Qual é a jogada de Lula ? ? ?
O golpe de Lula da Silva
Editorial
Há quem defenda a ideia de que seriam politicamente
proveitosas a condenação e a prisão de Lula, pois, sob protestos dos
progressistas do mundo inteiro, CRIARIAM UM GRANDE MÁRTIR cuja imagem atrás das
grades motivaria uma reação perfeita para reconquistar apoio popular
O Estado brasileiro é
ilegítimo, está a serviço de interesses estrangeiros e por isso não tem moral
nem autoridade para julgar e botar na cadeia Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a tese
implicitamente defendida há dias pelo antigo ídolo do ABC paulista, em encontro
de partidos e movimentos de esquerda: “Estamos
na hora de costurar uma coisa maior, mais sólida. Não é um partido, não é uma
frente, é um movimento para restaurar a democracia”. Ora, se algo precisa ser restaurado é porque foi desfigurado, deturpado.
Sendo assim, as instituições brasileiras não têm legitimidade para julgar e
condenar quem quer que seja, muito menos um campeão das causas populares que
ensinou ao mundo como combater a fome e acabou com a miséria.
O palco para o grande
“evento democrático” em solidariedade ao Movimento dos Sem-Terra (MST) em
Guararema (SP) foi armado na Escola Nacional Florestan Fernandes, criada pelo
MST para formar militantes políticos. A escola havia sido vítima da “truculência
policial”. Participaram do encontro representantes do PT, PCdoB, PSOL e PSTU,
além de movimentos sociais e organizações sindicais. Animado por manifestações
de devotado apoio – que só tem visto em ambientes selecionados –, Lula sugeriu a existência de influências
externas para o fato de os partidos e candidatos esquerdistas terem sido
repudiados nas urnas no mês passado: “Tem
muita coisa que está acontecendo que não é da cabeça do Temer nem do Eduardo
Cunha. Tem muito mais cabeças se metendo, como se meteram na Argentina,
Uruguai, Bolívia”. [Não admitir os erros e a
derrota, não enxergar a realidade e somente filtrar dela aquilo que lhe serve,
são atitudes típicas de pessoas prepotentes que não são capazes de autocrítica
e conversão!]
Está
clara, pois, a estratégia de Lula na tentativa de afastar o risco cada vez mais
próximo de ser condenado em um dos processos em que é réu por corrupção. A Lava Jato e operações congêneres não
passam de instrumentos de perseguição do PT e seus dirigentes. E esta é
apenas uma das manifestações da ampla conspiração do capital financeiro
internacional para acabar com as lideranças “progressistas” do País e se
apossar do mercado interno e de nossas riquezas naturais.
É
claro ademais que, uma vez não sendo mais o Brasil uma democracia, fica fácil
compreender como e por que a “nova matriz econômica” dos governos petistas foi
sabotada pelo mercado; como é que alguém como Eduardo Cunha conseguiu se tornar
presidente da Câmara depois da vitória de Dilma no pleito presidencial de 2014;
como é que “a maior base parlamentar da História da República” se dissolveu num
piscar de olhos e todas as propostas progressistas de Dilma passaram a ser
rejeitadas; como é que, de uma hora para outra, o partido mais popular do País
foi massacrado nas urnas municipais. É óbvio que tudo isso só aconteceu porque
os inimigos do povo acabaram com a democracia no Brasil. Com o apoio da esquerda internacional, é preciso “restaurar a
democracia” entre nós, como espertamente defende Lula da Silva. Sobre os
desmandos administrativos, o desmanche da economia e a corrupção patrocinados
pelo lulopetismo, nenhuma palavra.
O aceno à esquerda internacional tem a intenção de explorar o
que resta do prestígio do ex-presidente no exterior e capitalizá-lo na forma de
manifestações de solidariedade que criem um clima favorável para que, em caso de
condenação, Lula obtenha asilo político
em algum país amigo. Há quem defenda a ideia de que seriam politicamente
proveitosas a condenação e a prisão de Lula, pois, sob protestos dos
progressistas do mundo inteiro, criariam um grande mártir cuja imagem atrás das
grades motivaria uma reação perfeita para reconquistar apoio popular.
Essa
ideia, porém, só pode passar pela cabeça de quem não conhece o apego que Lula e
sua família sempre tiveram às conquistas do alpinismo social e econômico. Lula até topa virar mártir, desde que
confortavelmente instalado em algum aprazível recanto do mundo, do qual possa
se deslocar para atender, a bom preço, a governos e instituições que se
interessem por detalhes de como acabou com a fome e a pobreza no Brasil.
Quem quiser que acredite. Porque o que Lula está armando mesmo é um golpe para
chamar de seu. [Como tantas pessoas que possuem
formação superior, experiência e atuação sociais podem se deixar iludir por
alguém que, desde São Bernardo do Campo, quando principiou sua liderança
sindical, sempre soube de salvar de todas as situações adversas e pactuar com
aqueles que, antes, ele demonizava e criticava! Será que não são capazes de
enxergar a máfia político-empresarial que foi montada para governar o Brasil
nestes últimos 14 anos???]
O intocável
Editorial
Não basta ser justo com todos.
