«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

O tempo político de Dilma está se esgotando

Luis Nassif
Jornalista

Uma análise realista dos possíveis cenários futuros indicam que,
em breve, o impasse político-econômico será rompido,
ou com um governo de coalizão, ou com o caos.

As peças que compõem esse jogo são as seguintes:

Peça 1 – O tempo político de Dilma Rousseff encurtou consideravelmente.

Há uma crise fiscal acelerada, no meio de uma crise política que tem paralisado todos os passos do governo. A aprovação da CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira) é essencial para o equilíbrio fiscal e para reverter a queda perigosa do PIB. Com ameaça de nova queda de 4% do PIB, as receitas fiscais caindo vertiginosamente, os estados entrando em default, não há muito tempo pela frente para a hora da verdade.

Peça 2 – Cresce a convicção de que Dilma não conseguirá montar um plano político e economicamente viável.

O Ministro da Fazenda Nelson Barbosa precisaria ser suficientemente ousado para apresentar um grande plano que não implicasse em riscos fiscais, que não aprofundasse a recessão e, ao mesmo tempo, passasse a ideia de previsibilidade – para contornar as resistências ao seu nome – sem descontentar a base do governo, mais à esquerda.

Montou duas propostas que não impactando o curto prazo poderiam acenar para o longo: reforma da Previdência e limites para as despesas públicas. Não foi suficiente para demover a direita e provocou rupturas no lado esquerdo da base de apoio.

Para conseguir apoio à CPMF, o governo concordou com as pressões do presidente do Senado Renan Calheiros, flexibilizando a lei do petróleo.

No momento, está por um fio a única base política efetiva com quem Dilma pode contar.

Peça 3 – Dilma não conseguirá se equilibrar entre mercado e base.

Exemplo claro foi o anúncio da reforma da Previdência. O mercado ouviu com pé atrás; a esquerda reagiu. No momento seguinte ela escala o Ministro do Trabalho Miguel Rossetto para explicar que não era bem assim.

Queimou-se com o mercado e com a esquerda.

Peça 4 – Mesmos nos círculos próximos a Dilma, aumenta a convicção de que a crise é grande demais para ela.

Mesmo os habilidosos Jacques Wagner e Ricardo Berzoini têm enorme dificuldade em convencê-la de medidas óbvias. O termo mais usado no Palácio é “não adianta dar murro em ponta de faca”.

Peça 5 – Há um amplo espaço para aprofundamento da radicalização política e policial.

Tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) como no Supremo Tribunal de Justiça, qualquer Ministro que ouse uma postura mais garantista acaba vítima de ataques à reputação ou pelos jornais ou redes sociais. E poucos têm estrutura emocional para enfrentar a barbárie.

Peça 6 – Ruim com Dilma, o caos com o impeachment.

Suponha que Gilmar Mendes atropele leis e regulamentos e emplaque o impeachment via TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O caso iria para o STF. Se Dilma e Temer fossem cassados, quem assumiria? O presidente do Senado, Renan Calheiros, alvo da Lava Jato? Eduardo Cunha e sua imensa capivara? O país entraria em ebulição.

O governo de coalizão

Juntando todas essas peças, chega-se à conclusão de que a única saída seria um governo de coalizão com Dilma, tipo o que foi montado por Itamar Franco, quando pegou o pepino de suceder a Fernando Collor.

Ocorre que um governo de coalizão exige que o presidente efetivamente abra mão de poder.

No momento, Dilma tenta montar a coalizão em cima de medidas goela abaixo, mantendo o comando, recusando-se a abrir mão de qualquer espaço de poder. Não funciona.

Como diria Ricardo Berzoini – justificando o acordo de flexibilização do pré-sal – o governo tem que ser realista e entender quando perde as condições políticas e negociar uma política de menor dano.

O aprofundamento da crise obrigará Dilma a cair na real em um ponto qualquer do futuro.

Para acelerar a transição, quando a hora chegar, sugere-se aos articuladores políticos responsáveis que comecem a elaborar as ideias para tornar a transição a menos traumática possível.

Como suas pretensões políticas acabam em 2018, Dilma terá facilidades em arbitrar uma coalizão que garanta igualdade de condições a todas as partes.

Fonte: GGN – O jornal de todos os jornais – Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016 – 19h03 – Internet: clique aqui.

Persona non grata

Dora Kramer

Cercada de males por todos os lados,
Dilma Rousseff colhe a malquerença que plantou
NA FESTA DOS 36 ANOS DO PT, DILMA NÃO COMPARECEU E A SUA
PRESENÇA TAMBÉM NÃO ERA DESEJADA ! ! !

Rio de Janeiro, 27 de fevereiro de 2016

Antes de ser reconhecida pela incompetência, a presidente Dilma Rousseff ficou conhecida pelo cultivo dos maus modos. Maneira de ser, tratada pelo departamento de propaganda do Palácio do Planalto – no momento desativado e posto em desassossego nas dependências da Polícia Federal em Curitiba – como sinal de austeridade e exigência na eficácia do trabalho.

Na versão de sua assessoria, a presidente está sempre “irritada” com alguma coisa. Com o Congresso irritou-se a ponto de considerar desnecessário estabelecer relações cordiais até com parlamentares e partidos e sua base de apoio.

Com subordinados (dos mais aos menos qualificados) irrita-se ante qualquer contrariedade. Com a oposição irrita-se só pelo fato de ela existir. Com a imprensa mostra-se extremamente irritada se cobrada a falar sobre este ou aquele escândalo envolvendo sua administração. Chegou aos píncaros da irritação quando, ainda ministra, (des) qualificou como “rudimentar” a proposta dos então ministros Antonio Palocci e Paulo Bernardo para a condução da economia, cuja preliminar era o ajuste fiscal.

Agora a presidente da República está muito irritada com seu partido, o PT, que resolveu voltar às origens e negar o apoio que deu a Lula em 2003 para a adoção de medidas racionais. Com isso, cai o último bastião de defesa de Dilma. O partido não a quer. E nessa hora em que se encontra cercada de males por todos os lados, não há mais quem a queira, estão todos muito irritados com ela: se fala na TV, a presidente é alvo de panelaços, se transita por ambientes não protegidos arrisca-se a ser vaiada, quando apela ao Congresso não obtém a resposta pretendida. O empresariado não lhe tem apreço e os movimentos sociais já a tratam como inimiga.

Dilma é a “persona” menos grata da República. Não se encontra quem esteja disposto a lhe estender a mão ou nutra por ela alguma simpatia. Resultado da antipatia que semeou.

Isolada, a “rainha” não paira “sobranceira sobre os adversários” como prometeu João Santana. Antes, colhe os frutos da malquerença que com tanto afinco cultivou.
[ . . . ]

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Domingo, 28 de fevereiro de 2016 – Pág. A6 – Internet: clique aqui.

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