«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

DUAS TRAGÉDIAS ENVOLVENDO MULHERES!

AQUI NO BRASIL

Mães de bebês com microcefalia são abandonadas

Felipe Resk

Médicos relatam casos de relacionamentos que são desfeitos ainda
na gravidez ou após o nascimento da criança com a má-formação
MÃE SEGURA BEBÊ COM MICROCEFALIA

Em Pernambuco, Estado com maior número de notificações de microcefalia, muitas mães têm sido abandonadas pelos companheiros após descobrir que o filho do casal é portador da má-formação. Médicos ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo relatam que os casos são cada vez mais frequentes e afetam principalmente jovens em relações instáveis.

Médicos que trabalham no atendimento de pacientes com microcefalia contam que os homens têm mais dificuldade do que as mães para aceitar a deficiência do filho. “Eu me surpreendi com a quantidade de mães que estão cuidando do filho sozinhas, porque o pai simplesmente resolveu largar a família”, conta uma pediatra que não quis se identificar. O rompimento também atinge relações mais duradouras.

Após dois anos de namoro e nove de casamento, a promotora de eventos Carla Silva, de 32 anos, foi abandonada pelo pai dos seus três filhos quando ainda estava internada na maternidade. O motivo, conta, era a condição da caçula, Nivea Heloise, que nasceu com menos de 28 centímetros de perímetro encefálico. “Ele me culpou por ela nascer assim. Disse que a menina era doente porque eu era uma pessoa ruim.”

O casal se conheceu após ele começar a frequentar a mesma igreja evangélica que ela, em uma periferia do Recife. Carla havia acabado de sair de um relacionamento longo e até resistiu às investidas dele por quatro meses. Depois, começaram a namorar, se casaram e tiveram dois meninos, hoje com 3 e 5 anos. Durante a gravidez da caçula, porém, a relação já estava abalada. 
CARLA SILVA COM SEU BEBÊ, A NIVEA
Ela, que é promotora de eventos, foi abandonada pelo marido após a confirmação de microcefalia

ZIKA

A promotora de eventos contraiu o zika vírus no segundo mês de gestação. Pela TV, via os casos que associavam a doença à microcefalia e pensou que a filha, ainda no útero, poderia se tornar uma vítima. “Os exames não apontavam nada, mas eu fui me preparando”, diz. Descobriu que a criança era portadora da má-formação logo depois do parto. “Não foi um choque. Eu vi e me tranquilizei.” Mas o pai dela, não.

Nivea completa dois meses hoje, mas só foi registrada pelo pai 30 dias após o nascimento. “Pensei em fazer a certidão de nascimento como mãe solteira, mas minha sogra fez pressão até ele assumir”, diz Carla. Desde dezembro, no entanto, o ex-marido não mora mais com a família. Também não responde a mensagens no celular e a bloqueou de um aplicativo de bate-papo, conta.

Com rotina de exames em hospitais, a filha tem demandado atenção integral de Carla durante o dia. Já as convulsões provocadas pela microcefalia não a deixam dormir de madrugada. “Ela chora muito, se treme inteira e contrai as mãos”, diz a mãe. A contar do nascimento de Nivea, ela ainda não conseguiu trabalhar. “Quando eu voltar, vai ser ainda mais difícil.”
PAIS TÊM MAIS DIFICULDADE DE ACEITAR A DOENÇA
afirma a infectologista pediátrica Angela Rocha do Hospital Universitário Oswaldo Cruz - Recife (PE)

INDESEJADA

Para a infectologista pediátrica Angela Rocha, coordenadora do setor do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, que recebe a maior parte dos pacientes com microcefalia em Pernambuco, o problema de abandono dos pais afeta principalmente mulheres jovens, com relacionamentos instáveis e que tiveram uma gravidez indesejada.

“Normalmente, o homem tem essa dificuldade de assumir”, afirma Angela. Segundo a infectologista, alguns rompimentos acontecem ainda antes de o casal descobrir que o filho tem microcefalia. “Em muitos casos, o parceiro já tinha se afastado na hora que engravidou. Em outros, quando a criança nasce.”

Foi assim para pequena Layla Sophia, de dois meses, que ainda não conhece o pai. “Foi uma gravidez inesperada, logo no começo do namoro da minha filha. Quando estava com seis meses de barriga, ele deixou ela”, conta Iranilda Silva, de 45 anos, avó da criança.

A filha de Iranilda também contraiu o zika vírus durante a gestação. Para a família, natural de Ouricuri, no sertão de Pernambuco, a microcefalia era totalmente desconhecida. Mas nem a má-formação da criança a reaproximou do pai. “Ele sabe de tudo, até porque mora do nosso lado, mas nunca foi lá (ver a criança)”, contou a avó de Layla Sophia.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole / Saúde – Quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016 – Pg. A15 – Internet: clique aqui.