Com Lula, é preciso um pouco mais...
É o velho e imoral tratamento privilegiado
LULA E O JUIZ SÉRGIO MORO (Fotomontagem) |
Há
uma semana, foi lançada em São Paulo mais uma campanha pela imunidade do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente réu em três processos
relacionados a casos de corrupção. O nome do movimento – “Por um Brasil justo para todos e
para Lula” – não deixa margens a dúvida quanto à sua natureza. Não basta ser justo com todos. Com Lula, é
preciso um pouco mais. Trata-se de mais uma tentativa de manipular valores e princípios democráticos, como a
igualdade de todos perante a lei e a presunção de inocência, para fins muito
distantes dos ideais democráticos. Querem
o velho e imoral tratamento privilegiado para o ex-presidente. [É a aplicação daquele velho princípio: todos são iguais
perante a lei, mas alguns são mais iguais
que outros!]
Justiça
para todos, sim, mas que para Lula seja
reservada uma especial justiça, que não lhe traga constrangimentos nem
muito menos ouse questionar o seu comportamento com a fria métrica legal. Sim, todos são iguais perante a lei e devem se
submeter à justiça, mas Lula – parecem dizer os promotores da campanha – deve ser mais igual que os outros. Mais
que por justiça, o tom do clamor é por uma desigual condescendência.
Idealizada
por intelectuais de esquerda e amigos do ex-presidente, a nova campanha escancara viés não igualitário. Há investigações
contra ele? Há suspeita de recebimento de alguns favores de caráter um tanto
duvidoso? Nesses casos, não basta que
ele tenha os mesmos direitos concedidos a todos os outros cidadãos e possa,
dentro da mais estrita legalidade processual, responder judicialmente. Não é suficiente tampouco que, em seu
pleno exercício do direito de ampla defesa, ele seja excelentemente assessorado por uma banca de renomados
causídicos [advogados]. Tudo isso é pouco para Lula. [Privilégio este de pouquíssimos brasileiros, uma vez que
custa muito caro esse direito de defesa promovido pelos melhores advogados e
juristas do país!]
Ele
precisa de uma organizada campanha de comunicação a difundir impropérios contra
as instituições. Ele precisa de comitês em todos os Estados brasileiros e no
exterior – a campanha em prol da imunidade de Lula não quer se restringir ao
território nacional – a propagar a ideia
de que há no País uma “perversão do processo legal”. Ele precisa de
material impresso e eletrônico para denunciar “prisões banais por meras suspeitas, conduções coercitivas ilegais,
vazamentos criminosos de dados e exposição da intimidade”.
Pelo que se vê, Lula não
gosta de ser tratado como os outros, e exige que partido, simpatizantes e
amigos trabalhem para ele. Todo o restante – rever as práticas partidárias, reconectar o partido
com o eleitorado, etc. – pode esperar. A
máxima prioridade do PT deve ser proteger seu grande chefe dos efeitos das
instituições. Dentro dessa lógica pouco democrática, produz-se uma grande
mobilização que difunda dúvidas sobre a legitimidade das instituições nacionais
e sobre as intenções daqueles que fazem perguntas incômodas a Lula e podem
exigir que ele, como um brasileiro igual a todos os outros, responda pelos seus
atos perante a lei.
No
ato de lançamento da nova campanha, Lula
alegou constrangimento por estar ali em causa própria. “Não me sinto confortável participando de um
ato da minha defesa. Eu me sentiria confortável participando de um ato de
acusação à força-tarefa da Lava Jato, que está mentindo para a sociedade
brasileira”, disse o ex-presidente, que não se deu ao trabalho de explicar as supostas mentiras da operação.
Ao fiel público que foi prestigiá-lo, Lula
preferiu oferecer o já habitual e cada vez menos convincente papel de vítima.
A novidade ficou por conta da revelação de suas visões particulares, nas quais
percebe “um pacto quase diabólico”
entre as instituições para destruir sua reputação e o projeto de país que
implementou em seus oito anos de governo. [De fato,
Lula deve estar certo ao afirmar que “mente” a força-tarefa da Lava Jato, a
maior, melhor e mais produtiva atuação conjunta da Polícia Federal, do
Ministério Público e dos juízes federais para combater o maior esquema de corrupção
sistêmica entre governo e empresariado neste país!!! Sim, Lula, é a “Bíblia”
que está errada! É a Justiça brasileira que está podre, pois ousa investigar,
denunciar e julgar pessoas “santas” e “sem defeito” como você e outros
políticos e empresários do Brasil!!!]
“Eles mexeram com a pessoa errada”,
concluiu Lula, referindo-se ao trabalho da Polícia Federal, do Ministério
Público, do Poder Judiciário e – como o ex-presidente gosta sempre de incluir –
da mídia. Na lógica lulista, há pessoas
intocáveis, que as instituições não devem importunar. Há pessoas certas e
há pessoas erradas para se mexer. É
comovente a profunda consciência da ideia de igualdade do ex-presidente. [E daqueles que o apoiam e defendem dizendo-se de “esquerda”,
cuja definição envolve, especialmente, uma organização política preocupada pela
“igualdade” entre os cidadãos! Quem diria?!]
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