«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O que nos aguarda em 2018

Tira essa zika daí!

Eliane Cantanhêde

Com as perspectivas tão ruins, vem aí uma inflação
de candidatos em 2018

O processo contra Eduardo Cunha entra na reta decisiva no Supremo Tribunal Federal e o presidente da Câmara se prepara para voltar para casa levando na bagagem um fardo do qual jamais vai se livrar: foi ele quem salvou o mandato da presidente Dilma Rousseff. Com sua biografia, suas contas na Suíça e suas relações vorazes com a Petrobrás, quanto mais se empenhou em derrubá-la, mais conseguiu salvá-la. Como disse importante aliado dele, “o Eduardo vai ter de conviver com isso para sempre”.

Chegamos, então, à perspectiva de mais três anos com Dilma, num 2016 de dar medo:
* rombo de R$ 60 bilhões nas contas públicas,
* inflação não só acima da meta, mas acima do próprio teto da meta,
* risco de três anos seguidos de recessão.

Os anúncios fúnebres se sucedem: numa semana, o desastre da indústria; na outra, o desespero do comércio; na seguinte, até os serviços despencam. E os empregos? O gato comeu.

As expectativas são desanimadoras na economia, a política está para se livrar de Eduardo Cunha, mas nem por isso vai virar uma maravilha, e a Lava Jato corre solta, agora com o foco no senador Delcídio Amaral e em tudo o que ele pode revelar de eletrizante sobre a Petrobrás em sucessivos governos.

Nada disso nos conduz a um exercício de otimismo pelos próximos três anos, sem falar que:
* a relação entre o vírus zika e a microcefalia é cada vez mais evidente,
* a dengue já é uma epidemia,
* a chikungunya está por aí e que
* até a sífilis congênita está saindo das catacumbas para assustar, por exemplo, o Espírito Santo.

Se o presente é um desastre, o futuro é incerto, não sabido e preocupante, abrindo uma janela para uma inflação de presidenciáveis de todo tipo querendo se dar bem na crise de credibilidade e de lideranças dos principais partidos e dos candidatos mais vistosos à luz do dia.

A candidatura de Lula depende de tríplex, sítio, empreiteiras, medidas provisórias, mulher e filhos, mas o PT terá certamente um candidato próprio, mesmo que seja para defender o partido nos debates, na TV e no rádio. Mas, se Lula é uma incógnita, o PSDB é um saco de incógnitas.

Aécio Neves é o nome mais natural, mas ele está fora dos holofotes e, em vez de acrescentar, vem perdendo votos em sua cesta de 2014 com as agruras de Dilma e Lula. Geraldo Alckmin namora o PSB e vice-versa. José Serra está próximo do PMDB, que anuncia candidatura própria e joga ao vento Eduardo Paes – se vencer na Olimpíada.

Hoje mesmo surge um novo nome em meio à polarização, com a filiação do senador Cristovam Buarque ao PPS, não para ganhar, mas para divulgar ideias. O PDT, de onde Cristovam sai, deve ir de Ciro Gomes, que já foi PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, PROS e hoje já fala e age como candidato do partido.

Outro ex-tucano da lista é Álvaro Dias, agora no PV que alavancou Marina Silva. Ela enfim materializou a Rede Sustentabilidade e é uma das opções fortes para 2018. Também já se alvoroçam, pela esquerda, a indefectível Luciana Genro, (PSOL), e, pela direita, Jair Bolsonaro (PP), tendo parte dos militares na retaguarda, e Ronaldo Caiado (DEM), impulsionado pelo agronegócio.

É gente que não acaba mais, o que nos remete a 1989, que teve de tudo um pouco e acabou dando no mais improvável, Fernando Collor. É por isso que já se ouve, daqui e dali, “quem vai ser o Collor de 2018?”. Tira essa zika pra lá!

Em 1989, o Brasil abria os horizontes para o novo, o arrojado e o futuro, o que Collor, injusta e dramaticamente, encarnou. Em 2016, fecha-se um ciclo que começou pela direita com Collor, passou pelo centro e chegou a um fim melancólico e surpreendente com o PT (quem, em 1989, poderia imaginar tudo isso?). Não é hora de aventuras nem de arrojo, mas de segurança, estabilidade e credibilidade. Estes três anos dirão.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Domingo, 21 de fevereiro de 2016 – Pág. A8 – Internet: clique aqui.

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