«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Vamos ter de renovar a classe política do Brasil

Sinopse da ópera (bufa)

Dora Kramer

Síntese do Brasil, o Rio de Janeiro retrata mazelas nacionais que o
Congresso Nacional quer preservar
ANTHONY GAROTINHO & SÉRGIO CABRAL
Ex-governadores do Rio de Janeiros presos na semana passada

Um Estado que em seis anos aumenta em 70% o contingente de funcionários para, adiante, não ter como lhes pagar os salários gasta por causa de arrecadação presumida, com sucessivos governos levando um baile da bandidagem com a qual políticos trocam relações amistosas por votos nos territórios dominados, onde policial de alta patente confessa a seus pares que tem medo de chegar à noite ao Aeroporto Tom Jobim e enfrentar o trajeto pela Linha Vermelha por causa dos tiroteios, francamente o Rio não poderia estar em situação diferente.

Tido como síntese do Brasil, sede da cidade (realmente) maravilhosa, o Rio é um retrato dos males que acometem o País desde Cabral (com trocadilho):
* corrupção a rodo,
* inépcia administrativa,
* irresponsabilidade nos gastos,
* insegurança pública,
* carência de espírito público e
* excesso de ganância privada.

Nem todos os Estados reúnem todas essas características, mas raro (inexistente?) aquele onde não esteja presente ao menos uma delas. Se houver é a famosa exceção que confirma a regra liderada pela administração federal como vem revelando a tardia, porém bendita, aliança entre Polícia Federal, Ministério Público e Poder Judiciário.

Uma hora essa coisa iria explodir. O padrão perverso que atrela o País ao atraso iria estourar. Provoca surpresa a prisão de dois ex-governadores, Sérgio Cabral e Anthony Garotinho. Surpreendente, contudo, é que tenham - cada qual o seu setor - pintado e bordado durante tanto tempo sem serem importunados. Garotinho é velho freguês da Justiça Eleitoral em decorrência dos métodos para obtenção de votos. Está preso por isso, compra de votos. Já Cabral, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, dá sinais exteriores de riqueza incompatível com os ganhos de suas funções desde que era deputado estadual. Como governador, abusou. De tudo: do excesso de confiança na “proteção” de Lula e Dilma, do deslumbramento, das relações impróprias com fornecedores do governo, da desfaçatez. [É bom os petistas e lulistas de plantão darem-se conta disso: Cabral foi sempre um político apoiado e paparicado por Lula e Dilma Rousseff!]

Abusos que a Lava Jato revela terem sido corriqueiros e abrangentes desde sempre, embora não tão explícitos como nos governos do PT e aliados. A lamentar os prejuízos, materializados de maneira cruelmente contundente no Rio e demonstrados à farta na dilapidação da Petrobrás. Mas a celebrar o início do desmonte do modelo. Não se trata de festejar a perda de liberdade de quem quer que seja. Melhor que não houvesse motivo para tal ou que ocorressem como casos isolados. Evidente que o processo é sofrido e humilhante para quem é atingido, mas não dá para ser de outra forma. Até daria, se políticos, empresários, funcionários e quem mais se envolver em ilegalidades pensassem antes de fazer em uma máxima do óbvio: as consequências vêm depois.

Estão em curso e, por isso, sofrendo ameaça de serem abatidas em pleno voo por um Poder Legislativo eivado de suspeições e localizado na rabeira do ranking de confiabilidade da população nas instituições brasileiras. Câmara e Senado reagem - cada Casa a seu modo - contra o avanço das investigações, tentando aprovar leis que restrinjam a atuação notadamente do Ministério Público, cuja independência foi um dos principais avanços da Constituição de 1988. [Manifeste-se contra as tramoias em curso atualmente no Congresso. Saiba como fazê-lo, clicando aqui].

O Congresso está diante de uma escolha: fica do lado certo ou estaciona do próprio lado e, com isso, se posiciona contrariamente à vontade da Constituinte que elaborou a Carta atual. Contra a vontade daquele colegiado que há quase 30 anos estabeleceu um novo marco legal no Brasil, onde não cabe a impunidade e que finalmente começa a ser posto em prática.

A opção é de suas excelências: podem escolher ficar ao lado do cidadão ou contra ele. Sem esquecer que as consequências vêm depois. Cedo ou tarde. Não importa, virão. E aí, a cadeia pode ser a única opção.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Domingo, 20 de novembro de 2016 – Pág. A3 – Internet: clique aqui.

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