«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Com o que está preocupado Renan Calheiros?

Renan anuncia novas medidas que confrontam
o Judiciário   

Isabela Bonfim

Presidente do Senado quer votar projeto de abuso de autoridade
até o fim de ano; ele também instalou uma comissão
que vai investigar salários nos três Poderes que ultrapassam o teto
RENAN CALHEIROS (Senador pelo Estado de Alagoas - PMDB)

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quinta-feira, 10 de novembro, medidas que confrontam mais uma vez o Judiciário. O peemedebista quer retomar o debate sobre o projeto de abuso de autoridade, fortemente criticado pela classe de magistrados, e instalou uma comissão para analisar salários que ultrapassam o teto constitucional, fazendo referência direta a juízes. [É a fera ferida e ameaçada que ruge!!! Ainda mais quem! Preocupado com salários altos??? Engana-me que eu gosto!!!]

Renan ensaia a retomada do projeto que altera a lei de abuso de autoridade desde meados de Julho, quando tentou desengavetar a proposta, que é de 2009. O texto foi muito criticado por entidades do Judiciário e pelo Ministério Público, que alegam que o projeto é uma ameaça à Operação Lava Jato.

O presidente do Senado acabou não encontrando apoio político entre os demais parlamentares e a proposta ficou esquecida em uma comissão especial. Agora, ele que trazer o projeto de volta à tona, com direito a audiência de debates com a participação de figuras centrais da Operação Lava Jato como o procurador Deltan Dallagnol e o juiz Sérgio Moro, que já se posicionaram contrariamente à proposta.

Segundo Renan, é ideal que o projeto seja votado até o fim deste ano. Ele considerou, inclusive, que a votação aconteça no mesmo dia do debate com convidados. [O Senado, muito raramente, tem pressa em votar algum projeto de lei, por que tanta pressa em relação a este??? Só ingênuo e desinformado para não duvidar das intenções de Renan!]

"Vou chamar representantes da Polícia Federal, Ministério Público, Judiciário, Associação de Juízes Federais. Não acredito que o juiz Sérgio Moro ou Dallagnol defendam o abuso de autoridade. É importante que eles venham para fazermos o debate", afirmou. [Cinismo!!!]

Segundo Renan, um novo relator será designado para o projeto em reunião de líderes na próxima quarta-feira, 16 de novembr. Na quarta, 9, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) deixou a relatoria alegando que a posição não é adequada com o novo posto de líder do governo. Renan ironizou a dificuldade de encontrar um interessado em assumir o projeto. "Ainda não decidimos um nome porque alguns gastaram a cota de coragem e a gente precisa reestimulá-la."
OTTO ALENCAR 
Senador pelo PSD da Bahia é o presidente da comissão para investigar salários abusivos nos
Três Poderes - Judiciário, Legislativo e Executivo

VENCIMENTOS

O presidente do Senado também instalou na manhã desta quinta a comissão que vai investigar salários que ultrapassam o teto. Os senadores terão 20 dias para avaliar casos de servidores que recebem acima do teto constitucional e trazer uma solução, como um projeto de lei que impeça o acúmulo de salários e benefícios.

Apesar de defender que o levantamento vai tratar dos salários dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), Renan repetiu diversas vezes, como exemplo, o caso de mais de 10 mil magistrados que recebem acima do teto, como revelado pelo jornal O Globo em outubro. "Enquanto estamos fazendo a reforma da Previdência, estamos reestruturando o gasto público, ainda temos pessoas que ganham mais de R$ 100 mil reais, como vimos no caso de juízes no Rio de Janeiro", afirmou. [A causa é boa! Mas é, no mínimo, muitíssimo estranha a ocasião em que Renan decidiu averiguar essa questão! E por que tanta ênfase nos salários do Judiciário?!]

A comissão será presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), enquanto o vice-presidente será Antonio Anastasia (PSDB-MG). A relatoria coube à senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).

Além do levantamento sobre salários acima do teto, a comissão também deve apresentar um projeto para desvincular o subsídio de ministros de tribunais superiores do restante da administração pública. Atualmente o teto constitucional é estabelecido por esses salários, o que dificultou o reajuste de ministros do STF, uma vez que a remuneração causa um efeito cascata.

Reação da Lava Jato não estava no radar
dos políticos

Vera Magalhães

Ao denunciar as manobras para coibir investigações, Moro e os procuradores jogam holofote gigante onde deputados e senadores gostariam de operar no escuro 
PROCURADORES QUE INTEGRAM A FORÇA-TAREFA DA OPERAÇÃO LAVA JATO

Talvez uma das coisas mais positivas da convulsão política pela qual o Brasil passa desde 2013, com a eclosão das jornadas de protestos de junho, seja o fim da passividade de cidadãos e de instituições como Ministério Público e Poder Judiciário.

O sucesso da Lava Jato e o impeachment de Dilma Rousseff são os resultados mais palpáveis dessa nova institucionalidade. O que parece alentador é que, mesmo passado o momento agudo da crise, ela parece se manter sólida para reagir a movimentos regressivos como o colocado em curso pelo Congresso desde a troca da guarda no Palácio do Planalto.

O roteiro do impeachment previa, como bem disse o delator Sérgio Machado, uma certa acomodação posterior à posse de Michel Temer: viriam medidas no Congresso e um certo suporte no Supremo Tribunal Federal para tentar circunscrever a Lava Jato ao que já se sabia e seguir o jogo.

Foram abertas inúmeras frentes de ação nesse sentido. As mais visíveis são:
a) as reiteradas tentativas de anistiar o caixa 2 eleitoral, sob a “ingênua” justificativa de que ele passará a ser considerado crime e, portanto, o que foi praticado anteriormente não pode ser punido,
b) a proposta do Senado de apertar a Lei de Abuso de Autoridade para intimidar juízes e procuradores e, agora,
c) a ideia de tornar mais lenientes os acordos de leniência de empresas pegas em corrupção.

O que não estava no radar dos políticos, que repetem o movimento que cerceou a Operação Mãos Limpas, na Itália, é que viria uma reação imediata, clara e em bom som dos procuradores da Lava Jato.

Ao denunciar e chamar pelo nome que têm as manobras para coibir as investigações, o juiz Sérgio Moro e os procuradores jogam um holofote gigante onde deputados e senadores gostariam de operar no escuro. Resta saber se os movimentos de combate à corrupção, que foram às ruas e bateram panelas pelo impeachment, estão suficientemente atentos e mobilizados para se juntar aos agentes da Lava Jato na outra “perna” fundamental para impedir que a operação abafa prospere: a gritaria nas ruas.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política / Análise – Sexta-feira, 11 de novembro de 2016 – Pág. A6 – Internet: clique aqui; e aqui.

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