«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

"Quem faz fofoca é um terrorista dentro da própria comunidade" - diz papa aos religiosos

Jesús Bastante

Bergoglio pede «profecia, proximidade e esperança»,
no encerramento do Ano da Vida Consagrada
PAPA FRANCISCO
encontra-se com cerca de cinco mil religiosos na Sala Paulo VI (Vaticano) para a
cerimônia de conclusão do Ano da Vida Consagrada.
Na foto, o papa cumprimenta Dom Jesús Sanz Montes O.F.M.
Ele é o atual Arcebispo de Oviedo (Espanha). É também o Comissário Pontifício da União Lumen Dei.
Ele é o mais novo arcebispo de bispos espanhóis.

«E o Papa?», Ouviu-se dizer de uma freira espanhola depois de quase uma hora de atraso. Na Sala Paulo VI [no Vaticano], cinco mil religiosos de todo o mundo reuniram-se para celebrar com o Papa Francisco o encerramento do Ano da Vida Consagrada. Mas Bergoglio não chegava. As dúvidas e sussurros se transformaram em aplausos quando a Guarda Suíça saiu pela porta lateral da sala de aula e, pouco depois, o Papa apareceu.

A apresentação foi feita pelo cardeal Braz de Aviz, o qual reivindicou o papel dos religiosos e religiosas no trabalho com refugiados, anciãos, crianças abandonadas, pobres e excluídos, vendo neles «o rosto de Cristo». Apesar das dificuldades e «da queda de vocações», «vemos renascer a esperança e a confiança no Senhor». O responsável pelos religiosos do mundo expôs os desafios  futuros para a vida consagrada, «em um período de mudança necessária, também para nós». [...]

«Eu tinha preparado um discurso sobre o tema em três pilares: a profecia, o outro é a proximidade e, finalmente, a esperança. Profecia, proximidade e esperença. Passei-o ao prefeito [da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica – cardeal João Braz de Aviz] porque é meio chato de lê-lo», disse o Papa entre sorrisos, para começar um improvisado discurso «do que me vem ao coração».

«Todos, homens e mulheres consagrados ao serviço do Senhor, que trabalham na Igreja com essa saída de uma pobreza forte, de um amor casto que comporta uma paternidade e maternidade espiritual para toda a Igreja, e uma obediência... No caso da obediência, sempre se pode dizer alguma coisa, porque a perfeita obediência é aquela do Filho de Deus, homens e mulheres que vivem uma obediência forte, não militar, não, não... Isso é disciplina. Uma obediência de doação do coração. Isto é profecia», começou Francisco, que solicitou «a profecia da obediência» contra «o risco da anarquia», que «é filha do demônio».

PAPA FRANCISCO
é acolhido por religiosos quando adentra à Sala Paulo VI


«O Filho de Deus não é anárquico, não somos chamadas a fazer uma força de resistência contra seus inimigos. Jesus já o disse a Pilatos: se eu fosse um rei deste mundo, teria chamado meus soldados para defender-me», destacou o Papa, que, quase com gestos, «meu italiano é tão pobre», pediu aos religiosos «engolir» o que pensa antes de falar.

E o que é a profecia? «Dizer ao povo que há um caminho de felicidade, de alegria, que é o caminho de Jesus. É o caminho de estar perto de Jesus. É um dom, um carisma a profecia. Que eu saiba dizer qual é a palavra, e em que momento justo para dizê-la, ou para que toda a minha vida seja uma profecia». Para o Papa, «é muito importante homens e mulheres profetas».

A segunda palavra é proximidade. «Homens e mulheres consagrados, porém não distantes das pessoas, mas próximos, para entender a vida dos cristãos e dos não cristãos, seus sofrimentos e problemas, há tantas coisas para entender...».

«Direis a mim – reconheceu Bergoglio –, se eu sou uma monja de clausura, que devo fazer? Ser consagrado não significa sair a uma, duas ou três ruas na sociedade». É que «a vida consagrada deve estar próxima das pessoas, com uma proximidade física, espiritual. Conhecer as pessoas». Porém, sem esquecer a comunidade. «Quem é o primeiro próximo a um consagrado? O primeiro irmão ou irmã da comunidade. Este é o vosso primeiro próximo. Uma proximidade carinhosa, boa, com amor».

«Um modo de distanciar-se dos irmãos e irmãs da comunidade é o terrorismo das fofocas. Quem faz fofocas é um terrorista dentro da própria comunidade, porque lança como uma bomba uma palavra na comunidade. Quem faz isto destrói como uma bomba», criticou o Papa, que pediu aos religiosos que, se chega a esse momento, «mordei a língua, eh? Bem forte».

«Terrorismo na comunidade, não. Se tens algo contra uma pessoa, dize-o à pessoa que pode resolver o problema, e a nenhum outro. De acordo?», assinalou Bergoglio, que afirmou que outra coisa é dizer «no capítulo, em público». «Tende coragem, se os religiosos não fofocarem haverá uma grande mudança na Igreja».

Finalmente, a terceira palavra, a esperança. Uma esperança que «vos confesso que me custa quando vejo a situação das vocações, quando recebo os bispos e me dizem os seminaristas que têm, quando vejo as vossas comunidades e vejo uma ou duas vocações, e a comunidade envelhece...».

«Senhor, por que acontece isto? Por que o ventre da vida consagrada está tão estéril?», perguntou-se o Papa, que criticou «a inseminação artificial» em algumas congregações que «recebem qualquer um e, em seguida, surgem os problemas. Não se deve receber sem controle. Deve-se comprovar que esta é uma boa vocação e ajudá-la a crescer».

«Contra a tentação da desesperança e da esterilidade, devemos orar. E orar sem descanso», rogou o Papa. «Eu vos peço que vosso coração seja quente de vocações. O Senhor que é tão generoso não descumprirá a sua promessa. Porém, devemos chamar à porta de seu coração», finalizou o Papa, que destacou o «perigo» de que uma congregação busque vocações «com o dinheiro. E o dinheiro não leva à felicidade, entendido?».

Traduzido do espanhol por Telmo José Amaral de Figueiredo. Para acessar este artigo em sua versão original, clique aqui.

Fonte: Religión Digital - Vida Religiosa – Segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016 – 12h44 – Internet: clique aqui.

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