«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Agiotagem legalizada!

Brasil lidera ranking de juros do cartão
na América Latina

Renée Pereira

Taxa média cobrada no País é de 436% ao ano,
10 vezes mais que no vice-líder Peru

No ranking das maiores taxas de juros da América Latina, o Brasil ganha disparado. Um levantamento feito pela Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – com seis vizinhos latinos mostra que a taxa cobrada no rotativo do cartão de crédito é 10 vezes maior no Brasil comparado ao segundo colocado, que é o Peru. Lá, os juros médios cobrados do consumidor que entra no rotativo do cartão são de 43,7% ao ano, contra 436% no Brasil.

Na Argentina, onde a inflação está na casa de 40% ao ano, os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito são de, no máximo, 43,29% ao ano, segundo os dados da Proteste. Já na Venezuela, que vive uma intensa crise econômica, há limites máximos estabelecidos: o juro no cartão não pode ultrapassar 29% ao ano. "Aqui no Brasil é praticamente impossível pagar o rotativo do cartão. Mesmo sendo um crédito pré-aprovado, não deveria haver taxas tão abusivas", afirma a economista da Proteste, Renata Pedro, responsável pelo levantamento.
RENATA PEDRO
Economista da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste):
"Nada justifica juros tão altos como no Brasil!"

Discrepância

Renata conta que, no levantamento, encontrou taxas que chegaram a 1.158% ao ano. Nesse caso, calcula a economista, um consumidor que tiver uma fatura de R$ 1 mil e resolver pagar apenas o valor mínimo de 15%, no fim de 12 meses terá uma dívida de R$ 10 mil. "Não dá para entender como podem cobrar uma taxa tão discrepante (já que a Selic, que é a taxa básica de juros, está em 14% ao ano)."

O levantamento da Proteste avaliou 181 cartões de 17 bancos ou operadoras. Vários questionários foram enviados às instituições financeiras, mas apenas quatro responderam. "Começamos a ligar e pesquisar na internet. Em alguns casos, chegamos a contratar os cartões para saber quanto cada banco cobrava efetivamente", afirma Renata. Nos demais países, como há uma regulamentação sobre a cobrança, as taxas dos cartões estão disponíveis em sites. [O Brasil é, de fato, o paraíso dos bancos e agentes financeiros!!! Só tem pra eles!!!]

Em nota, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) afirma que, no Brasil, a maioria das transações com cartão de crédito não tem juros, pois os brasileiros financiam suas compras por meio do parcelado sem juros. Além disso, 85% pagam a sua fatura em dia e apenas um entre dez usa o crédito rotativo. E, quando entra nessa situação, fica em média 12 dias. [Mesmo assim, não se justificam taxas de juros tão altas!] 

Uma das razões para a alta é a falta de concorrência

Dentre os vários fatores que podem explicar o porquê de o Brasil ter taxas de juros tão altas ao consumidor no cartão de crédito em relação a seis países da América Latina, a mais plausível é a falta de concorrência entre as instituições financeiras.

A opinião é da economista da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e responsável pelo levantamento sobre juros no cartão em países da América Latina, Renata Pedro. "Aqui, as instituições cobram o que querem. Não há justificativa para taxas tão elevadas."

Nas instituições, as justificativas variam do risco de inadimplência aos penduricalhos que elevam o custo dos bancos, como a carga tributária. Segundo dados do Banco Central (BC), a taxa de inadimplência do rotativo do cartão de crédito, em atrasos de 15 a 90 dias, estava em 15,7% em setembro – 2,3 pontos porcentuais menor que em igual período do ano passado. No ano, entretanto, houve uma alta de 0,3 ponto porcentual. Nesse mesmo período, o uso do rotativo do cartão subiu 17,4% em 12 meses e 12,8% no ano.

Na avaliação da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a análise comparativa de cartões precisa levar em conta a forma como o produto é usado em cada país. Enquanto no Brasil há o parcelamento sem juros no cartão de crédito, nos outros países, esse tipo de transação é a menor parte, e as pessoas usam o crédito rotativo para financiar suas compras.

Para Renata, no entanto, a "invenção" do pagamento mínimo que existe no Brasil é uma armadilha que induz o consumidor a entrar na dívida.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia & Negócios – Quarta-feira, 16 de novembro de 2016 – Pág. B5 – Internet: clique aqui.

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