NO EXTERIOR

Mulher sofre ameaças após maternidade
substitutiva nos Estados Unidos

Federico Cenci

Elisa Anna Gomez, que viajou dos Estados Unidos para a Itália,
explica o sofrimento que experimentou após ter “alugado”
o próprio útero a um casal homossexual 
ELISA ANNA GOMEZ
Mãe norte-americana enganada por casal gay a fim de "alugar" seu ventre para dar-lhe um filho

“A fim de que os italianos caiam na real sobre o que é a maternidade substitutiva”. Este é o cartão de visita que Toni Brandi, presidente de ProVita Onlus, apresentou, junto com o senador italiano Lucio Malan, durante uma coletiva de imprensa no Senado, da americana Elisa Anna Gomez.

Rosto de menina, Gomez é, na verdade, já uma mulher. É mãe de um menino que faz parte da Força Aérea e de uma menina que estuda medicina. Tem também uma terceira filha, que, porém, por um cruel jogo do destino, não pode ver.

Enquanto narra o que lhe aconteceu, com a voz quebrada pela emoção um véu de lágrimas cobre-lhe os olhos. A sua história é semelhante à de várias outras mulheres, de Países em desenvolvimento, bem como das periferias dos Estados Unidos ou do Canadá, que, para manter a própria família estão dispostos a tudo. Inclusive a alugar o próprio corpo.

É em 2006 quando Elisa decide oferecer-se em um fórum online como mãe substituta. O faz no Estado em que mora, Minnesota, onde este tipo de prática não é legalmente permitido. “Conheci vários casais – disse a mulher – por meio de um site sem aconselhamento jurídico e escolhi um casal homossexual”. Gomez fala de ter ficado impressionada com estes dois homens, com os quais decide, então, assinar um acordo que, além de garantir uma compensação, reconhece-a, para sempre, mãe da criança e dá garantia de estar sempre presente na sua vida.

No entanto, como ensinam os latinos, verba volant (as palavras voam). Também porque, sugere outro ditado latino, as aparências enganam. A gravidez ocorre normal. Gomez carrega no ventre a sua filha com alegria e com a confiança de que poderia vê-la frequentemente.

Mas as coisas mudam quando entra em trabalho de parto. O casal gay começa a ficar do seu lado de forma mórbida. “Assim que nasceu a bebê, imediatamente me senti ligada a ela, percebi que era minha filha e sabia que não podia separar-me dela”, explica.

Os dois “clientes” parecem se preocupar com este vínculo afetivo e se oferecem para acompanhar a mãe e o bebê à casa, após receber alta do hospital. Gomez aceita, sobe no automóvel e aqui compreende que a atitude dos dois homossexuais mudou drasticamente.

Tentam tranquilizá-la, mas Gomez tem a impressão de que os dois querem se livrar dela. Levam-na para casa e carregam consigo a sua filha. “A partir daquele momento me senti como um mero fantasma de mim mesma”, acrescenta. Mas, o verdadeiros fantasmas se tornam os dois “clientes”. O casal – explica – “de improviso cortou as comunicações e deixaram o Estado sem dar-me explicações”. Gomez não encontra consolo nem sequer junto às autoridades que – afirma – “não me ajudaram, tratando-me como se aquela menina não fosse minha”.

Tenta tomar medidas legais, mas está extremamente queimada. Depois de um primeiro julgamento – diz ela – “o juiz disse que eu não era a mãe de minha filha, mas apenas um doador genético”. A mulher decide apelar, onde os juízes reconhecem a sua ligação de parentesco com a pequena, mas estabelecem que ela deva deixar a criança com o casal homossexual.

O pesadelo não termina aí. Gomez – que é pintora e mantém sua família realizando vários trabalhos – se vê forçada a pagar 600 dólares de pensão alimentícia e é ameaçada de prisão se falasse ou escrevesse, nos Estados Unidos, sobre o que lhe aconteceu. Aqui na Itália, onde é livre desta censura de Estado, fala com as lágrimas nos olhos sobre os sofrimentos da sua filha. “As ligações telefônicas que fiz ao casal pouco depois do seu nascimento – diz – foram traumatizantes, porque escutava o bebê gritar desesperadamente no fundo”.

“Fui ingênua”, reflete amargamente Gomez, que declara não ter visto mais a sua filha desde que essa tinha dois anos e meio e acrescenta: “Tenho certeza de que milhares de mulheres, no mundo, sofrem o que sofri”. São as muitas mulheres exploradas, forçadas pela violência ou pela fome, a “alugar” o próprio útero. “Eu não sou uma escrava e minha filha não é um objeto – diz – há leis contra a venda de partes do corpo humano, e ainda assim a barriga de aluguel é aceita”.

E enquanto Gomez revela a sua história angustiante, no mesmo edifício, na Sala do Senado da Itália, começou uma discussão sobre o decreto de lei Cirinnà. “Conheço um pouco este texto – afirma a mulher americana – e acho que a stepchild adoption [adoção de enteado] fará muitas mulheres caírem na minha situação”.

Fonte: ZENIT.ORG – Quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016 – Internet: clique aqui.

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