«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O que dirá Francisco?

Gerard O'Connell
AMERICA – The National Catholic Review (EUA)
29-02-2016

O que trará a exortação apostólica dedicada à família,
que está sendo preparada por Papa Francisco?
PAPA FRANCISCO
Deve divulgar sua Exortação Apostólica sobre a Família em Março deste ano

Nos primeiros dois meses de 2016, o Papa Francisco figurou em primeiro plano em notícias no mundo inteiro por:
* seu encontro com o presidente do Irã,
* sua decisão de participar da comemoração Luterano-Católica do 500º aniversário da Reforma Protestante,
* sua entrevista ao Asia Times sobre a China,
* o encontro histórico como Patriarca de Moscou e
* sua incrível visita ao México.

Em março, ele certamente estará nas notícias novamente quando o Vaticano lançar sua exortação apostólica dedicada à Família. A data prevista para publicação é 19 de março, data do terceiro aniversário da inauguração de seu ministério petrino e da festa de São José.

Ao escrever a exortação, Francisco embasou-se no trabalho das reuniões do Sínodo dos Bispos dedicados à família em 2014 e 2015 e especialmente no relatório final da assembleia do último outubro. As discussões nos encontros e o relatório final cobriram uma área vasta, estendendo-se desde as diversas situações socioeconômicas, culturais, religiosas e inter-religiosas em que as famílias vivem até os graves desafios que enfrentam.

Estes desafios [para a família] vão desde:
* extrema pobreza,
* conflito armado,
* migração,
* secularização e colonização ideológica até
* o medo dos jovens de comprometimentos para toda a vida,
* poligamia,
* coabitação [casal que vive junto sem oficializar o matrimônio],
* abertura para ter filhos,
* famílias com pais solteiros,
* o rompimento dos casamentos e
* as consequências disso para as famílias e a transmissão da fé.

O relatório final de 2015 reafirmou os ensinamentos tradicionais da Igreja a respeito do casamento e da família e destacou a necessidade de maior atenção à preparação de casais para o casamento e para o cuidado pastoral das famílias. No entanto, de maneira significativa, as portas não ficaram fechadas para o desenvolvimento de novas abordagens pastorais para situações matrimoniais complexas, incluindo os católicos que se divorciaram ou casaram novamente (se podem receber a Comunhão, por exemplo) e quanto à questão da homossexualidade e a família.

Francisco estava perante todas essas questões quando começou a escrever a exortação imediatamente após o Sínodo de outubro passado. Além disso, ele se colocou na tarefa com uma rica experiência pastoral de seus 21 anos como bispo em Buenos Aires (incluindo 15 como arcebispo) e quase três anos como papa. Essa experiência possivelmente deve ter tido um impacto decisivo em seu texto magisterial dedicado à família.
PLENÁRIO DO SÍNODO DOS BISPOS - VATICANO
Outubro de 2015

O que então se pode esperar da exortação?

O texto ainda não foi divulgado, mas pode-se prever algumas coisas. Primeiro, não haverá mudanças na doutrina da Igreja; isso nunca foi a questão. Papa Francisco reafirmará que:
* o casamento deve acontecer entre um homem e uma mulher em uma união vitalícia aberta a concepção de filhos.
* Ele defenderá os ensinamentos da Igreja na indissolubilidade do matrimônio e
* enfatizará a importância da preparação apropriada dos casais para o casamento e do acompanhamento pastoral contínuo dos casais e da família.
Suas catequeses sobre a família em 2015 oferecem insights sobre o que esperar nesse âmbito.

Por outro lado, Francisco deve estar mais aberto às abordagens pastorais da Igreja a assuntos como coabitação, católicos divorciados e casados novamente – “Eles não estão excomungados”, ele insiste, podem participar novamente da Igreja e receber a Comunhão –, e homossexualidade na família.

Nesse contexto, é importante relembrar o que ele disse em sua homilia na missa com os novos cardeais em 15 de fevereiro de 2015. Ele relembrou-os que “o caminho da Igreja, desde o tempo do Concílio de Jerusalém, tem sempre sido o de Jesus, o caminho da misericórdia e da reintegração... O caminho da Igreja não é a condenação eterna; [é] derramar o bálsamo da misericórdia de Deus sobre todos aqueles que o pedem com um coração sincero”.

Na exortação, o Papa Francisco enfatiza que a misericórdia é o coração da mensagem do Evangelho e que a justiça deve ser vista sob esse prisma infinito, não somente de acordo com os padrões humanos limitados. Ele também destacará a importância vital do “acompanhamento” e da “reconciliação” – dois conceitos chave nas assembleias sinodais.

Pode-se então esperar que, na exortação (em suas mais de 100 páginas), Francisco encorajará as pessoas em vários tipos de situações difíceis. Ele provavelmente abrirá portas na prática pastoral que oferece nova esperança a pessoas em situações familiares e matrimoniais complexas.

E dada à diversidade cultural na Igreja, ele poderá descentralizar a tomada de decisões em algumas esferas às igrejas locais. Se tudo isso realmente acontecesse, então bispos e padres teriam muito mais trabalho acompanhando e ajudando as pessoas a discernir conscientemente seus caminhos como seguidores de Cristo e membros da Igreja.

Traduzido do inglês por Luisa Somavilla. Para acessar a versão original deste artigo, clique aqui.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016 – Internet: clique aqui.

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