicado no potencial de espalhar lama no ventilador, o de Duda Mendonça em 2005.

Não por acaso são as duas figuras mais destacadas e mais emblemáticas da atividade a que se dedicam. Também não por acaso tiveram seus momentos de maior esplendor quando a serviço do PT, partido que com mais gosto se entregou à trucagem ilusionista.

João Santana e Duda Mendonça são os generais da banda de uma trupe cujo excessivo protagonismo tem o efeito de distorcer e aviltar a atividade política no país. A seguir, uma relação de seus mais notórios efeitos nocivos:

1. Sofisticação da mentira
Não foram eles que a inventaram. A mentira acompanha as campanhas eleitorais desde que elas existem e é parte talvez indissociável delas. No passado pululavam os “promessões”. Vista de hoje, era a mentira dos pobres. O marqueteiro, com seus filmes, jingles, mensagens subliminares e outros estratagemas, elevou a mentira à categoria de uma ciência e uma arte.

2. Elevação astronômica do custo das campanhas
A marquetagem é ao mesmo tempo causa e efeito da dinheirama despejada nas campanhas [políticas]. Arrecada-se mais e mais dinheiro porque a marquetagem custa caro, e aproveita-se que a marquetagem custa caro para arrecadar mais e mais. Oficialmente, a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff custou 318 milhões de reais, dos quais 70 milhões foram pagos pelos serviços de João Santana. A começar pelos 7,5 milhões de dólares agora descobertos na Suíça, é de prever que se chegue a novos totais de um e de outro.

3. Despolitização da política
Em política, fazem-se escolhas. As escolhas derivam de ideias e posições doutrinárias. Nas campanhas, enfrentam-se ideias e posições. O marqueteiro opera no sentido de camuflar ideias e posições e evitar escolhas. Quanto mais indefinido o candidato, mais chance – este é o pressuposto – de arrebanhar o maior número de eleitores, ou de desagradar ao menor número. O candidato travestido em arrebatador genérico é o ideal da marquetagem.
 
DUDA MENDONÇA
Foi o primeiro grande marqueteiro político do Brasil!!!
"Chorou" ao admitir ter recebido dinheiro do PT de modo ilícito!
4. Relaxamento moral
Marqueteiros da estirpe Mendonça/Santana não recuam diante da posição política nem da ficha criminal do candidato. Duda Mendonça pulou de Paulo Maluf a Lula. Santana teve entre seus clientes o eterno presidente angolano José Eduardo dos Santos, chefe de renomada cleptocracia [poder da ladroagem, poder da corrupção]. Como operam eles próprios sem régua moral, inspiram o candidato a seguir pelo mesmo caminho – se e quando o candidato precisa ser inspirado para tal.

5. Criação da figura do agente governamental irresponsável
Os serviços de João Santana aos governos Lula e Rousseff transcenderam as campanhas eleitorais. A cada passo, ambos os governos acostumaram-se a chamar o marqueteiro, seja na hora ingrata de reagir a um escândalo, seja na hora feliz do anúncio de um programa de habitação popular. A marquetagem é um vício. O marqueteiro é um membro do governo que, ao contrário de um ministro, não é responsável por seus atos.

6. Heranças malditas
Boa parte dos atuais problemas de Dilma decorre dos métodos utilizados na campanha de 2014. A campanha orquestrada por Santana é portanto uma herança maldita a atormentar a presidente. Em 1996, a campanha de Celso Pitta a prefeito de São Paulo mostrou filmete com um mágico trem suspenso, apelidado Fura-Fila, a percorrer vias elevadas pela cidade. Era uma promessa tão central na campanha que, eleito, o candidato obrigou-se a realizá-la, por mais cara e discutível que se mostrasse. Pitta plantou os primeiros pilotis que sustentariam a via elevada e ficou nisso. Os dois prefeitos subsequentes arcaram com tal herança maldita até acharem um meio de a reduzir a simples viaduto para ônibus comuns. O inventor do Fura-Fila, como chefe da campanha de Pitta, era Duda Mendonça. Seu auxiliar, João Santana. Os dois, juntinhos.

Fonte: Revista VEJA - Edição 2467 – Ano 49 – Nº 9 – 2 de março de 2016 – Pág. 102.

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